Opinião sobre série: Fronteiras do Universo
Resenha por Iasmin Campos
Editora: Suma; 1ª edição (17 agosto 2017)
Autor: Philip Pullman
Tradutor: Eliana Sabino
Olá Caleidoscópios, chegamos ao fim de mais uma trilogia e a última resenha de Fronteiras do Universo!
Se não sabe do que estamos falando, temos resenha por aqui de todos os livros, volta alguns posts e vai lá conferir! Caso tenha vindo do instagram, já sabe que tem conteúdo por lá também!
AVISO: ESSA RESENHA PODE TER SPOILERS DOS LIVROS E RESENHAS ANTERIORES, POIS VAMOS PARTIR DO PONTO QUE VOCÊS JÁ LERAM NOSSO CONTEÚDO!
Como de costume e tentando atualizar vocês sobre o que acontece nos livros, vou dar um pequeno resumo de cada um, contando dos acontecimentos e em seguida a minha opinião sobre a trilogia! Vamos começar na ordem...
A Bússola de Ouro
Somos apresentados a nossa protagonista Lyra Belacqua e o seu daimon, Pantalaimon, esses dois possuem uma ligação muito forte o que faz com que não consigam se separar. Essa personagem vive na Faculdade Jordan, mas tudo muda quando ela resolve entrar na sala secreta de reuniões do local para espionar e escutar seu tio, Lorde Asriel, contar sobre a existência de mundos paralelos que só são vistos através da Aurora Boreal no Norte. Além disso, ela descobre sobre a existência do Pó e o desaparecimento de crianças, justo quando também precisa se mudar e morar com a misteriosa Sra. Coulter.
A Faca Sutil
Aqui, temos um novo personagem Willian, um garoto ao qual o pai era um pesquisador e desapareceu após uma viagem ao Norte para saber informações sobre a existência de outros mundos. Desde então, ele e a mãe são perseguidos por homens que querem saber onde está o patriarca da família e após uma delas Will matou um dos homens, depois precisou fugir e acabou vendo um fenômeno estranho: uma gata estava andando pela rua e do nada desapareceu. O garoto chegou mais perto do local onde avistou o animal e viu uma passagem para outro universo, atravessou e percebeu um mundo totalmente diferente do seu... Ao vasculhar o local encontrou uma garota com o seu Daimon e ambos agora terão o seu destino conectados.
A Luneta de Âmbar
No último livro da série temos que Lyra foi sequestrada e descobrimos que é pela própria mãe com o pretexto de salvar a menina de ser morta pela igreja. A garota faz o papel de Eva e será tentada igualmente, como essa instituição não pode deixar que o pecado original volte a existir, mandaram um padre seguir a pessoa que vai fazer o papel de cobra e um exército atrás da menina. Os homens de Lorde Asriel também foram para resgatar a filha dele, bem como Will, mesmo tendo que entregar a Faca Sutil ao Lorde não poderia deixar a sua companheira para trás. Toda essa comitiva chega à caverna do Himalaia onde mãe e filha estão, sendo que a segunda está dopada e desacordada, houve uma batalha quando as forças de Asriel e da igreja se encontraram, mas Will conseguiu, por meio da faca, abrir uma janela no local, entrar onde Lyra estava, porém assim que tentou abrir outra para sair, a Faca Sutil se partiu em vários pedaços.
Como já situei vocês sobre os acontecimentos dos livros, agora partirei para a minha opinião sobre tudo...
Bom, um ponto que eu já falei em todas as resenhas anteriores e foi o que me incomodou sobre os livros é o fato do autor não te falar nada. Por ser um livro de fantasia, acabamos esperando que haja no primeiro uma informação sobre o que está acontecendo, principalmente no caso sobre os daimons, mas não é isso que acontece.
O autor parte do princípio que você já sabe tudo e, no caso, eu só fui descobrir mesmo o que são os daimons já muito depois da metade do primeiro livro e mesmo assim de uma forma muito superficial. Para o entendimento total de que eles são a alma das pessoas, só foi dito no segundo livro, então particularmente só não fiquei mais perdida porque tinha visto o filme antes.
Caso vocês não saibam ou se atentaram, os livros possuem o filme do primeiro exemplar e uma série da HBO, temos conteúdo aqui e no nosso instagram. Então sugiro darem uma conferida voltando alguns posts para saber como é a obra cinematográfica, que está muito legal!
Isso também aconteceu com o aletiômetro que é muito difícil de imaginar o seu funcionamento e mais ainda quando Lyra começa a ler o objeto. O autor vai contando todo o funcionamento e, sem brincadeira, li três vezes para conseguir entender o processo de descoberta da verdade e como intuitivamente a personagem faz.
Outro ponto que preciso comentar é a mudança de protagonistas no segundo livro, não esperava que ele começasse e desse sequência com outra pessoa. Pensei que iria sim entrar um novo personagem, mas que teríamos a descrição de como Lyra foi para outro mundo. Iludida eu, porque isso não aconteceu, novamente o autor seguiu como se já soubéssemos de tudo e só sabemos o paradeiro da personagem quando ela encontra Will, só que mesmo assim não é bem descrito como ela chega a outro mundo.
No segundo livro o autor abre mais pontos ainda, porque estamos lidando com universo paralelo onde os personagens ficam trocando de mundo, muito pelo fato do Will ter a faca que abre janelas. Também temos mais personagens relacionados a cada um desses universos, sem contar que descobrimos o real motivo de Lorde Asriel fazer toda essa confusão, que é para acabar com a Autoridade.
Confesso que eu fiquei meio receosa quando descobri esse segredo, porque ao se pensar em Deus e acabar com ele, é algo tão grandioso que realmente duvidei a princípio, mas quando você chega no terceiro livro as explicações são mais detalhadas. Então o autor começa a te contar realmente quem é a Autoridade e a possibilidade de que Asriel consiga acabar com ele fica mais real.
Só que a Luneta de Âmbar é mais fantasioso que os outros dois, foi o livro mais difícil para mim porque a cada capítulo acontecia uma coisa mais ilusória e tive, em muitos momentos, que ler várias vezes para tentar entender. Aqui temos sim o fechamento de alguns pontos, sendo até do primeiro livro, mas ele abre muitas outras situações, mundos, personagens que eu achei difícil à compreensão.
Um exemplo disso, é que o livro tem vários capítulos descrevendo os mulefas, que eu custei pra entender a configuração do corpo deles já que tem patas dispostas em forma hexagonal e os pés adaptados sobre nozes em forma de roda. Então haja imaginação para conseguir entender tudo!
Uma coisa que eu achei muito legal é essa questão do autor misturar física, mundos paralelos e religião tudo no mesmo livro, porque isso me instigou demais a conectar os pontos e fiquei impressionada em como ele conseguiu fazer tudo com tanta maestria. Sem contar a infinidade de personagens que ele coloca e como conecta todos de alguma forma.
Outro ponto é a narração em terceira pessoa, que eu não sei vocês, mas torna o livro muito mais amplo e te dá infinitas possibilidades de levar a história para qualquer lado. Então foi isso que aconteceu nessa trilogia, o autor vai incluindo narrativas paralelas e fechando os pontos usando os vários personagens que ele tem, o que deixa tudo como uma caixinha de surpresas e o leitor nunca sabe o que vai acontecer.
Quando chegamos ao final é exatamente isso que acontece, não fazia ideia de qual caminho o autor levaria a narrativa. Como em todos os três livros não esperava o final e realmente me surpreendeu, não foi de forma nem negativa, nem positiva, não esperava o rumo que a história iria se fechar e quando acabou fiquei parada tentando assimilar tudo que se seguiu e a forma como aconteceu.
Em um panorama geral, eu gostei muito dos livros, instigou demais a minha imaginação e me colocou muito para pensar. Acho a escrita do autor impecável e bastante inteligente para pensar em toda a complexidade da trilogia, criar esse tanto de mundo paralelo, colocar vários pontos de vista e ainda conectar todos. Acredito que vale a pena demais ler, ainda mais se você é do tipo que gosta de fantasia, caso não seja vai passar um pouco de dificuldade com esse, porque é muito ilusório!
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