Trono de Vidro: Herdeira do Fogo (Livro 03)

 

Herdeira do Fogo

Série Trono de Vidro – Livro 3

 

Resenha por Bianca Ramos

Título Original: Heir of Fire

Autora: Sarah J. Maas

Tradução: Mariana Kohnert

Editora Galera Record, 2020 – 13ª edição.

Livro Físico, 516 páginas

 




Sinopse

“Misto de Assassin’s Creed e Game of Thrones, a história de Celaena Sardothien, uma assassina a serviço de um rei tirânico, é uma fantasia épica repleta de ação, intriga e cenas de luta inesquecíveis. No terceiro livro da saga, Herdeira do fogo, Celaena ressurge das cinzas ainda mais forte e letal.

Chegou a hora de abraçar sua verdadeira herança e reivindicar a coroa de Terrasen. Agora é a vez do suor e das lágrimas, do sangue e do sacrifício. A justiça mais uma vez ocupará o trono do cervo branco, o Senhor do Norte.

Presa ao juramento de sangue feito a Nehemia, Celaena procura a rainha feérica Maeve para aprender os segredos da própria magia. Enquanto treina com Rowan, um príncipe que leva a jovem aos limites da exaustão física e emocional.

Mas infelizmente não há tempo para ceder às suas inseguranças, a hora para dúvidas é passada, pois Celaena descobre que uma batalha de proporções épicas se avizinha. Uma que pode escravizar a terra.

Em Forte da Fenda, o príncipe Dorian também tenta entender a magia, com o auxílio da curandeira Sorscha, que rapidamente se torna mais que amiga.

Mas ela também guarda um segredo, que pode colocar o príncipe herdeiro em grave perigo. E ele não pode contar com o amigo Chaol, ocupado em descobrir mais sobre os rebeldes e o Lobo do Norte, Aedion, primo de Celaena.

Nas distantes montanhas Canino Branco, as bruxas do clã Dentes de Ferro treinam enormes serpentes aladas para os exércitos do rei. Em meio a esse cenário, Celaena se equilibra entre os vivos e os mortos, humanos e feéricos, enquanto seu mundo caminha para a guerra. 

Agora, a vitória depende de Celaena encontrar coragem para enfrentar tais perigos, além de seus próprios demônios, e fazer a escolha mais difícil da sua vida.

Este livro é tudo o que você deseja de um livro no meio da série. Focado nos personagens, mostra quem eles são, como chegaram aqui e para onde estão indo. Se você acha que amou os dois primeiros livros, será arrebatado de vez por Herdeira do fogo.”

FONTE: https://www.record.com.br/produto/trono-de-vidro-herdeira-do-fogo-vol-3/

 

Resenha:

 

Oi caleidoscópios, como vocês então? Prontos para mais um livro da série Trono de Vidro?

Hoje é dia de falar sobre “Herdeira do Fogo” o terceiro livro da jornada de Celaena Sardothien, a nossa Assassina de Adarlan que não mata ninguém, só a vontade dos leitores de continuar chamando-a de “assassina”.

Devo começar essa resenha dizendo que Celaena continua ingênua demais nesse livro. Misericórdia! Dá vontade de entrar na história e “sacudir” para ver se acorda e começa a reagir... Mas mesmo a assassina fazendo essa raiva, este livro conseguiu ser melhor que os dois primeiros e, arrisco dizer, melhor que “A Lâmina da Assassina”.

Começamos a leitura com a ida da Sardothien para Wendlyn após toda a confusão que ela causou em Forte da Fenda tentando descobrir quem era o assassino de Nehemia e depois tentando entrar em contato com ela no além. Chaol arrumou para a Celaena uma passagem só de ida para o outro continente e entendemos muito bem o motivo disso no final do último livro.

Nesta obra temos personagens novos, que são bem mais legais que os antigos, devo ressaltar.

Primeiro vou falar de Manon Bico Negro, a minha personagem favorita e rainha de todo o meu amor. Ela é uma bruxa dente de ferro, mas do clã Bico Negro, ou seja, é diferente da que Celaena matou no último livro, no vagão cheio de espelhos. Sim, eu achei meio complicado de entender essas alianças bruxas, confesso!

Esta é uma personagem que me conquistou na primeira página, porque está do “lado errado” da história, mas consegue ser maravilhosa do mesmo jeito. Se você ler e não gostar de Manon, leia de novo, porque você leu errado! Não tem como passar por Herdeira do Fogo e não sair fã da Bico Negro.

Depois de Manon, vou falar do meu segundo personagem favorito deste livro que é Rowan Whitethorn, um príncipe feérico que Celaena conhece em Wendlyn, ficando encarregado de treiná-la no tempo que passa no local. Ele é um guerreiro imortal, tatuado, com cabelo grande, o estilo de boy que a gente gosta e ama.

Rowan e Celaena não se dão bem desde o início e nem no meio também. A verdade é que eles passam o livro todo se provocando e trocando socos, literalmente.

Por fim, temos Aedion Ashryver, que é o general da Devastação e vem de Terrasen, do mesmo lugar que a nossa personagem principal. Ele chega em Forte da Fenda pouco depois que a Celaena vai para Wendlyn e eles não chegam a se encontrar neste livro.

Nós temos alguns outros personagens inovadores, mas nenhum que vá ser descrito agora. Afinal, se eu for enumerar e descrever todos quem existem na série... Nunca vamos acabar a história.

Temos também, neste livro, ponto de vista alterados, o que deixa a leitura bem mais fluída e conseguimos ver a perspectiva de cada um sobre os acontecimentos (mesmo alguns sendo um pouco chatos). Há também mais confusão e a trama começa a ficar bem mais trabalhada e mais costurada, com vários pontos a serem amarrados.

Sobre os personagens antigos: Celaena continua matando o total de zero pessoas o que não nos surpreende, Dorian deveria estar mais preocupado com ele – por causa da magia – e com o reino, enquanto Chaol continua sendo chato. Novamente, esses três continuam não trocando informações, principalmente o príncipe e o capitão da guarda.

Ninguém senta e alinha as ideias. Dá vontade de chorar com essa ausência de diálogo entre eles, porque se simplesmente conversassem entre si, noventa por cento dos problemas seriam resolvidos (e Nehemia ainda estaria viva).

Em síntese, a leitura deste livro foi mil vezes melhor do que a dos outros dois anteriores. A escrita de Sarah J. Maas é excelente, os personagens novos (leia-se Manon) são ótimos e temos também uma trama que vai ficando cada vez mais complexa, é segredo em cima de segredo, é uma confusão muito boa, porque te deixa vidrado na história. Este foi um livro que eu fiquei “vou ler só mais um capítulo” e quando assustei, já estava acabando.

Acho que Herdeira do Fogo é o divisor de águas desta série, porque é a partir dele que a trama fica mais interessante e o enredo fica mais chamativo. Depois deste livro você entra num frenesi para ler todos os outros, porque é impossível parar. Não travei em nenhum ponto desta leitura, como fiz com os outros dois e também não fiquei com preguiça em nenhum momento, pelo contrário, terminei já querendo reler, de tanto que gostei.

(E sim, já estou querendo “ler em inglês” só para ter a desculpa retornar a este livro).

Leiam essa obra com todo o amor do coração e certifiquem-se de que terão tempo para começar e terminar, porque se não vão ficar o dia inteiro curiosos sobre o que está acontecendo, principalmente em relação a Manon, e a Rowan com Celaena.

Caso você vá parar de ler aqui, por causa do spoiler, não se esqueça de seguir a gente no Instagram e deixar sua opinião nos comentários! É muito importante!

 

AVISO! A PARTIR DESTE PONTO CONTÉM SPOILER

Se você não gosta, não continue!

 

Agora começam os spoilers, se você é apressadinho e não leu o aviso acima, estou te avisando de novo... A partir deste momento, teremos spoilers!

Primeiro, devo dizer que Celaena começa este livro em um estado deplorável. Sério, você não reconhece nada da personagem que vimos nos outros três livros, ela está numa aura depressiva – não vou dizer depressão, porque não sou psicóloga/psiquiatra, então não tenho propriedade para atestar isso com convicção – por causa da morte de Nehemia e dos acontecimentos em Forte da Fenda, tendo que deixar Chaol e Dorian e não conseguindo ver como sairia disso.

É nesse estado de depreciação e angústia misturada com tristeza que Rowan encontra a nossa assassina. Ele tem a missão de leva-la até Maeve, a rainha feérica imortal que é meio que “tia” de Celaena, pois todos descobrimos no último livro que a mãe da Sardothien era parte feérica, por isso a nossa protagonista tem magia do fogo.

A Rainha Maeve é uma personagem que não tem nada de mocinha, nada mesmo! É malvada, gosta de ser assim e que não tem medo de ser vilã (dessas que a gente gosta, diga-se de passagem). Ela tem as informações que Celaena precisa sobre as chaves de Wyrd, então a nossa protagonista faz uma troca com a tia: ela vai treinar e conseguir controlar seu poder feérico e, quando isso acontecer, irá até Doranelle, a cidade que a rainha comanda, e em troca, obterá as informações necessárias para conseguir libertar a magia e os escravos de Erilea.  

Informação importante: Rowan, que fez um juramento de sangue a rainha Maeve, fica responsável por treinar Celaena. É então que a interação entre esses dois personagens começa e devo dizer que é uma das minhas partes favoritas, porque ambos estão quebrados juntos: Rowan perdeu a parceira – um elo muito precioso entre os feéricos – e Celaena perdeu seus melhores amigos, bem como o cara que acreditava amar.

É muito legal ver como o Whitethorn e a Sardothien vão quebrando as barreiras um no outro, tentando se entender e superar essas perdas gigantes que sofreram. Além disso, Rowan parece ser a única pessoa que realmente entende Celaena e não tem medo de mostrar isso.

Sobre a minha personagem favorita de todas: Manon Bico Negro, a herdeira das Bico Negro. Temos aqui uma bruxa dente de ferro, o que por si só já dá um medo em quem leu “A Lâmina da Assassina”, e ela sim deveria ser chamada de assassina, porque sai matando todo mundo sem dó nem piedade.

Irritou? Manon elimina. Não tem essa de “coitadinho” ou “vamos dar uma chance”, e não há “diálogo”. Ela é assim: não me obedeceu ou me traiu? Vai morrer pra aprender quem é que manda.

É meio “estranho” gostar de Manon neste livro, porque a bruxa está trabalhando para o Rei de Adarlan, personagem que não queremos que vença essa disputa, pois é tirano, escraviza pessoas e dá pouca importância para seus súditos. Mas mesmo a Bico Negro estando do lado errado, é impossível não achar que ela seja maravilhosa, sério.

É uma personagem muito bem construída, com dilemas sérios e bem trabalhados. Além disso, possui um lado vilã e mocinha, ao mesmo tempo, mostrando a realidade das pessoas: todos nós temos maldade e bondade!

Sobre Dorian, devo dizer que passei uma raiva desmedida neste livro por ele. O mundo que o príncipe conhece está caindo, é rebelde pra tudo enquanto é lado, Celaena em outro continente, problemas em esconder sua magia, porque não consegue controlá-la, mas o Dorian está como? Completamente alienado, só quer saber de uma moça pela qual está apaixonado, chamada Sorscha... E nada mais importa.

Dá vontade de entrar dentro do livro e dar uns tapas nele, pra ver se acorda e começa a planejar o futuro. Não que o arco dele apaixonada pela criada seja ruim, mas é muita alienação para uma pessoa só! Ele deveria estar preocupado com o mundo ruindo ao seu redor, mas não... O príncipe segue sendo completamente trouxa.

Outra pessoa que devemos comentar é de Chaol. Este já era um personagem chatinho e neste livro parece que a chatice piora! Os pontos de vista dele no livro são os mais difíceis de ler, pelo menos na minha opinião, porque é um drama desmedido e tudo ele coloca a culpa em Celaena, mas pelo menos o capitão da guarda está mais consciente do que está acontecendo ao seu redor e mesmo em cima do muro quanto a causa rebelde, acaba tendo mais ação do que Dorian, que só quer saber de sua amada.

Aedion é um personagem engraçado e muito bom também. Tem um modo peculiar de ver as coisas e é super legal! Ele terminou este livro como um dos meus favoritos!

Temos também uma maior explicação e visibilidade sobre o movimento rebelde do qual Nehemia participava. Entendemos direito como as coisas funcionam, quem está por trás do movimento real e como eles lutam.

Celaena passa a grande parte deste livro treinando seu poder feérico, que é fogo. Praticamente é ela tacando fogo em tudo! Mas é muito legal ver como a personagem tem medo de acessar esse poder e como as pessoas ao redor dela também tem medo disso, porque ninguém sabe exatamente o quanto de magia a assassina tem.

É bom vê-la com medo de algumas coisas, achei que isso humanizou mais a personagem, sem contar que quebrou aquela ideia da mocinha indestrutível e invencível.  

Além disso, esse livro é ótimo, porque temos a história da Celaena e entendemos realmente quem ela é. Quem leu Coroa da Meia Noite terminou o livro com a “pulga atrás da orelha” para saber qual a informação que a assassina havia deixado com Chaol sobre sua identidade.

A resposta está em “Herdeira do Fogo” e confesso que gosto mais da identidade descoberta da personagem, do que da outra que ela mantinha em Forte da Fenda. Depois que Celaena assume quem realmente é a trama da história vira!

Temos também aquela sensação tensa de guerra iminente, daquela preparação para o confronto, o que é bem legal de se ler! Já temos aqui o contorno de uma guerra que uma hora vai explodir e Celaena vai ter que sair do muro, junto com Chaol, e tomar um partido.

Eu poderia incluir Dorian nessa equação de “sair de cima do muro”, mas acho que ele nem enxerga que tem muro ainda, de tão cego que o personagem está. Sério, toda vez que começava um ponto de vista dele ou do Chaol meu olho revirava automaticamente, de tanta raiva que eu estava passando com esses dois.

Outra pessoa que merece destaque é o Rei de Adarlan, que começa a mostrar suas garrinhas e vemos alguns contornos do seu plano de dominação coletiva. Dá um pouco de medo, mas ao mesmo tempo, dá para pegar mais a essência dele, o que é bem bacana!

Eu achei este livro muito mais bem desenvolvido que os dois primeiros, com tramas mais complexas e com personagens novos que geram uma dualidade de sentimentos, porque você quer gostar deles, mas ao mesmo tempo se sente culpado (leia-se: Manon). É ótimo.

Celaena, Dorian e Chaol fazem raiva no leitor? Fazem. Mas tem que ter alguém para fazer a gente morrer de raiva, se não a história não flui.

Este livro é marcado por reviravoltas, por personagens bons e bem construídos, e por Dorian sendo trouxa pela enésima vez. É excelente de ler, e o final é de ficar de queixo caído, sério. Terminei essa leitura e pensei “como assim acabou?” e então corri para pegar o próximo, porque eu não tinha condições de não começar a ler logo.

Sarah J. Maas, devo ressaltar, é ótima em finalizar livros que nos deixam surpresas (pelo menos nessa série), porque todos os finais, até agora, foram excelentes.

Ela sabe muito bem como finalizar um livro!

Eu amei esta leitura e recomendo muito! Se você chegou até Herdeiro do Fogo, terminará os demais livros da série muito rápido.

Se você gostou dessa resenha, deixe um comentário com sua opinião (não custa nada)! Contem para nós se vocês também gostaram? Um ponto que não foi citado, se a resenha ajudou na leitura e essas coisas!

Compartilhe nas suas redes sociais a resenha, se você achou bacana, e não se esqueçam de nos seguir no insta (@caleidoscopio_literario) para mais resenhas e dicas!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Opinião: Trilogia "O Povo do Ar"

Opinião sobre Série: Corte de Espinhos e Rosas

Trono de Vidro: Coroa da Meia-Noite (Livro 02)