Opinião: Trilogia "O Povo do Ar"

Resenha por Bianca Ramos

Autora: Holly Black



Resenha

Oi, Caleidoscópios. Como vocês estão? Acabamos mais uma série, então não dá para ficar 100% feliz, né? Mas aos poucos vamos recuperando... Ainda mais que semana que vem teremos uma novidade super legal!

Semana passada tivemos a nossa última postagem da Trilogia O Povo do Ar e como é do nosso costume, antes de partirmos para a próxima série, trouxemos para vocês um apanhado geral sobre as obras, com nossa opinião e se a leitura é boa, essas coisas...

Antes de começar, vou deixar avisado que esta resenha contém spoiler sobre os três livros da série e acerca do final de cada um deles, caso você não queria ler este tipo de conteúdo, melhor não ver esse texto agora! Leia primeiro as obras e depois retorne para ver se nossas opiniões estão de acordo!

Bom, a trilogia, como o nome mesmo diz, é composta por três obras: O Príncipe Cruel, O Rei Perverso e A Rainha do Nada. Temos também um livro extra, chamado “Porque o rei de Elfhame aprendeu a odiar histórias”, que é no ponto de vista de Cardan, no entanto, não fizemos resenha dele porque não se trata de uma continuação propriamente dita. No entanto, se vocês quiserem, podemos trazer ele nos livros únicos de quinta, é só pedir! 

Já perceberam que nós lemos tudo que vocês indicam né? Não precisa ter medo, pode chamar no instagram, comentar aqui, mandar e-mail, sinal de luz... A gente pega todas as dicas! 

Iniciamos a trilogia com “O Príncipe Cruel” e como todo primeiro livro, ele tem a função de nos introduzir no mundo mágico de Elfhame, apresentar os personagens e a cultura criada. Confesso que estes livros introdutórios não costumam me chamar tanto atenção, ainda mais porque eu gosto de ver o circo pegando fogo, então não achei esta obra tão boa assim. Cardan é um personagem intrigante, mas não é tão cruel e nós temos uma verdadeira guerra dos tronos para saber quem será o próximo rei, sendo que o final foi o que realmente chamou mais atenção, mesmo sendo bastante previsível. 

Melhorando um pouco a história, temos “O Rei Perverso”, mas o rei não é tão perverso assim também. Nele vemos Cardan como governante, porém quem toma as decisões é Jude, como já era bem previsível. Há mais uma trama política, o que deixa o livro muito interessante e divertido de ler, no entanto, novamente o que chama atenção é o final! A trama é um tanto quanto fácil de adivinhar, ainda mais se você já leu obras semelhantes, sendo que até o casamento tudo estava correndo como esperado, o que realmente surpreendeu foi o exílio de Jude, pois isso me pegou desprevenida e óbvio que eu amei. 

Por fim, temos “A Rainha do Nada” que é o último livro da trilogia. Este foi o meu favorito, porque com exceção do início dele, o resto foi todo de confusão, gritaria e desespero, bem do estilo que eu gosto e vocês sabem. A Jude continua sendo, na minha humilde opinião, uma personagem que não cativa muito, mas mesmo assim a leitura flui bastante! 

O final deste livro é bem louco, Cardan vira uma cobra gigante, a Rainha precisa tomar uma decisão rápida, depois temos um momento de tensão e o Rei retorna, além de que presenciamos o julgamento de Madoc, que não foi tão satisfatório assim, diga-se de passagem, porque eu esperava menos misericórdia, afinal... O cara trai uma porrada de gente e termina sendo sentenciado a ir morar no mundo humano? O que os seres humanos fizeram pra tamanha crueldade com eles?

Então, terminado o meu “pequeno” resumo sobre os três livros, preciso reafirmar que o meu favorito foi “A Rainha do Nada”. Na verdade, foi tudo bem gradativo, porque eu gostei um pouco do primeiro, me empolguei com o segundo e o terceiro foi o que realmente prendeu minha atenção, como as pessoas disseram que essa trilogia faria. 

Sobre a protagonista, eu achei Jude um tanto quanto chata! Penso que a sede de poder dela e sua ambição por querer visibilidade, ser egoísta e etc, é muito legal e foi bem construída pela autora, ainda mais se considerarmos que esta não é uma característica de personagens femininas! No entanto, tirando isso, os pensamentos dela são confusos, ao mesmo tempo que ela parece estar feliz, está triste, ama e odeia a todos, sendo que isso dá muita agonia para quem lê. Eles não seguem uma ordem lógica e linear... E as decisões que toma são piores ainda! 

Jude não vê as coisas que estão na frente dela, ainda mais se considerarmos que o livro é narrado em primeira pessoa, então se nós, leitores, somos capazes de concluir o que acontecendo, ela também deveria fazê-lo, mas não é isso que ocorre, causando muita irritação e estresse ao longo do desenvolvimento da história. Afinal, se eu consigo ver que Locke é suspeito, por que Jude não consegue? Qual o problema dela tirar as mesmas conclusões que eu, já que estou, literalmente, lendo os pensamentos da protagonista?

E aí já temos a minha crítica maior a essa trilogia: a narrativa em primeira pessoa. Para quem leu as resenhas anteriores, viu que em todos os textos critiquei isso... E nesse não seria diferente. 

Talvez o problema não seja, necessariamente, a narrativa em primeira pessoa, porque tem livros deste modo que eu amo, mas sim os pensamentos um pouco confusos de Jude. Fato é que não estou mais tão acostumada assim com livros narrados dessa forma, ainda mais quando as protagonistas tem umas ideias aleatórias, amam e odeiam todos, tem problemas com os pais e tomam as piores decisões do mundo, tendo uma mente mais infantilizada e jovial demais! Pois é... Acho que estou ficando velha mesmo!  

Para mim, o que salvou um pouco a leitura foi Cardan e desconfio que somente não gostei tanto do primeiro livro porque tivemos pouco do nosso príncipe (e depois rei). O personagem é intrigante e o modo como Jude o vê é engraçado, porque ela não sabe se gosta ou detesta o cara e a protagonista também interpreta errado algumas ações do monarca tornando tudo mais divertido ainda. 

Como eu sempre menciono aqui os personagens principais e os secundários, eu não poderia deixar de falar sobre Bomba, a feérica que ganhou meu coração. A personagem é misteriosa, mas ao mesmo tempo cativante e muito legal, fazendo uma boa dupla para Jude, ainda mais porque ela ajuda nossa rainha a enxergar melhor as coisas. 

Um fato que gostei nessa série é o romance em segundo plano! Sim, temos um casal principal que se ama e blá blá blá, no entanto, o foco é o poder, o trono, a coroa, quem vai ser o novo rei, como irá governar, o que será do povo e como solucionar as intrigas políticas. Tanto que nem dá para entender direito como os protagonistas se apaixonam porque este, ao meu ver, nem é o foco do livro! 

Agora, precisamos falar sobre o fim de “A Rainha do Nada”, mesmo que brevemente, porque o que foi aquilo, meus amigos? Cardan, do nada, destrói a coroa de sangue e vira uma cobra gigante! E isso foi ótimo, sendo bem sincera, pois deu uma reviravolta na história e surgiu toda uma tensão, porque geral queria matar o Grande Rei Anaconda (eu dei esse nome), enquanto que a própria rainha não sabia o que fazer, pois era bombardeada com ideias de tudo que é lado! Confesso que teve umas horas, inclusive, que eu quis matar Jude só por pensar em algumas possibilidades. 

Sobre o final da série... Tudo ficou meio aberto. Não deu para entender se Cardan vai abrir mão do trono quando Oak ficar mais velho, se Jude vai morrer alguma hora, porque é humana, enquanto seu esposo é feérico e viverá para sempre. E principalmente, a parte que mais me deixou estressada: Como Madoc vai viver no mundo humano? 

Na minha opinião, a punição dele foi meio estranha! Primeiro porque o cara trai meio mundo, usa uma galera de fantoche e a pena é viver com os humanos, exilado e sem poder matar ninguém? Pelo amor! É o feérico quem erra, mas os homens que levam o castigo! Além do que, nada o proibiu de criar um exército, se insurgir e virar a cabeça de Oak. 

A ideia era levar Oak para o mundo humano, a fim de que este ficasse a salvo da influência de seu pai de criação, mas no final, acaba que o feérico vai continuar convivendo com o filho do mesmo jeito! Quando as coisas se resolvem, de nada adiantou a confusão que eles arrumaram, na minha opinião, porque o objetivo principal não foi cumprido! 

Além disso, penso que teria bem mais porrada no final. Ficamos o tempo todo ensaiando uma batalha, uma guerra, montando estratégias, recrutando exércitos e traindo, para ter pouca ação no final, até porque me prometeram sangue... Cadê?? Eu não achei! Tivemos pouquíssimas páginas de uma batalha, acho que nem cinco direito, e pronto… Problema resolvido! Terrível! Se o livro te promete tiro, porrada e bomba, o mínimo que se espera é um capítulo completo de confusão!

Bom, a série é legal e os livros até que prendem um pouco, mas não achei excelente e digna de toda a atenção que vem atraindo para si na internet. É bem escrita e temos um enredo legal, porém não é aquela coisa também! Penso que, talvez, essa trilogia não seja para a minha idade e que se a Bia de 16/17 anos lesse, gostaria mais do que agora! Isso porque é nitidamente um livro infanto-juvenil, para adolescentes e eu já passei dessa fase!

Recomendo a leitura se vocês estão com paciência! Os livros são pequenos e bem rápidos de ler, inclusive, só não terminei os dois primeiros no mesmo dia porque a história não estava me chamando tanta atenção assim! 

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