Série O Povo do Ar: A Rainha do Nada (Livro 03)
Resenha por Bianca Ramos
Título Original: The queen of nothing
Autora: Holly Black
Tradução: Regiane Winaeski
Editora Galera Record, 2021 – 5ª edição.
Livro Físico, 294 páginas
Sinopse
“O poder é mais fácil de adquirir do que de manter.
Jude aprendeu a lição mais difícil de sua vida quando abdicou do controle do Rei Cardan em troca de um poder imensurável.
Agora, ela carrega o outrora impensável título de Grande Rainha de Elfhame, mas as condições são longe de ser ideais. Exilada por Cardan no mundo mortal, Jude se encontra impotente e frustrada enquanto planeja reivindicar tudo que Cardan tomou dela.
A oportunidade surge com sua irmã gêmea, cuja vida está em perigo. Para salvá-la de uma situação tenebrosa envolvendo Locke, Jude decide voltar ao Reino das Fadas se passando por Taryn. Antes disso, porém, ela precisa confrontar os próprios sentimentos contraditórios pelo rei que a traiu.
No entanto, ao voltar a Elfhame, Jude constata que tudo mudou. A guerra está prestes a eclodir, e ela caminha próximo a seus inimigos. Será que ela vai ser capaz de resgatar a Coroa e o amor incondicional de Cardan, ao mesmo tempo que destrói os planos de seus inimigos? Ou será que tudo está perdido para sempre?
A rainha do nada é o épico desfecho da trilogia O Povo do Ar, da renomada autora Holly Black. Com intrigas palacianas, reviravoltas inesquecíveis e uma construção de universo ao mesmo tempo complexa e crível, Holly Black se consagra mais uma vez como a rainha do Reino das Fadas e um dos nomes mais icônicos da fantasia para jovens adultos.”
Fonte: https://www.record.com.br/produto/a-rainha-do-nada-vol-3-o-povo-do-ar-2/
Resenha
Oi, caleidoscópios! Tudo bom com vocês? E a semana, como foi? Espero que tenha sido boa!
Chegamos a nossa última resenha oficial sobre a Trilogia do Povo do Ar, mas não se preocupem, ainda teremos aquele texto opinativo acerca de todos os livros! E sim, eu sei que temos mais uma obra sobre esse universo, chamada “Como o rei de Elfhame aprendeu a odiar histórias” que é no ponto de vista do Cardan, no entanto, esta é uma publicação extra e que não vi sentido fazer junto com os “oficiais”. Talvez, mais para frente, posso trazer este livro em uma das nossas resenhas de volume único, caso vocês queiram!
Antes de começar a falar sobre “A rainha do nada”, é preciso recapitular alguns acontecimentos (bombásticos) que finalizaram “O rei perverso”. Vou partir do pressuposto que vocês leram o segundo livro, mas se não tiverem lido... Só pular os próximos quatro parágrafos e pronto, ok?
Terminamos o último livro com algumas revelações bem loucas. Primeiro Jude foi sequestrada pelo povo do mar durante o casamento de Taryn e ficou um bom tempo como prisioneira no local, a mando da rainha Orlagh, que acreditava piamente que a garota estava sob efeito de seus encantos. Obviamente que a humana não se encontrava realmente enfeitiçada, porque possuía o geas de Dain, mas precisou fingir estar assim.
Por causa disso, Cardan fez um troca com a rainha: ela devolveria sua senescal e em troca Balekin seria o embaixador do mar em Elfhame. No entanto, sabemos que o desejo do irmão do Grande Rei era ter o trono para si e não ser um mero enviado de Orlagh, ou seja, as tramas não acabavam por aí.
Cardan aceita o irmão em sua corte e Balekin acredita ter controle sob Jude, mas na verdade não o tem. Assim, o embaixador envenena o Grande Rei, durante um baile e tenta fazer parecer que foi a humana quem fez isso, mas seu plano não dá certo, então passa a chantagear a senescal: ou ela lhe dá a coroa de sangue, ou ele não dará o antídoto para o irmão.
Jude obviamente não aceita, mas bola um plano para conseguir o remédio para o rei. Assim, a confusão termina com Balekin morto pelas mãos da senescal, Cardan curado e uma traição por parte de Madoc e Taryn, que roubam metade do exército do governante quando a gêmea se passa pela irmã. Não vou entrar em mais detalhes, mas vocês precisam saber que finalizamos com Jude se casando com Cardan, virando Grande Rainha, mas sendo exilada pelo próprio esposo após o julgamento da morte de Balekin, bem como com o fim da contenda com o povo do mar.
Clima bom para começarmos o terceiro livro, né? Pois é! Iniciamos “A rainha do nada” com a informação de que quando Cardan nasceu, foi feita uma profecia informando que ele seria o responsável por destruir o trono e a coroa. Esse foi o motivo pelo qual o rei de Elfhame nunca deu muita atenção ao filho mais novo e nem afeto, afinal, o garotinho já estava destinado a ser a ruína de tudo.
Após isso, voltamos ao tempo presente, com Jude já exilada no mundo humano. Preciso dizer que ela estava bem decadente, coitada! A garota não concordava com a mania de Vivi de transformar folhas secas em dinheiro com magia, por isso arrumou um emprego com uma fada, porque a nossa rainha exilada não conseguiu (ou nem tentou) arranjar algo normal.
Enquanto estava no mundo humano, Jude recebeu uma informação muito valiosa: Cardan vai cair do trono. Quem vai fazer isso e como vai ocorrer? Não temos nem notícias e ficamos tão perdidas quanto a protagonista, que está em dúvida se arruma um jeito de avisar o marido que a exilou ou se simplesmente ignora a informação e deixa ele se lascar.
Além disso, Jude recebe uma missão no seu emprego, que é ir até uma barrete vermelho, fada da mesma espécie de Madoc, que estava comendo outros feéricos. A humana aceita o trabalho, mas só depois percebe a burrada que fez, pois ela teria que lidar com Grima Mog, uma feérica temida. No final, a protagonista consegue fazer uma acordo com a canibal e tudo se resolve, mas não sai ilesa da visita, já que está toda machucada.
No entanto, apanhar de Grima Mog não é a única coisa que acontece a Jude, pois quando retorna para o apartamento em que mora com Vivi e Oak (lembrando que Heather terminou com Vivienne), depara-se com ninguém mais, ninguém menos que Taryn! A irmã gêmea dela, que a traiu a pedido de Madoc, está na sala do apartamento e não parece nada bem!
O que a garota foi fazer ali, no mundo humano? Com certeza queria algo, já que Taryn não é uma personagem muito altruísta (desculpa quem gosta dela)... E realmente queria mesmo! A gêmea foi pedir a Jude que voltasse ao mundo das fadas para fingir ser ela em um inquérito que investiga a morte de Locke.
Pois é, gente! Locke morreu e quem matou foi Taryn mesmo, zero surpresa porque já sabíamos que algo assim iria acontecer. O que realmente choca é que a garota está grávida e teme pelo que pode acontecer... A ideia, obviamente, é péssima, porque para não correr perigo ela colocará a irmã na linha de fogo.
Como a ideia é péssima, Jude aceita! Assim, a garota se disfarça da gêmea e consegue retornar a Elfhame, fingindo ser Taryn, sendo que quando revê Cardan, depois do tempo que passaram separados, tem um misto de sentimentos... É saudade misturada com raiva, por causa do exílio.
O Grande Rei tem um comportamento bem estranho, faz algumas perguntas, dá um jeito de levar Jude até o seus aposentos e lá descobrimos que na verdade ele sabe muito bem que não era Taryn que estava na sala do trono, mas sim sua esposa! Pois é, Cardan consegue diferenciar as gêmeas idênticas, o que só deixa mais óbvio que ele realmente gosta dela.
Enquanto o casal está no quarto, discutindo como sempre, Madoc ataca e pega Jude, achando que é Taryn e a leva consigo. Ou seja, a ideia era a rainha entrar e sair, rapidinho, no entanto, ela acabou sendo levada para um acampamento de guerra! O que vocês acham que vai acontecer? Para saber mais, é só continuar lendo a resenha na parte dos spoilers ou ler o livro!
Bom, este terceiro volume é bem legal! O início, confesso, é um tanto quanto chatinho, não rende e o drama de Jude estressa um pouco, porém, quando ela vai para o acampamento, a leitura fica bem legal e você não consegue largar o livro. Eu li tudo em um dia, para vocês terem ideia.
O final também é muito bom, mas não temos um fechamento muito certinho, o que pode irritar alguns leitores (leia-se: eu). No entanto, vale a pena! Finalize a trilogia, porque é bem legal!
Caso você vá parar de ler aqui, por causa do spoiler, não se esqueça de seguir a gente no Instagram (@caleidoscopio_literario) e deixar sua opinião nos comentários! É muito importante!
AVISO! A PARTIR DESTE PONTO CONTÉM SPOILER
Se você não gosta, não continue!
Agora começam os spoilers, se você está com pressa e não leu o aviso acima, estou te avisando de novo... A partir deste momento, teremos spoilers!
Bom, vocês já ouviram aquele ditado “já que está no inferno, abraça o capeta”? Essa foi, basicamente, a linha de Jude ao ser sequestrada, pois pensou o seguinte “estou aqui mesmo, vou aproveitar e descobrir os planos de Madoc”, ressaltando que ele agora é oficialmente um traidor do trono.
Ainda fingindo ser Taryn, a nossa protagonista descobre que Grimsen, o ferreiro que forjou a coroa de sangue, está construindo uma espada enorme, provavelmente para Madoc, e que o pai dela está mantendo alguém como prisioneiro. Jude, para a nossa surpresa, consegue manter o disfarce por uns dois dias, mas depois é descoberta por Oriana, que não conta ao marido sobre a presença da garota no local, mas constrói um plano para que ela volte para o mundo humano.
No entanto, Jude não fica quieta enquanto aguarda Vivi, que viria buscá-la... Ela vai bisbilhotar no acampamento e descobre que o prisioneiro do seu pai é Fantasma, o mesmo que a traiu no livro passado, entregando-a para o povo do mar. Em vez dela matá-lo ou deixar o cara preso, sendo torturado, a nossa protagonista decide ouvir o lado dele da história e depois quer ajudá-lo a fugir!
Jude arquiteta um plano para sair do acampamento com Fantasma, no entanto, antes de conseguir tal feito... Cardan e Barata vão resgatá-la! Sim, o Grande Rei entrou no acampamento inimigo apenas para recuperar sua rainha! No entanto, enquanto tentam pegar a espada que Grimsen está fazendo (por ideia de Jude) e resgatar Fantasma... Barata foi ferido e o governante precisa ir correndo até Bomba, a fim de evitar que ele morra, pois a feérica é especialista nesse assunto e provavelmente saberá reverter o efeito do veneno que atingiu seu companheiro.
Jude fica para trás e quando vai tentar salvar Fantasma, é descoberta por Madoc! Basicamente, tudo que tinha para dar errado, deu! E se não bastasse isso, o pai da humana ainda fere ela gravemente! Sim, essa cena é bem forte, porque eu, honestamente, não pensei que ele fosse fazer isso com a própria filha, mesmo que não seja de sangue.
Enquanto Jude está ferida, Vivi, Taryn e Grima Mog chegam à floresta em que a Rainha e seu pai estão, deparando-se com a humana machucada e Madoc parecendo em choque e culpado pelo que fez. Percebendo a situação, o feérico sai, mas a Grande Rainha ainda está morrendo!
É neste momento que o jogo vira, tanto pra Jude como também para as três mulheres que a acompanham. A garota está morrendo por causa do ferimento que Madoc lhe causou, então se lembra de que, durante o conselho, foi alertada que a terra estava ligada ao seu governante e como ela era rainha, poderia ser curada pelo seu poder. Neste ponto, enquanto Taryn costura seu ferimento com um pouco de terra misturada, onde seu sangue cai, nascem pequenas flores... É a comprovação de que a Grande Rainha está ali!
No entanto, Jude não tem tempo de refletir sobre o ocorrido e nem mesmo de se recuperar, ainda ferida, ela volta à Corte de Elfhame, porque Madoc, que conhece o verdadeiro nome de Fantasma e, portanto, pode ordenar o que quiser ao feérico, mandou que ele matasse Cardan! Ainda muito fraca e com seu ferimento reaberto, sem sinais de cura rápida, a Grande Rainha sobe em uma viga e fica esperando, após mandar um bilhete para seu esposo, contando sobre o assassino.
Porém, tudo dá errado e quando Jude assusta, Bomba está atirando nela, pensando que ela seria a responsável pela tentativa de assassinato. Isso tudo gera uma queda gigante, mais sangue espalhado para tudo enquanto é lado e um Cardan tentando impedir que ela morra, além de anunciar para todos que a humana era sua esposa e Grande Rainha de Elfhame.
Jude passa uns dias desacordada e quando desperta, ainda não completamente curada, descobre que eles estão em uma guerra iminente por causa de Madoc. Ela explica ao conselho da corte sobre a posição do acampamento e sobre os planos de seu pai, que pretende tomar a coroa para si e governar.
Após terminarem com o Conselho, o Rei e a Rainha vão para o jardim, a fim de conversarem. Ali, Cardan, que não pode mentir, abre seu coração para Jude, explicando como fez os termos de exílio a fim de que a esposa mesmo pudesse voltar quando quisesse e dizendo os sentimentos dele. É um momento bonito e temos um vislumbre do que já sabíamos há muito tempo: os dois estão apaixonadinhos um pelo outro.
No entanto, esta não é uma história de amor. O que vocês acham que vai acontecer com Madoc? Ele vai conseguir governar ou vai falhar? E a profecia de que Cardan destruiria a coroa e o trono, vai se concretizar? Isso e muito mais vocês vão descobrir lendo o livro!
Bom, o livro começa bem chatinho... Tanto que eu fiquei perguntando no skoob, enquanto fazia meu histórico de leitura, em que hora ficava bom, porque já tinha lido comentários de que entre os três, este era o melhor! Porém, quando Jude vai para o acampamento com Madoc a história fica boa e realmente flui bem.
A narrativa em primeira pessoa ainda me incomoda muito! Realmente fiquei muito mal acostumada com outras leituras, porque estar dentro da cabeça de Jude me irritou bastante e não deixou o texto tão confortável assim, porque acabava que só gostava ou entendia o que ela também via.
Uma coisa que eu gostei foi o jogo de poder! Isso é um ponto muito interessante neste livro (e nos outros), porque temos um casal e um romance acontecendo, mesmo que não dê para entender muito bem a formação dele, mas o foco é o trono, a estratégia, quem irá assumir e afins. O Jude e Cardan são os principais, mas a história deles juntos não! Gostei muito dessa parte, de verdade, porque às vezes os livros de fantasia se perdem um pouco neste ponto... Foca-se muito no par romântico e esquece-se todo o plano de fundo.
Minha opinião final é que este é o melhor livro e que a leitura dele é muito agradável. Li tudo em um dia, sem dificuldades e sem ficar cansada! É muito legal e compensa finalizar! Como eu disse antes, o final é um tanto quanto aberto em alguns pontos, mas é satisfatório e termina bem a história! Recomendo e acho que vocês vão gostar muito!
Se você gostou dessa resenha, deixe um comentário com sua opinião (não custa nada)! Contem para nós se vocês também gostaram? Um ponto que não foi citado, se a resenha ajudou na leitura e essas coisas!
Compartilhe nas suas redes sociais a resenha, se você achou bacana, e não se esqueçam de nos seguir no insta (@caleidoscopio_literario) para mais resenhas e dicas!
Comentários
Postar um comentário