Opinião sobre Série: Corte de Espinhos e Rosas
Resenha por Bianca Ramos
Autora: Sarah J. Maas
Resenha
Oi, caleidoscópios. Como vocês estão? Desolados porque mais uma série acabou? Eu certamente estou bem triste, pois não tenho mais livros de Sarah J. Maas para resenhar. E não, ainda não li Cidade da Lua Crescente, mas é porque estou esperando lançar as continuações, ok?
Semana retrasada tivemos a última postagem do universo de Corte de Espinhos e Rosas e como é do nosso costume, antes de partirmos para a próxima série, trouxemos para vocês um apanhado geral sobre as obras, com nossa opinião geral e se a leitura é boa, essas coisas...
Antes de começar, vou deixar avisado que esta resenha contém spoiler sobre os cinco livros da série e do final de cada um deles, caso você não queira ler este tipo de conteúdo, melhor não ver este texto agora. Leia primeiro as obras e depois retorne para ver se nossas opiniões estão de acordo!
Estão avisados, né? Agora, vamos lá!
Bom, a nossa série é composta por quatro livros “oficiais” e mais um spin-off bem fininho, entre o terceiro e o quarto volume. Neles, nós conhecemos e nos aventuramos, junto com Feyre Archero, bem como com sua irmã Nestha, no mundo de Prythian, uma terra de feéricos imortais e, muitas vezes, cruéis,
Como usual, vou falar um pouco sobre cada obra dando minha opinião, mas isso vai ser bem resumido mesmo, já que temos resenhas de todas aqui no blog! Vale a pena dar uma conferida lá em...
Iniciamos esta série com “Corte de Espinhos e Rosas” que é um livro mais introdutório. Assim, junto com Feyre, acompanhamos sua descoberta sobre o mundo feérico e tudo mais, além de vermos ela se apaixonando e lutando, com unhas e dentes, por esse amor. Para ser bem sincera, a leitura é um pouco cansativa à princípio, sendo que realmente fica boa depois da metade, quando a ação realmente entra em cena.
O segundo volume é “Corte de Névoa e Fúria” e este sim é um livro ótimo do início ao fim. Lidamos com as consequências do que aconteceu em Sob a Montanha e descobrimos que Feyre ficou traumatizada com tudo – o que é bem plausível. Particularmente, isso foi uma coisa que me agradou muito, pois é comum em livros de fantasia que os nossos “heróis” passem por situações horrendas e sigam sua vida normalmente. Conhecemos também um pouco mais sobre Rhysand (e nos apaixonamos por ele), bem como vemos o início de uma guerra se formando. Trata-se de um livro que não te dá paz, porque toda hora acontece alguma coisa bombástica!
O último livro oficial sobre a história de Feyre é “Corte de Asas e Ruína” em que a guerra realmente se inicia e os nossos personagens têm que dar um jeito de resolver a situação. Primeiro há a nossa protagonista destruindo, lentamente, a Corte Primaveril e depois voltando para Velaris, para os braços de seu parceiro e para as estratégias bélicas. Este é um livro bom, não tanto quanto o segundo, mas a leitura é gostosa e prende bastante, as descrições das batalhas são ótimas, mas o final... Ficou em aberto, como sempre.
Para nos despedirmos de Feyre como protagonista e vermos, mesmo que brevemente, as consequências da guerra, fomos presenteados com “Corte de Gelo e Estrelas”, ou pequena fanfic, como eu carinhosamente o apelidei. Trata-se de um spin-off, bem curtinho, mostrando o solstício de inverno dos nossos personagens, sendo o primeiro depois da guerra, deixando claro o modo com que cada um está lidando com o fim das batalhas e como a paz instaurada é frágil. O ponto mais legal deste livro, para mim, é a alternância de pontos de vista, pois temos as narrativas de Cassian, Rhysand, Mor e até mesmo de Nestha. Honestamente, não é uma obra que chama muito a atenção, mas compensa dar uma chance.
Por fim, chegamos ao maravilhoso, esplêndido e excelente “Corte de Chamas Prateadas” (que na verdade são douradas). Nele temos a história de Nestha Archeron, irmã mais velha de Feyre, e do pós-guerra. Neste livro há a informação de que a paz conquistada a duras penas na verdade é muito frágil e, honestamente, não deve durar muito. Primeiro porque as rainhas humanas não aceitaram bem estar do lado “perdedor” e segundo porque os próprios feéricos estão de olho nas terras após a muralha, agora que o artefato se foi.
Há tensão sexual (e amorosa) entre Nestha e Cassian, bem como a garota se descobrindo no mundo feérico, enquanto precisa lidar com seus poderes e também ir atrás dos Tesouros Nefastos. Trata-se de um livro bem mais maduro e não somente pelo conteúdo quase pornográfico, mas pelos dilemas e pensamentos da protagonista, que não é boazinha e muito menos tenta ser.
Bom, encerrado este pequeno resumo, vamos à nossa opinião geral! Em primeiro lugar, o que não é surpresa para ninguém, acho que o melhor livro, até agora, é o da Nestha! Corte de Chamas Prateadas realmente ganhou meu coração pelo tema retratado e pela escrita, que é realmente fantástica. Não teve nenhum momento durante a leitura em que fiquei “meu Deus, que chato” ou que simplesmente não conseguia avançar.
A série toda, no geral, é bem mais romântica do que Trono de Vidro. Eu já cheguei a mencionar, inclusive na resenha de opinião sobre os oito livros (vai lá conferir depois), que a saga de Aelin parece mais política, focando na libertação do povo em vez dos relacionamentos dos protagonistas... Já em Corte de Espinhos e Rosas temos o contrário, aparentemente, a parte bélica, de estratégias e mazelas, fica em segundo plano e entra em cena o modo como os protagonistas se relacionam, seja amorosamente, como também em suas amizades.
Tanto temos isso que o final de Corte de Asas e Ruína é extremamente estranho quanto a guerra, pois quem mata o Rei de Hybern é a Elain (que é uma planta, tadinha) com a faca do Az e depois temos Amren incorporando a música da Paula Fernandes, virando pássaro de fogo e matando geral. O desfecho não dura nem 30 páginas direito, enquanto que a morte de Rhys e a promessa dos dois viverem juntos para sempre (inclusive morrendo juntos) é o que realmente chama a atenção no final.
Sobre a protagonista dos quatro primeiro livros, Feyre, confesso que durante a primeira leitura a achei chata e depois, na segunda, continuei a achando chata. A verdade é que ela é boazinha demais e, mesmo com a história penosa de vida que não desmereço jamais, não me chamou muito atenção. Mas não se preocupe, a obra continua prendendo do mesmo jeito, ou seja, mesmo achando a personagem principal sem sal, li todos os volumes muito rápido.
O mesmo não podemos dizer que Nestha que entrou no meu ranking de personagens favoritas da vida! A questão dessa protagonista é que não temos uma mocinha fofa e perfeita, uma heroína propriamente dita, já que a primogênita das Archeron é uma mulher muito forte e cheia de traumas, que erra, é impulsiva, fala umas coisas que não deveria, é egoísta e sabe disso...
Não temos aqui aquele estereótipo de mulher perfeita que a sociedade fica enfiando na nossa cabeça desde que somos pequenos, pelo contrário, com ela aprendemos que tudo bem se as coisas derem errado, se você quiser se priorizar, se perder a cabeça e falar uma coisas erradas... O importante é reconhecer o erro e seguir em frente, sempre buscando melhorar e não deixando peças importantes de nossa personalidade para trás. Trata-se de uma personagem extremamente real (inclusive, me identifiquei em algumas partes e acho que todas as mulheres que lerem vão fazer o mesmo).
A série não nos trouxe nenhuma morte muito significativa ou que você sinta tanto, como aconteceu com Asterin em Trono de Vidro. A verdade é que o único personagem que eu gostava e morreu, foi o Suriel e mesmo assim não achei que sua partida foi realmente relevante para a história.
Perdemos o maior fofoqueiro de Prythian? Sim. Ele era fofinho? Também. Mas não posso afirmar que a sua morte mudou o curso da história ou impactou a narrativa, porque isso não aconteceu. Foi uma morte gratuita, só para nos fazer criar mais ranço da Ianthe e também para dar certa “emoção” ao enredo.
Outro personagem que merece destaque aqui é Azriel. Honestamente, não entendo até agora o apelo que o illyriano tem com o fandom, porque não vi nada que justificasse todo o alvoroço. O encantador de sombras tem uma história bacana, um mistério ao redor de seu passado e do seu dom, mas mesmo assim não é nada que chame muita atenção, já que ele mal tem falas ou realmente aparece na história. Acho que focaram bastante na “envergadura da asa” dele, o sexualizando, do que realmente analisaram a relevância dele para o livro.
Agora, em contrapartida, Cassian ganhou o meu coração e não é só pela personalidade sarcástica, por sempre ter uma piadinha ou pelo gosto exagerado por vinhos. Ele é um personagem complexo, apesar de aparentar ser normal em um primeiro momento, pois o general também possui um passado complicado, mas aprendeu a lidar com tudo de uma forma mais tranquila.
Eu já gostava dele desde Corte de Névoa e Fúria, mas em Corte de Chamas Prateadas, meu amor se estabeleceu completamente. O general é maravilhoso neste livro e não somente por ficar fazendo taradices com Nestha, mas também por aceitar a parceira que tem, sem tentar mudá-la em nenhum aspecto. É aquela história, ele sabe bem o tipo de garota que a Archeron é, mas a aceita do mesmo jeito, sem passar a mão na cabeça dela pelas atitudes ruins ou sem desmerecê-la tentando protegê-la.
Uma coisa que precisamos deixar bem claro é que Sarah J. Maas mostrou-se a rainha de construir personagens femininas fortes. Aqui não temos o estereótipo de mocinha que precisa ser resgatada... Vamos desde Mor, que mete a porrada em qualquer um, passando por Amren, que não está nem aí e todos morrem de medo, a Feyre, que aprendeu a se defender muito bem e possui poderes bem singulares. Além disso, existe Nestha, que possui um poder que ela nem mesmo sabe controlar, de tão pouco que é, e virou Valquíria, até a doce e fofa Elain, que quando teve a oportunidade, enfiou a faca no Rei de Hybern.
Não há mocinha que precisa ser salva. Na verdade, são elas que salvam os garotos!
Outro ponto importante é que o desenvolvimento de Feyre e Nestha foram ótimos de se acompanhar, principalmente da primeira. Sim, ainda acho a Archeron caçula chata, mas não posso negar que a personagem progrediu muito, saindo de uma garota que caçava na floresta gelada para alimentar a família para ser a Grã-Senhora da Corte Noturna, que possui um poder gigante e uma força invejável.
Ainda sobre os personagens, devo dizer, uma das coisas que eu não gostei foi a mudança de personalidade de alguns deles, principalmente Tamlin. O Grão-Senhor da Corte Primaveril foi um covarde em Sob a Montanha, assistindo a mulher que supostamente amava ser torturada de várias formas e não fazendo nada, mas ele simplesmente mudou de personalidade no segundo livro.
Longe de mim defender o que Tamlin fez com Feyre, pois sou completamente contra qualquer tipo de violência, principalmente as perpetradas contra mulheres. Não acho que nada justifique as atitudes que o personagem teve, mas também não podemos demonizá-lo ou falar que em Corte de Espinhos e Rosas ele já dava indícios do que iria fazer com a Archeron no segundo livro, porque isso não aconteceu.
Houve sim uma mudança de personalidade do Tamlin do primeiro livro para o do segundo e acredito que isso tenha ocorrido por causa do que aconteceu em Sob a Montanha, já que todo mundo ficou extremamente traumatizado. Achei que Sarah poderia ter explicado isso, a fim de que pudéssemos entender de onde veio tais atitudes e não simplesmente jogar tudo como se ele já fosse assim.
Repito novamente, informar porque o personagem mudou de personalidade de repente não é passar pano para as suas atitudes e nem justificá-las. Da mesma forma que entender o motivo de um crime não o isenta de punição!
A série, como um todo, é treta atrás de treta. O leitor não tem um segundo de paz, meus amigos! É Amarantha, Rei de Hybern, Beron, violência doméstica contra a mulher, rainhas humanas, seres imortais e iguais a deuses... É bem aquela expressão “eita atrás de vixe”, e isso é ótimo, porque torna a leitura mais chamativa, pelo menos para mim!
Sobre os vilões, são todos muito bem construídos e tudo mais... No entanto, a história de uma delas chama atenção: Amarantha. A nossa rainha tirana era malvadinha e sádica na medida certa e tinha tudo para ser maravilhosa... Se a sua trajetória não fosse resumida a uma vingança, baseada no fato de que Tamlin a rejeitou.
Sério... Por que as mulheres vilãs nunca podem ser malvadas por poder e sim sempre por macho? Confesso que deu preguiça demais isso, porque ela tinha tudo para ser daquelas que quer usurpar o poder, ser maldosa e dar dor de cabeça para todo mundo... Mas fazer isso tudo por causa do Tamlin? Preguiça!
Outra coisa que eu queria chamar atenção é o bendito do laço de parceria. Sério, todo mundo tem que ter um parceiro? Não era para ser algo raro?
Sinto que Sarah se apoia muito nesse bendito laço, já que todos os nossos personagens tem um parceiro para chamar de seu, até Elain, que nem história tem, ganhou Lucien de presente assim que foi “Feita” feérica. A cena do laço de parceria de formando entre Cassian e Nestha em Corte de Chamas Prateadas é linda? Sim. Eles mereciam isso? Com certeza, mas mesmo assim fica cansativo e parece que a autora realmente não forma casais sem isso.
Bom, já caminhando para o término da resenha... Vamos falar sobre Sarah J. Maas e seus benditos finais abertos. Sério, eu não aguento mais! Lemos três livros ótimos, para chegar no final e ter um tanto de personagem solto, sem que a gente soubesse o que iria acontecer, como Vassa, a rainha humana amaldiçoada.
Aí você pensa... Calma, Bia. É porque ela vai escrever mais livros, né? ERRADO! Isso porque Corte de Chamas Prateadas terminou do mesmo jeito que começou... Sem resolver nada! A rainha humana Briallyn morreu em duas páginas depois de ameaçar Cassian, não descobrimos sobre o envolvimento real de Beron nessa história toda ou se Korshei realmente influenciou todo mundo e muito menos conseguimos descobrir o que vai acontecer com Vassa e com as terras humanas desprotegidas. Além de que tem outros continentes de olho na situação, prontos para atacarem!
Acabou que todo mundo ficou doido atrás dos Tesouros Nefastos para Nestha usá-los para salvar Feyre e o bebê na hora do parto... E só! Ficou por isso mesmo. Tivemos um arco grandioso, cheio de tensão e tudo mais, pra absolutamente nada ser resolvido.
Claro que ela pode ter feito isso porque teremos mais livros, mas mesmo assim... Estou a três livros tentando descobrir o que será de Vassa, e olha que nem gosto dessa personagem, mas não consigo deixar de ficar curiosa!
Eu recomendo a leitura da série, acho que vocês vão gostar muito! É realmente muito boa e bem escrita, Sarah J. Maas sabe mesmo escrever sagas que marcam nosso coração e nos deixam completamente viciadas! A leitura é ótima e vale muito a pena!
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