Série O Povo do Ar: O Rei Perverso (Livro 02)

 Resenha por Bianca Ramos

Título Original: The wicked king

Autora: Holly Black

Tradução: Regiane Winaeski

Editora Galera Record, 2021 – 10ª edição.

Livro Físico, 308 páginas



Sinopse

“Para sobreviver no Reino das Fadas, Jude Duarte precisou aprender muitas lições. A mais importante delas veio de seu padrasto: o poder é bem mais fácil de adquirir do que de manter. Jude achou que, depois de enganar Cardan para que ele jurasse obedecê-la por um ano e um dia, sua vida se tornaria mais fácil. 

Agora, Cardan é o Grande Rei. Jude é a mão por trás do trono. Cinco meses já se passaram, e ela não conseguiu fazer nada além de dar algumas ordens ao rei. Se quiser guardar o trono para seu irmão, Jude precisará pensar, e rápido, num plano para fazer Cardan se curvar a ela por mais tempo, mas essa parece ser uma tarefa impossível quando o Grande Rei faz tudo para humilhá-la e prejudicá-la, mesmo que seu fascínio pela garota humana permaneça intacto. 

Como se não bastasse, as ondas ameaçam engolir as ilhas de Elfhame e Jude recebe um alerta: alguém traiu você. Mas quem? Jude precisa lutar para salvar a própria vida e a daqueles que ama, além de, nesse meio-tempo, lutar contra seus sentimentos conflituosos por Cardan. Em um mundo imortal, um ano e um dia não são nada...”


Resenha

Oi, caleidoscópios! Como vocês estão? Tiveram uma boa semana? Esperamos que sim!

Bom, ainda estamos lendo a Trilogia do Povo do Ar e hoje trouxemos a resenha de “O Rei Perverso”, segundo livro da saga de Jude Duarte na corte de Elfhame. No entanto, antes de começarmos a falar sobre ele, é sempre bom lembrar como terminou O Príncipe Cruel, não é mesmo? 

A primeira obra foi finalizada com uma confusão generalizada e uma matança desordenada. Pois é, acabou que Dain foi proclamado Grande Rei pelo seu pai, mas antes de poder realmente assumir o trono, durante a sua cerimônia de coroação, Balekin, unido com Madoc, deu um golpe e os dois saíram matando todo mundo. Basicamente ficaram vivos o próprio Balekin e Cardan, além de Oak, que descobrimos ser filho do Príncipe Dain com uma das consortes do seu pai, mais especificamente a mãe de Locke. É, parece mais uma situação de casos de família do que tudo né? 

Após a matança desordenada, Cardan conseguiu fugir com a ajuda de Jude, que deu um golpe de mestre e orquestrou um plano para que seu inimigo assumisse o trono, no lugar do irmão caçula, impedindo que Madoc se tornasse regente e o reino das fadas entrasse em uma guerra eterna. Obviamente que isso não foi feito com o consentimento do príncipe, que não queria se tornar rei, sendo que para tanto a humana fez com que o feérico jurasse lhe obedecer por um ano e um dia, deste modo, Oak enfiou a coroa de sangue na cabeça do “tio” e pronto, surgiu um Grande Rei. 

Terminamos Príncipe Cruel deste modo, com Cardan puto por ter sido coroado Rei e deixando claro que não queria o cargo, sendo que é Jude quem governaria. Já no início do segundo livro, após passado alguns meses, a situação continuava a mesma! O feérico não estava sendo dócil (até porque nunca foi) e nem cooperando com a humana, deixando todas as tarefas nas mãos de Duarte, enquanto que ele somente se embebedava, fingia governar e participava de festas e mais festas... 

Nitidamente percebemos que Jude está bem perdida como senescal (ou mão) do Rei, ainda mais porque o reinado de Cardan é recente e ela tem apenas cinco meses de domínio sobre ele, já que o tempo passou. Isso é um problema, meus amigos, porque depois que o feérico sair de seu controle, a humana não sabe como o governante irá reagir e nem o que fará... Ou seja, ou a garota confia no rei ou consegue outro juramento, ganhando mais tempo para si e para Oak.

Bom, ninguém mais sabe que Jude controla Cardan e enquanto a garota não consegue pensar em um jeito de resolver seu problema, o reinado do feérico continua a todo vapor. Locke, quem ainda nós não gostamos, convence o Grande Rei a nomeá-lo como Mestre da Esbórnia, isto é, a pessoa que é encarregada de organizar o entretenimento da corte. Vocês acham que isso vai dar certo? Obviamente que não!

Ao mesmo tempo, recebemos a informação de que Balekin está preso na Torre do Esquecimento, um tipo de prisão em que as pessoas que lá estão são realmente esquecidas! No entanto, mesmo estando aprisionado, o príncipe feérico não age como tal e é tratado de forma diferenciada pelos guardas do local. 

Além disso, temos Nicasia, a filha da rainha Orlagh, do reino oceânico, que continua apaixonada por Cardan. No entanto, o Grande Rei não aparenta ligar para os sentimentos dela, mantendo amantes e seguindo sua vida como se nada tivesse acontecendo... Até que em um dia a garota tenta matar uma das mulheres que estão com o governante, mas acaba errando e quase acertando o próprio amado. 

Um desastre? Sim! E piora, porque Jude fica nitidamente com ciúmes do rei. Essa é a primeira vez em que temos um real vislumbre dos sentimentos da garota por Cardan, mesmo que ela não entenda muito bem o que está sentindo, está claro para o leitor o que acontece.

Não bastasse isso, ainda há a questão de que Taryn, agora noiva de Locke, está agindo de um modo muito suspeito, e Madoc não fica atrás! Parece que toda a família está muito estranha, após Jude conseguir que Vivi levasse Oak para o mundo humano, a fim de ser criado longe de toda aquela confusão do reino das fadas, sendo que até mesmo Oriana não está em seu comportamento normal. 

Neste meio tempo, acontece mais uma das festas no mundo das fadas, a Lua do Caçador, sendo  a primeira com Locke exercendo o seu papel de Mestre da Esbórnia. Coisa boa não vai acontecer, né? E realmente a situação foge do controle, pois Jude é coroada “rainha da euforia”, isto é, eles a enfeitiçam – no caso dela, somente tentam porque o geas de Dain ainda funciona – e a humilham. 

Cardan não faz absolutamente nada para impedir isso de acontecer, mas também não demonstra gostar do ocorrido. É uma parte bem estranha para ler, pois Jude tem consciência do que estão fazendo com ela, mas como não pode revelar seu geas, acaba por ter que fingir estar sendo controlada e estar amando tudo que acontece. 

No entanto, durante a Lua do Caçador o povo do mar aparece na festa, obviamente sem serem convidados, e pegam todos de surpresa. Isso porque as relações não estavam muito boas e Jude já havia sido avisada por Nicasia que alguém teria a traído, mas não revelou quem, então acaba que o leitor fica curioso demais para saber o que está acontecendo. 

Vocês acham que o povo do mar vem tranquilo e sereno, só para aproveitar a festa? Nada disso! Eles aproveitam a oportunidade para ameaçar Cardan a se casar com Nicasia, se não a rainha Orlagh atacaria. 

O que vocês acham que o Grande Rei fez? Decidiu se casar ou não atendeu às exigências de Orlagh? Balekin aceitou o irmão assumir seu lugar no trono? E quanto a Madoc, o que está tramando? Essa e outras perguntas vamos responder na segunda parte dessa resenha! 

Bom, este livro foi mais tranquilo de ler que o primeiro, até porque temos um pouquinho mais de ação e as coisas realmente acontecem de uma forma dinâmica, mas mesmo assim, continua chata a narração da Jude em primeira pessoa. Vocês devem achar que é frescura minha, mas eu honestamente achei que a versão, com os pensamentos da protagonistas, fica muito enjoativa. 

Até porque, tem horas que você se pega pensando “por que você está fazendo isso, Jude?” de tão loucas que são algumas atitudes de garota. Nitidamente este livro é melhor e a segunda parte dele é muito mais, no entanto, ainda sim não achei excelente e acredito que algumas opiniões positivas são um pouco exageradas. 

Recomendo a leitura porque ouvi dizer que o terceiro livro é muito bom. Vamos ver se é mesmo! Não desanimem, afinal, Cardan é o melhor personagem dessa saga e torna a leitura bem mais agradável.

Caso você vá parar de ler aqui, por causa do spoiler, não se esqueça de seguir a gente no Instagram (@caleidoscopio_literario) e deixar sua opinião nos comentários! É muito importante! 


AVISO! A PARTIR DESTE PONTO CONTÉM SPOILER

Se você não gosta, não continue!


Agora começam os spoilers, se você está com pressa e não leu o aviso acima, estou te avisando de novo... A partir deste momento, teremos spoilers!

Bom, descobrimos sobre a ameaça do povo do mar, no entanto, Cardan não cede às exigências da rainha e Jude desconfia que Balekin está trabalhando com Orlagh para retirar o Grande Rei de seu trono. Para descobrir isso e receber informações, a garota decide usar a  mãe dele, Asha, que também está presa na mesma torre que o príncipe, a fim de enganá-lo... E novamente, o rei não sabe de nada disso. 

A dinâmica entre Jude e Cardan, cabe ressaltar, é muito estranha. Os dois nitidamente querem um ao outro, e chegam até mesmo a dar uns amassos, mas a humana não confia no feérico de jeito algum, mesmo reconhecendo que aquele garoto que estudava com ela mudou e não tem mais as mesmas atitudes. A tensão entre eles é grande e vai se desenvolvendo ao longo da história, no entanto, este não é o foco do livro! 

O principal são os jogos políticos, o que é bastante legal, como eu disse na resenha passada. Fato é que Jude, como senescal, está vivendo uma série de provações e realmente está sendo traída! Confesso que fica bem óbvio quem está traindo a garota, no entanto, não vou contar aqui quem é, já que vocês vão ter que ler para descobrir. 

O povo do mar deixou claro para Cardan que caso a oferta de casamento com Nicasia não fosse aceita, eles iriam se vingar espalhando o sangue do rei, ou seja, de algum parente. Jude, obviamente, pensa em Oak, no mundo dos humanos, vivendo com Vivi e sua namorada humana, Heather. Assim, diante da ameaça a seu irmão mais novo e futuro sucessor de Cardan, a humana cria uma pequena aliança com Madoc para salvar o herdeiro do trono. 

Assim, eles esperam que o povo do mar ataque Oak no casamento de Taryn e Locke, então montam algumas “armadilhas” para pegar os possíveis agressores. No entanto, um dia antes Jude é agredida por um grupo de feéricos, que a roubam e tentam matá-la. 

Seria o povo do mar? Ou outra pessoa? E Oak foi sequestrado? Cardan cedeu à pressão feita pela rainha Orlagh? Isso e muito mais (muito mesmo) vocês vão descobrir lendo o livro, porque não contarei mais spoilers. 

A leitura deste segundo livro flui bem mais que a do primeiro, acho que é porque estamos mais familiarizados com o reino das fadas e com os personagens. Não há necessidade de ficar explicando o que é cada coisa, então a narrativa é bem mais dinâmica, mas para mim, a parte mais legal é a segunda. 

Este volume não contém tanto drama, é mais estratégias políticas e Jude querendo pegar Cardan, mas não admitindo isso para si mesma. Claro que as decisões da nossa protagonistas irritam demais e você fica o tempo todo pensando “Jude, não!”, mas ainda é melhor que o primeiro. 

Isso porque neste temos alguns “mistérios” a serem resolvidos e como Jude desconfia de todo mundo, entramos na mesma paranoia que ela. O único problema é que a personagem fica suspeitando de todos, no entanto, não faz absolutamente nada, não confia em ninguém! Dá agonia e dá vontade de entrar na história só pra xingá-la. 

Confesso que achei que a leitura seria melhor, no entanto, acho que cheguei com a expectativa muito alta para essa trilogia no final das contas. O final do livro é muuuuuito interessante, muito mesmo, ainda mais porque Cardan é bem esperto. 

O Grande Rei ganhou meu coração neste livro, é importante ressaltar. Não achei que ele fosse cruel, enquanto príncipe, e nem o achei perverso, porém, ele acabou me conquistando porque é um personagem que você desconfia (porque Jude não confia nele), mas ao mesmo tempo sente que não é o vilão e nem é mau. 

Recomendo continuar, principalmente porque falta somente um livro para finalizar a trilogia, mas a leitura também é legal! Persistam, na segunda parte tudo flui e vocês vão terminar rapidinho! 

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