Livros que Marcaram minha Vida - Bianca


Resenha por Bianca Ramos




Oi gente, como vocês estão? Espero que todos estejam bem e com saúde!

Seguindo a linha de postagem, já que Iasmin fez uma resenha desse tema semana passada, hoje vim trazer para vocês os livros que marcaram a minha vida. 

Ao longo de meus vinte e quatro anos, tenho o orgulho de dizer que li bastante. Se formos ser exatos, até o momento em que estou escrevendo isso, foram 281, conforme informações do meu skoob, que uso para organizar as leituras. Inclusive, se alguém também usar o aplicativo, me sigam: Bianca de Castro Ramos, sigo de volta e a gente ainda pode trocar uma ideia e acompanhar as leituras uns dos outros. 

Desses mais de duzentos livros lidos, é difícil escolher os principais, porque sempre estou mudando a lista de favoritos e que me marcaram mais. Até porque, à medida que o tempo passa, o nosso gosto literário vai se alterando e aquelas leituras que você amava vão ficando um pouco de lado. 

No entanto, fiz um esforço descomunal e trouxe o total de dez “Livros que Marcaram Minha Vida”, em momentos bem específicos e por motivos peculiares. Para não ficar chato, vou dar minha opinião sobre as obras elencadas, mas acredito que o mais importante é dizer em que momento essas leituras mexeram comigo e por que, então... Talvez tenha spoiler, mas nem tanto, não se preocupem. 

Vou tentar, ao máximo, não contar o conteúdo das histórias, além da sinopse! Vamos ver se vou conseguir!

A Iasmin é uma pessoa completamente organizada e separou as leituras de acordo com a ordem cronológica. Eu não sou assim, logo, a minha lista está na ordem do “lembrei e fui colocando”. Eis as obras que me marcaram:

  1. Harry Potter, de J. K. Rowling 

Eu desafio alguém da minha idade que não seja fã de Harry Potter e que não tenha lido pelo menos um livro da saga ou tenha visto um dos filmes. Posso dizer, com o maior orgulho, que li todos, mais de uma vez e vi as adaptações no cinema (nem todas, infelizmente). 

A primeira vez que fui para Hogwarts, junto com Harry, durante a leitura, obviamente, foi por volta dos meus 12 anos. Antes disso, eu já tinha o hábito de ler, pois meus pais sempre me incentivaram muito, mas ainda não tinha feito minhas próprias escolhas literárias, porque geralmente lia o que tinha em casa mesmo e não tínhamos um acervo bom de livros juvenis, só mais para criança, já que minha mãe é professora infantil. 

Harry Potter foi o marco da minha iniciação à leitura e das minhas próprias escolhas, além de que Relíquias da Morte foi o primeiro livro da minha coleção, hoje bem grandinha. Por meio dos escritos de J. K. Rowling que adentrei neste mundo da fantasia, que tanto amo e nunca mais saí. 

É um livro que nunca me canso de ler, de verdade, e que me marcou muito como leitora. A Bianca de 24 anos é grata a aquela adolescente de 12/13 anos por ter enchido o saco dos pais para comprar o livro, no Carrefour, e depois ficar a madrugada inteira lendo na festa do primo, mesmo não possuindo os outros seis livros (comprei só o relíquias da morte), para então infernizar a vida do papai e da mamãe até ganhar a coleção completa. 

Talvez, se não fosse aquela birra, eu não seria a leitora que sou hoje e com os gostos que tenho. Obrigada, Bianca adolescente! Você fez uma ótima escolha de vida! 

Só um adendo: eu sei das polêmicas que a J. K. Rowling está envolvida sobre transfobia e só para deixar bem claro, não concordo com este tipo de atitude! Mulheres trans são mulheres e merecem ser respeitadas! No entanto, isso não tira, de forma alguma, o mérito da obra e nem o modo como Harry Potter marcou minha jornada!

  1. A Saga Crepúsculo, de Stephenie Meyer 

Confesso que fiquei com vergonha de colocar os quatro livros da Saga Crepúsculo nessa lista, porque todo mundo fica falando “ah, mas Crepúsculo… Credo, mimimi”, mas depois segui o meu próprio conselho e resolvi listá-los aqui, porque sim, os escritos de Stephenie Meyer marcaram minha adolescência. Eu era sim uma garotinha histérica pelo Edward Cullen, que tinha pôster e ia ao cinema gritar toda vez que Robert Pattinson aparecia na tela.  

A verdade é que nós temos que nos aceitar como somos e o nosso passado faz parte nisso. No meu caso, eu era apaixonada por Crepúsculo e isso marcou minha trajetória literária sim! Essa foi uma época em que comecei a ler livros de romance, um atrás do outro, e creio que isso ajudou bastante no fortalecimento do meu hábito de leitura.

Sério, gente, eu passei a ler muito, muito mesmo, depois disso. Passava o dia todo vidrada nas páginas dos livros... E isso não mudou quase nada, porque a Bia adulta ainda passa uma grande quantidade de tempo com a cara escondida atrás dos livros, graças a Deus!

Além disso, foi depois de ler Crepúsculo que adquiri o hábito de ficar pesquisando mais sobre a história, os autores, o que eles tinham publicado antes, o que os motivou, além de ser apresentada às fanarts, fanfics e teorias das conspirações…  E sim, até hoje faço essas pesquisas em praticamente todos os livros que gosto! 

  1. As Alegrias da Maternidade, de Buchi Emencheta

Pois é, o nome é estranho mesmo, mas este é um livro que li no final de 2019, salvo engano, o último do ano, mas que me marcou de uma forma inigualável. Sigo acreditando que toda mulher deve ter uma experiência literária como esta. 

Estamos falando sobre um livro escrito por uma mulher negra, nigeriana, que retrata a realidade de outra mulher preta, que sofreu sua vida inteira simplesmente por seu gênero e da sua posição na sociedade. Nele falamos sobre violência doméstica e familiar, sobre abuso, maternidade, pobreza, exclusão social e muito mais, além de, é claro, te tirar da zona de conforto de um modo leve, pois a escrita é muito boa e a leitura é muito rápida. É daqueles livros que incomodam, mas de vez em quando, precisamos ser incomodados!

Não se trata de um livro leve e tranquilo, mas de um que desperta senso crítico e que te faz questionar qual o seu papel, enquanto mulher, na sociedade em que vivemos. Comprei ele na TAG Experiências Literárias e não me arrependo jamais, inclusive, meu sonho de princesa trazer uma resenha dele para cá! 

  1. Vidas Secas, de Graciliano Ramos

De leitura obrigatória no currículo escolar brasileiro, Graciliano Ramos está entre os clássicos da literatura nacional. E foi com ele que eu aprendi que livros nacionais podem ser ótimos, pois foi nele que encontrei “meu lugar” e meu interesse nas obras do nosso país. 

Penso que isso foi o que mais me marcou… O “despertar” para a literatura produzida no Brasil, não somente as antigas e clássicas, mas também pelas atuais e modernas. Ainda não leio tanto quanto deveria, porém… Foi Graciliano Ramos que me fez pensar “poxa, esse livro é ótimo, por que ninguém está falando isso?”. 

Lembro-me de ter realizado a leitura para uma aula de literatura, chegar na escola maravilhada com a história e ficar chocada porque ninguém estava encantado como eu! O livro marcou tanto, que me recordo inclusive que o li durante a Copa do Mundo de 2014, que aconteceu no Brasil, durante a época em que as escolas “adiantaram” as férias. 

  1. Sejamos todos feministas, de Chimamanda Ngozi Adiche

Outro livro obrigatório para as mulheres e homens do mundo todo. Esta foi a primeira obra temática sobre feminismo que li na vida, então obviamente que me marcaria muito. Foi com ela que aprendi o que é ser feminista, quais as principais reivindicações do movimento e o motivo pelo qual precisamos lutar. 

Li com 18 anos de idade e me lembro de devorá-lo nos intervalos das aulas de legislação para tirar carteira de motorista. Depois disso, nunca mais parei de estudar sobre o feminismo, de buscar mais sobre a causa e de lutar, ao lado de outras mulheres, por um mundo mais igualitário, mais justo e mais seguro para todas nós! Foi um marco da transição da “Bianca adolescente” para a “Bianca adulta”, além de que foi um dos poucos livros não jurídicos que li durante a graduação e que realmente me marcou!

  1. A Velocidade da Luz, de Javier Cercas

Gente, este livro… Sem palavras para descrevê-lo. Ele veio em uma das caixinhas da TAG Livros, em janeiro, sendo que a minha maior recordação foi de ficar o dia todo na cama, devorando a história e me perguntando como eu tinha passado tanto tempo sem conhecer essa obra de arte! 

Meu sonho de princesa é ler mais livros deste autor (dicas de presente de natal para mim, caso algum amigo esteja lendo), mas a lista de leituras ainda está muito grande para eu ficar enfiando mais coisas. Amei a história do início ao fim e me surpreendi muito com a narrativa, pois era a primeira vez que eu tinha um contato com uma obra assim, mais sólida, com narrativas mais longas e nem tantos diálogos… 

Acredito que esta leitura tenha me marcado por ter me tirado da “zona de conforto literária”. Eu sempre lia muita fantasia, romance, distopias, mas tudo best-seller, aqueles livros mais famosos e que vendem muito, então não tinha contato com os que não fosse muito com essa pegada supracitada. “A velocidade da luz” foi o primeiro, fora desses gêneros, que me prendeu e fez ver um mundo literário diferente!

O mais legal sobre essa obra, caso alguém queira ler, é que não dá para saber se essa é meio que uma biografia ficta do Javier Cercas, ou se é tudo ficção, pois o personagem principal não tem nome! Alguns pontos se parecem um pouco com a própria história de vida do escritor, ou seja… Até hoje vivo curiosa (e querendo reler essa obra prima). 

  1. Princesa Mecânica, de Cassandra Clare

Nesta lista de livros que me marcaram não poderia faltar Cassandra Clare de forma alguma! Então, entre todos os que eu já li desta autora – e sim, amei todos – o que mais me marcou foi “Princesa Mecânica” e não foi somente porque fiquei chorando igual uma boba, mas pelo peso que isso me trouxe, pois raramente me emociono, de chorar, com livros (e filmes também). 

O primeiro motivo de ser tão especial foi porque ganhei o livro de uma pessoa muito especial, o Samuel, e o segundo porque eu realmente gostei muito do modo como a história de Will, Jem e Tessa se desenvolveu, como eles se amaram e como isso foi bom para todos, de certa forma. Queria que tivesse um poliamor ali? Sim, mas aceitei o fato como Cassandra Clare lidou com tudo. 

A verdade é que devorei essa série quando ainda era adolescente e, ano passado, li de novo os livros, com Samuel e Iasmin. Confesso que fiquei com muito medo de não gostar da narrativa e de descobrir que meu gosto literário de adolescente era péssimo, mas isso não aconteceu! Eu continuo amando a saga e leria de novo (e acho que iria gostar do mesmo jeito).

  1. Eu sei por que o pássaro canta na gaiola, de Maya Angelou

E vamos de leitura pesada e que nos dá tapas na cara! Este livro foi devorado ano passado, em um clube do livro que eu participava com algumas amigas e me marcou muito! Eu já tinha ouvido falar desta obra antes, pois assinava a TAG Experiências Literárias e essa era uma leitura que todos os assinantes recomendaram. 

Assim, resolvi dar uma atenção à indicação das pessoas e comprei a caixinha, sem nem saber direito sobre o que se tratava a história... Foi uma das melhores coisas que eu fiz. Primeiro porque este é um livro sobre luta e resistência! A personagem principal, negra e pobre, com problemas familiares, sofre vários abusos durante sua infância e adolescência! 

É um livro sobre pensar fora da caixa e sair da nossa zona de conforto. Não é uma história feliz e fofa, é triste, comovente. Lembro-me de precisar parar a leitura apenas para respirar fundo ou colocar a cabeça no lugar, tamanha é a carga emocional que carrega... E isso é ótimo. A literatura, às vezes, tem que incomodar, tem que colocar o dedo na ferida. 

Nós nunca defendemos que os livros não retratem temas sérios, mas sim que os façam com responsabilidade! Precisamos saber do que estamos falando, de como abordar aquele tema, para não o banalizar!

Este livro tem mais outros, mas sem tradução para o português... Logo, fiquei com preguiça de ler em inglês e, por isso, não sei como a história termina, mas mesmo assim, vale a pena se aventurar nesta leitura e tomar vários choques de realidade. 

Se “A velocidade da luz” me tirou da minha zona de conforto literária, “eu sei por que o pássaro canta na gaiola”  me tirou da “zona de conforto da realidade”, pois passei a enxergar o mundo com outros olhos. 

  1. Mulheres que correm com os lobos, de Clarissa Pinkola Estés

Quando primeiro fiz a minha lista de livros que iria colocar como “marcantes”, pensei em deixar essa obra de fora! No entanto, depois parei para pensar melhor e vi que, das leituras que fiz em 2020, essa foi uma das que mais me transformou... Como não mencioná-la nesta lista?

Trata-se de um livro que não é um romance ou um livro de literatura comum. É uma obra mais técnica, voltada para a psicologia e para o feminismo, sobre o “ser mulher” e voltar-se para o seu lado selvagem, o nosso lado primitivo, encontrando a nossa loba interior. 

A autora, que é uma psicanalista, pega vários contos de fadas, não aqueles da Disney, mas a versão real deles, e os usa para falar sobre como nós, mulheres, acabamos “perdidas” em meio a essa sociedade louca que nos impõe regras e mais regras, e cada vez mais corta nossas asas (ou prende nossas patas, nos impedindo de correr). Falo sem medo que toda mulher deve ler este livro, pois é uma jornada de autoconhecimento e não só uma vez, mas várias. 

Li este livro junto com a Iasmin, a ideia a princípio era ler junto com várias amigas, mas acabou que não tivemos sucesso, assim fomos somente Iaiá e eu... E foi maravilhoso. Isso porque durante as leituras, íamos partilhando nossas experiências e nossas vivências, mesmo que em alguns pontos divergimos – até porque temos jornadas e personalidades diferentes – no final chegamos quase às mesmas conclusões. 

Se você é mulher, leia este livro! Faça isso com uma amiga ou  sozinha, anotando ou simplesmente degustando a leitura, mas leia! Essa experiência vai realmente ser transformadora na sua vida e vai abrir seus olhos! E se você for homem, leia do mesmo jeito... Afinal, o feminismo não é só para mulheres, mas para todos e todes, além de que precisamos sempre conhecer mais sobre o universo que nos cerca. 

  1. É assim que acaba, da Colleen Hoover

Eu não poderia finalizar essa lista sem trazer este livro maravilhoso que devorei em um dia apenas. Minha afilhada, Thamires, havia me emprestado essa obra há um tempo, quando descobriu que minha monografia seria sobre violência doméstica e familiar contra a mulher, mas naquela loucura entre ler livros técnicos, estudar para o exame de ordem e, de fato, escrever o trabalho de conclusão, não tive tempo para este livro... 

No entanto, me arrependi amargamente! Um dos capítulos da minha monografia foi sobre “direito e literatura” e eu analisei um conto chamado A Fugitiva, da Alice Munro... Mas na verdade, se tivesse lido este livro da Colleen Hoover antes, o abordaria, sem sombra de dúvidas! 

Esta é uma obra muito sensível, muito mesmo! Fala sobre violência doméstica e familiar contra a mulher de um modo muito responsável, sem demonizar o agressor e sem tratar a vítima como uma mulher frágil e digna de pena! Do ponto de vista de alguém que lidou com isso por quase dois anos, pois fiz estágio em uma promotoria de justiça com atribuição para estes tipos de crimes, esse livro retrata bem a realidade das mulheres em situação de violência e sobre o ciclo de violência. 

É maravilhoso! De leitura rápida, mas edificante e muito, mais muito mesmo, educativo e responsável! Eu sou muito grata a minha afilhada por ter me emprestado e me apresentado a esta obra, pois realmente marcou muito a pessoa que sou hoje, até mesmo no trabalho, pois tive um novo olhar sobre as mulheres que sofrem violência de seus entes queridos, sejam eles pais, avôs, tios, maridos, namorados, ficantes, e quem mais quer que seja... 


Bom, eu queria trazer mais livros, mas a Iasmin quase me bateu quando descobriu que havia feito uma lista com 10 obras marcantes! Desculpa, miga! 

A verdade é que todos os livros nos marcam, mesmo que um pouco, e é muito difícil escolher somente alguns, mas tentei fazer o meu melhor! Caso vocês queiram, podemos fazer uma parte dois dessa resenha... Eu asseguro a todos que tenho mais uns 30 livros que me marcaram profundamente! 

E para vocês? Quais livros marcaram mais? Deixe nos comentários se nossos gostos são parecidos e dicas de mais obras marcantes, para lermos!

Se você gostou dessa resenha, deixe um comentário com sua opinião (não custa nada)! Contem para nós se vocês também gostaram? Um ponto que não foi citado, se a resenha ajudou e essas coisas! 

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