Corte de Espinhos e Rosas (Livro 01)
Resenha por Bianca Ramos
Título Original: A court of thorns and roses
Autora: Sarah J. Maas
Tradução: Mariana Kohnert
Editora Galera Record, 2019 – 20ª edição.
Livro Físico, 431 páginas
Sinopse
“Ela roubou uma vida. Agora deve pagar com o coração. Corte de espinhos e rosas é primeiro volume da série best-seller, da mesma autora da saga Trono de vidro.
Num mundo dividido uma muralha mágica separa duas espécies. De um lado, os feéricos vivem dentro de suas fronteiras cheias de beleza e mistério; do outro, os humanos possuem apenas medo, desconfiança e dificuldades.
Feyre, filha de um casal de mercadores humanos e falidos, se torna caçadora para sustentar a família. Dura como as flechas que carrega, letal como sua pontaria, ela abandona as fantasias de garota e as troca pela árdua vida nas florestas ao redor de sua aldeia.
Sua única alegria é observar as cores e sonhar em capturá-las. Mas, na floresta, coberta de neve tudo é branco e árido; como o ódio pelos feéricos que carrega no coração; Como as telas que não pode comprar ou colorir. Até que um enorme lobo cruza seu caminho… Sem hesitar, Feyre dispara… uma flecha. Um ato de rebelião.
Após matar o lobo, uma criatura bestial surge exigindo uma reparação. Arrastada para além do muro, para uma terra mágica e traiçoeira – que ela só conhece por meio de lendas -, a jovem descobre que seu captor não é um animal, mas Tamlin, Grão Senhor da Terra Primaveril. Um feérico com um segredo, escondido sob uma máscara. Ela descobre ainda que o então animal que havia assassinado era, na verdade, uma criatura mágica, uma fada zoomórfica transformada em lobo.
À medida que ela descobre mais sobre este mundo onde a magia impera, seus sentimentos por Tamlin passam da mais pura hostilidade até uma paixão avassaladora. Enquanto isso, uma sinistra e antiga sombra avança sobre o mundo das fadas e Feyre deve provar seu amor para detê-la ou Tamlin e seu povo estarão condenados.
Corte de espinhos e rosas é um livro de fantasia de tirar o fôlego. Memorável em todos os aspectos, com personagens complexos, enredo rico e um magnífico mundo de fantasia combinados impecavelmente para criar um romance épico.”
FONTE: https://www.record.com.br/produto/corte-de-espinhos-e-rosas-vol-1/
Resenha
Oi caleidoscópios! Como vocês estão? Espero que todos estejam bem e saudáveis!
Como encerramos as resenhas sobre a série “Trono de Vidro” e ainda não superamos como a saga de Aelin terminou, resolvemos trazer para vocês, agora, o mundo de “Corte de Espinhos e Rosas”. Por enquanto, temos cinco livros lançados nesta coletânea de obras, sendo três sobre Feyre Archeron, um spin-off, e outro recém lançado que trata da história de dois outros personagens deste mesmo universo.
Escritos pela adorável – e genial – Sarah J. Maas, “Corte de Espinhos e Rosas” é o primeiro livro que dá início a saga de Feyre pelo mundo dos feéricos. Em uma terra dividida por uma muralha e com resquícios de uma guerra sangrenta travada há séculos, somos apresentados a um universo um pouco diferente do de “Trono de Vidro”, mas igualmente excelente.
Nossa protagonista, chamada Feyre Archeron, é a caçula de três irmãs, órfã de mãe e com um pai inválido. Desde nova, a garota teve que aprender a se virar no mundo, para evitar morrer de fome, bem como não deixar sua família desamparada.
Ao contrário de Nestha e Elain, suas irmãs, que acreditam viver em um conto de fadas, pensando serem ricas e abastadas, e do pai, que desistiu há muito tempo de lutar contra suas limitações, a personagem principal não tem nenhuma ambição e só quer sobreviver ao inverno, presa a uma promessa que fez a sua mãe no leito de morte, a garota não pode deixá-los morrer e nem se afastarem dela. Sim, Feyre mata um leão por dia para garantir a todos o mínimo, que é comida na mesa e um teto sob a cabeça!
A Archeron tem uma alma de pintora e, mesmo com toda a dificuldade vivida, não consegue deixar de enxergar as cores a sua volta e a beleza delas. Tudo em sua visão é atraído para a arte e qualquer cena que vê, mesmo a mais trágica, consegue visualizar um quadro.
Para sobreviver diante da extrema pobreza em que vive e mesmo sendo a mais nova, Feyre aprende a caçar e se aventura na floresta, no seu lado da muralha que separa as terras mortais das cortes feéricas, local em que nem os caçadores mais experientes ousam entrar. No entanto, a nossa protagonista está desesperada por alimento, por isso, vê-se sem escolhas e tem que encarar o perigo, ou todos morrerão de fome.
Em uma dessas excursões para caçar na floresta, ainda nas terras humanas, acaba por se deparar com um lobo gigante e um cervo, assim tentando garantir o alimento da família naquele inverno, além de estar sendo movida pelo ódio pelos feéricos, que escravizaram os homens por um longo período de tempo, utilizada sua única flecha de freixo para atirar contra os animais, matando ambos.
A Archeron mais nova então retira a pele do lobo e leva a carne do cervo para sua família, decidida a, no dia seguinte, vender a pelagem dos animais para conseguirem algum dinheiro. No entanto, após retornar da feira já com o pagamento da pele, sua casa é invadida por uma besta gigante que reivindica a vida de Feyre por causa da morte do lobo.
Isso porque o animal morto, na verdade, era um feérico zoomórfico que vivia na corte primaveril e mesmo que Feyre não tivesse certeza que sua caça era daquela espécie, desconfiava. Assim, o tratado entre humanos e feéricos era claro: uma vida pela outra, portanto aquela besta poderia reivindicar a vida da humana, em troca da do lobo. Porém, não mata a caçula das Archeron, somente toma sua existência para si, levando-a para suas terras, a fim de que viva no local até o fim de seus dias.
Cabe ressaltar que a terra dos feéricos é dividida em cortes: primaveril, outonal, estival, invernal, crepuscular, diurna e noturna, todas governadas por Grão-Senhores Feéricos, e temos também o reino de Hybern, governado pelo Rei de Hybern! E não, Sarah J. Maas não te dá estas informações, você como leitor que lute para descobrir!
Voltando a trama, sem opção, a garota vai com seu captor, e quando chega a corte primaveril descobre o seguinte: a besta que a trouxe para suas terras na verdade é Tamlin, um féerico, preso à uma máscara por uma maldição, lançada há 48 anos. Em um primeiro momento, Feyre odeia o homem que a capturou, mas com o passar do tempo, passa a compreendê-lo melhor e se apaixona perdidamente por ele, esquecendo-se que deveria odiá-lo, pois roubou sua liberdade.
O livro é baseado no conto da Bela e a Fera, mas é uma versão um pouco mórbida e bem mais realista. A escrita da autora, como sempre, é excelente, nada a reclamar das descrições e diálogos, além disso os personagens são muito bem construídos e tem dilemas bem realistas.
Uma coisa a se dizer: ao contrário de Aelin, Feyre não é uma personagem muito cativante e, como o livro é todo narrado na perspectiva dela, fica um pouco cansativo as vezes. Vemos tudo que ela vê e, como é muito ingênua, em alguns pontos acabamos sendo enganados.
Como todo primeiro livro de séries, esta é uma leitura para nos situarmos sobre as cortes, com muitas descrições e alguns acontecimentos são bem lentos. A primeira parte é um pouco cansativa, mas depois da metade, a trama fica bem mais interessante e você acaba pegando o ritmo, não conseguindo mais largar.
Este é um daqueles livros que você fica realmente pensando “só mais um capítulo” e quando assusta, leu dez a mais. Eu li super rápido, porque realmente a escrita de Sarah é bem fluida, fazendo com que o leitor fique imerso no universo e nem veja o tempo passando, ainda mais para mim, que amo ficar presa nestes mundos da fantasia.
Indico muito a leitura e a série como um todo. Este é um livro mais focado no romance, ao contrário de “Trono de Vidro”, e isso não é de todo ruim, pois trata dos relacionamentos interpessoais dos personagens, enquanto também aborda temas como liberdade, guerra e opressão.
Quer saber mais sobre o livro? Você pode ler a história e também continuar a leitura da resenha, na parte de spoilers!
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AVISO! A PARTIR DESTE PONTO CONTÉM SPOILER
Se você não gosta, não continue!
Agora começam os spoilers, se você é apressadinho e não leu o aviso acima, estou te avisando de novo... A partir deste momento, teremos spoilers!
Apresentada a nossa personagem principal, vamos ao que realmente interessa: Feyre vai como prisioneira para a corte primaveril. Vou situar vocês agora sobre onde exatamente se passa a nossa história.
Já expliquei, na primeira parte, sobre as terras feéricas, portanto, vou falar agora um pouco sobre as terras mortais, mais especificamente sobre a aldeia em que Feyre vive, que faz divisa com a muralha e, como eu disse antes, separa os humanos dos feéricos. Assim, após uma guerra em que os homens conseguiram se livrar da escravidão, as terras foram dividas e um não pode ultrapassar o espaço do outro, além de que eles são proibidos de se matarem, escravizarem ou de se ferirem.
Feyre sabia que não deveria lançar aquela flecha de freixo, letal para os feéricos, ao lobo, mesmo não tendo certeza se era ou não parte daquele povo, mas o fez. No entanto, não conhecia as consequências disso, portanto, quando Tamlin, que depois descobrimos ser um Grão-Senhor, invadiu sua casa em forma de besta e mandou que fosse com ele, por toda a vida, viver na Corte Primaveril, tomou um susto, mas não teve opção, pois a magia do tratado era forte demais.
Chegando ao local, viu que todos usavam máscaras (de fantasia, e não as do COVID-19) e, mesmo sendo abastados de comida e recursos, pareciam sem esperança. Em um primeiro momento, Feyre se sentia aprisionada, mesmo que Tamlin tivesse dito que não lhe faria nenhum mal e que Lucien, um feérico da corte outonal residente na primaveril e amigo do Grão-Senhor, aparentasse ser seu amigo, ela não conseguia se sentir bem-vinda, feliz e segura.
Não podemos julgá-la, né? Se uma besta aparecesse na minha casa e me arrancasse da minha família, eu ficaria bem revoltada também. Além disso, Feyre era quem sustentava seus familiares e ela sabia que sem sua presença no local, as irmãs e o pai tinham grandes chances de morrerem de fome. Como ficar feliz assim?
Sabendo disso, o Grão-Senhor faz um “combinado” com a humana: se ela prometesse não fugir e se comportar, ele manteria sua família na aldeia humana, sustentando-os. Mas, caso fugisse, a ajuda acabaria! Chantagem? Temos. Porém, funcionou!
Com o passar do tempo, a garota vai se aproximando cada vez mais de Tamlin, entendendo sua realidade, fazendo amizade com Lucien e com os demais feéricos. Como esperado, Feyre se apaixona por seu sequestrador (Síndrome de Estocolmo, é o nome né?) e descobre que ele não é tão mal assim!
No entanto, ainda temos um problema: a corte primaveril ainda usa as máscaras devido a maldição de uma “praga”, que está se alastrando por toda Prythian, e que parece deixar todos cada vez mais frustrados. Isso piora ainda mais quando Tamlin, ameaçado, manda nossa protagonista de volta para casa, sem lhe explicar nada, após uma visita do Grão-Senhor da Corte Noturna, conhecido por ser cruel e sanguinário.
Sobre as máscaras, eles não retiram nunca. A ideia é que fiquem com os adereços grudados ao rosto, até que a maldição seja quebrada... Desconfortável? Com certeza. Fashion? Não sabemos... Depende do seu ponto de vista!
Depois que Feyre vai embora, de volta para sua família, que agora está bastante rica, descobre que ama Tamlin e nunca disse isso para ele. Além disso, a garota quer ajudá-los a se livrar daquela maldição, por isso, retorna a corte primaveril, mas encontra o lugar completamente vazio.
Então, acaba descobrindo que na verdade não existe uma praga e sim uma mulher, chamada Amarantha, que se autodeclarou rainha de Prythian. Ela era uma enviada do rey de Hybern que foi até a ilha feérica para estreitar relações, após a guerra, mas acabou que ela roubou o poder de todos os grão-senhores e os “aprisionou”, bem como lançou a maldição a Tamlin… Se ele conseguisse fazer com que, em 49 anos, uma humana dissesse que o amava, estaria livre.
E quem poderia fazer isso? Nossa amada Feyre. No entanto, era tarde demais. O tempo da humana havia se esgotado!
Mesmo assim, a garota decide ir para “Sob a Montanha”, local em que Amarantha estabeleceu sua “corte” e libertar Tamlin das garras da mulher, bem como o povo da corte primaveril que a acolheu. Chegando ao local, nada ocorreu como pensou – até porque Feyre nem tinha um plano, só apareceu mesmo – e acabou presa em um acordo com a tirana: ela daria três tarefas a Archeron e, se a garota concluísse, liberaria todos da maldição. Ou também, se resolvesse um enigma, a qualquer tempo, libertaria imediatamente os feéricos de Prythian.
Vocês acham que a garota conseguiu? Para saber, vão ter que ler o livro!
Adianto o seguinte: a primeira vez que li o enigma, já sabia a resposta, mas mesmo assim fiquei chocada que Feyre não se ligou. Mas também, se tivesse descoberto, nem teria história direito.
Essa primeira parte é um pouco cansativa, como eu disse anteriormente, até porque estamos conhecendo as cortes junto com a personagem principal. No entanto, depois que Feyre vai para Sob a Montanha, as coisas ficam diferentes e é impossível largar o livro, pois você fica curioso para saber sobre as tarefas que a garota cumprirá, bem como sobre o desenrolar da história.
Um ponto importante é que a Archeron é uma personagem nitidamente carente, ou seja, aceita qualquer migalha como amor e isso causa um pouco incômodo. Não podemos julgar, porque ela nunca teve uma referência neste aspecto, mas mesmo assim perdi as contas em que fiquei me perguntando se Feyre não estava iludida demais por Tamlin e sua riqueza, confundindo tudo com amor.
Para mim, o único personagem, neste livro, que ganhou meu coração foi Lucien. Ele faz uns comentários ácidos e bem humorados, o que dá uma leveza a história, além de que realmente fica ao lado de Feyre quando tudo está desandando.
O livro é muito bom e, apesar de ter mais de quatrocentas páginas, dá para ler rápido, principalmente se você vencer a primeira metade. A escrita é muito boa e mesmo Feyre sendo uma protagonista chata e tudo ser no ponto de vista dela, a obra não fica ruim em nenhum momento! Recomendo bastante a leitura!
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