Corte de Asas e Ruína (Livro 03)
Resenha por Bianca Ramos
Título Original: A court of wings and ruin
Autora: Sarah J. Maas
Tradução: Mariana Kohnert
Editora Galera Record, 2020 – 12ª edição.
Livro Físico, 686 páginas
Sinopse
“Corte de asas e ruína é o terceiro volume da série best-seller Corte de Espinhos e Rosas, da mesma autora da saga Trono de vidro.
Seguindo os acontecimentos do volume anterior, Corte de névoa e fúria, acompanhamos a saga de Feyre Archeron, que suportou a fome, o frio e a desesperança, atravessou a Montanha e foi Sob a Montanha. Reclamou seu amor, quebrou a maldição e livrou o povo feérico da mais terrível ameaça… ou não? Amarantha pode ter sido aniquilada, mas o rei de Hybern pretende usar o Caldeirão para moldar um novo tempo; uma época de trevas e escravidão.
A guerra se aproxima, um conflito que promete devastar Prythian. Em meio à Corte Primaveril, num perigoso jogo de intrigas e mentiras, a Grã-Senhora da Corte Noturna esconde seu laço de parceria e sua verdadeira lealdade. Longe de sua corte, longe de seu Grão-Senhor e verdadeiro amor, ela reúne informações, na esperança de vencer Hybern.
Tamlin está fazendo acordos com o invasor, Jurian recuperou suas forças e as rainhas humanas prometem se alinhar aos desejos de Hybern em troca de imortalidade. O exército inimigo parece imbatível. Mas o sonho de Velaris é como um farol em meio às trevas. O ideal de um mundo mais justo
Enquanto isso Feyre e seus amigos precisam aprender em quais Grãos-Senhores confiar, e procurar aliados nos mais improváveis lugares. Porém, a Quebradora da Maldição ainda tem uma ou duas cartas na manga antes que sua ilha queime.
Sarah J. Maas faz questão de salientar neste livro que Rhysand e Feyre são iguais. A protagonista não é retratada como uma donzela fraca em perigo, ela realmente é uma guerreira forte e determinada! Os personagens são muito complexos, todas as perguntas que permeiam a trama serão respondidas. Corte de asas e ruína é um romance épico que preenche todos os requisitos para um livro exemplar, abrindo caminho de forma impecável para o final de uma série inesquecível.”
FONTE: https://www.record.com.br/produto/corte-de-asas-e-ruina-vol-3-corte-de-espinhos-e-rosas/
Resenha
Oi, gente! Animados para o terceiro livro? Antes de realmente começarmos a falar sobre o último volume da saga da caçula das Archeron, precisamos lembrar sobre o final espetacular de “Corte de Névoa e Fúria”. Quem mais ficou com o queixo caído com aquele tanto de acontecimentos?
Vou tentar ser o mais objetiva possível, eu juro, mas nós precisamos revisitar o fim do segundo livro de Sarah J. Maas, só para contextualizarmos o início do terceiro. Vamos lá?
Em “Corte de Névoa e Fúria” descobrimos algumas coisas muito importantes, a primeira delas é que Rhys e Feyre são parceiros, sendo que o Grão-Senhor sabe disso desde o dia que em a garota foi ressuscitada e transformada em feérica, lá no primeiro livro ainda. Agora, imaginem saber que a mulher que o destino escolheu para ser sua está com seu inimigo, amando-o, e você não pode fazer nada, teoricamente.
Uma coisa a ser dita, realmente ninguém entende muito bem o que é o laço de parceria. Sarah simplesmente joga a informação e você que lute, mas trata-se de uma pessoa que o destino ou o Caldeirão, escolheu para ter um laço e uma ligação de almas... Claro que não é amor, pois a parceria pode acontecer com feéricos que nunca se viram na vida e que nem mesmo se gostam.
Sabendo disso, vamos realmente para o final do segundo livro em que o Círculo Íntimo, com exceção de Amren, parte para Hybern a fim de desativar o Caldeirão e impedir o Rei de destruir tudo. No entanto, caem em uma emboscada, primeiro porque Feyre quase morre tentando inativar o objeto mágico e segundo porque o governante da ilha ativou algumas proteções e eles perderam os poderes, momentaneamente.
Não bastasse isso, Jurian foi ressuscitado e fez o desfavor de apunhalar Azriel com uma adaga embebida de veneno feérico muito nocivo. Resultado: além de estarem sem seus poderes, tinham um amigo entre a vida e a morte. Mas não, a confusão não termina por aí...
Adivinhem quem também estava lá para participar da festa da traição? Tamlin e Lucien. Pois é, o Grão-Senhor da Corte Primaveril fez um acordo com o Rei de Hybern, sendo que se o monarca quebrasse o laço entre Rhys e Feyre, recuperando sua amada que ele acreditava estar sendo manipulada, iria permitir que as tropas do monarca feérico utilizassem seu território na guerra que se aproximava.
Além disso tudo, as rainhas humanas também estavam em Hybern, pois traíram seus próprios súditos e fizeram um acordo com o Rei, a fim de que ele lhes concedesse imortalidade. No entanto, as mulheres queriam ver o Caldeirão em ação primeiro para ter certeza de que tudo funcionaria do jeito certo... Sendo assim, Ianthe, a nossa sacerdotisa do mal, traz ninguém mais ninguém menos que Nestha e Elain, irmãs de Feyre, para serem transformadas em feéricas pelo artefato mágico.
As duas são colocadas no Caldeirão, sendo que a primeira a entrar foi Elain, recebendo algo do artefato, enquanto que a segunda foi Nestha, que entrou lutando, ameaçou o Rei e, de quebra, ainda roubou poder do objeto mágico. As duas, a partir de então, são transformadas em feéricas e a confusão está armada, pois Cassian está estraçalhado no chão, Azriel encontra-se ferido com o veneno feérico, Mor e Rhys de mãos atadas sem seus poderes e sem conseguir agir. Assim Feyre se vê sem saída e neste ponto faz uma jogada de mestre, pois finge ser libertada do parceiro, com o laço de parceria rompido, e quebra os feitiços do Rei.
Deste modo, seus amigos podem ir embora enquanto ela volta à corte primaveril para se vingar, pois acabamos o segundo livro com a informação de que a protagonista foi transformada em Grã-Senhora da Corte Noturna e pretende implodir as terras primaveris, em que foi feita prisioneira e sofreu violência.
É neste contexto que iniciamos o terceiro livro da saga, com Feyre na Corte Primaveril, fingindo ter sido abusada por Rhys durante o tempo que esteve fora e que está se curando de todas as feridas... Ou seja, se fazendo de boa moça e sonsa para acabar com todo mundo.
A Grã-Senhora escolhe uma forma de vingança bem lenta, pois quer acabar com Tamlin e Ianthe pelo que fizeram com ela e, principalmente, com suas irmãs. Feyre conta com a ajuda de Lucien, que agora é parceiro de Elain e tudo que mais quer é ficar perto da fêmea que o destino escolheu para ele. Este é um exemplo de que o laço de parceria pode se firmar em duas pessoas que nunca nem tinham se visto, pois a primeira vez que o ruivo viu a irmã da Archeron foi quando ela saiu do Caldeirão, momento em que a garota tornou-se sua parceira.
Nesta primeira parte acompanhamos a vingança de Feyre ao mesmo tempo em que também temos o início da guerra surgindo, pois Hybern cobra a dívida de Tamlin e entra nas terras primaveris. Desde o princípio é muito nítido que o objetivo do Rei é realmente derrubar a muralha, já que os dois enviados do monarca ficam o tempo todo rondando e buscando falhas nesta estrutura.
Junto com eles veio Jurian, o humano que foi revivido pelo Rei de Hybern. Só para recordarem, este foi um personagem que lutou junto com os humanos na primeira guerra pela libertação destes da escravidão. No entanto, caçou confusão com Amarantha e a feérica, como vingança, além de tortura-lo, manteve sua alma presa em um osso do dedo e um olho, que usava como anel para que o rapaz visse tudo. Após a morte da tirana, essas partes de Jurian sumiram e depois descobrimos que ele havia sido ressuscitado.
Assim, temos um humano que aparenta estar louco, um casal de irmãos sádicos tentando descobrir como derrubar a muralha e uma Feyre querendo destruir Tamlin e Ianthe, a fim de garantir que ambos sofram muito e lentamente. A Grã-Senhora consegue fazer isso, fazendo-se de vítima enquanto colocava os dois outros personagens como vilões.
Após cumprir seus objetivos, Feyre decide deixar as terras primaveris, pois já incitou o ódio do povo contra seu Grão-Senhor e acabou com a moral da sacerdotisa, no entanto, um acontecimento a detém, pois, antes de partir, acaba que a nossa protagonista é pega em uma emboscada pelos irmãos malignos de Hybern.
O que será que aconteceu? Será que Feyre conseguiu voltar para Rhys, seus amigos e sua casa? Se quiser descobrir é só continuar lendo a resenha na parte dos spoilers!
O livro é muito bom, pois é cheio de acontecimentos mais para o final, ele fica um pouco chatinho, mas é porque estão se preparando para a guerra, no entanto isso não deixa a experiência literária ruim. O meu favorito ainda é o segundo, porque o achei mais dinâmico e me prendeu mais, porém, isso não significa que este seja chato ou parado demais, pelo contrário.
A escrita de Sarah J. Maas é impecável, como sempre, e os finais desesperadores continuam acontecendo, acabando com o psicológico dos leitores. A obra é excelente, com situações bem marcantes e o enredo é muito bem desenvolvido!
Quer saber mais sobre? Você pode ler a história e também continuar a leitura da resenha, na parte de spoilers!
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AVISO! A PARTIR DESTE PONTO CONTÉM SPOILER
Se você não gosta, não continue!
Agora começam os spoilers, se você está com pressa e não leu o aviso acima, estou te avisando de novo... A partir deste momento, teremos spoilers!
Continuando de onde paramos... Feyre quase foi morta pelos irmãos de Hybern, mas conseguiu acabar com eles antes e, de quebra, ainda ferir Ianthe destruindo-a mentalmente, usando os dons de Rhys. Assim, a Grã-Senhora, junto de Lucien, consegue fugir das terras primaveris e iniciar sua trajetória em direção à Velaris e ao seu parceiro...
No entanto, nada é fácil, pois os habitantes da corte primaveril estavam sendo alimentados com pequenas doses de veneno feérico misturado aos alimentos, isso significa que os poderes tanto de Feyre como de Lucien não estão funcionando. Ou seja, eles não podem atravessar, usar magia e muito menos conseguem se comunicar com seus parceiros.
Deste modo, ambos entram nas terras da corte outonal – já que Feyre está jurada de morte na corte estival após roubar a metade do Livro dos Sopros – sem magia, contando apenas com a astúcia de cada um e a força de vontade de chegarem às terras noturnas. Porém, temos que lembrar que os irmãos de Lucien mataram a mulher que ele amava, na frente dele, enquanto que o pai o expulsou de suas terras, imaginem o que farão se colocarem a mão no ruivo?
Não temos um minuto de paz e tranquilidade, né?
Assim, os dois seguem arriscando-se pelas terras outonais e esperando o veneno feérico sair de seus corpos, para que possam atravessar ou, pelo menos, chamar por ajuda. Eles passam por frio, fome, tem que se esconder de tudo e são caçados. Eu quase achei que os não iriam conseguir sair dessa, mas... Cassian e Azriel chegam a tempo de ajudá-los e os levam de volta à Velaris.
Descobrimos que Nestha e Elain ainda não se adaptaram à nova realidade, que Az e Cassian estão devidamente curados e Amren está tentando descobrir uma forma de vencerem essa guerra, desativarem o Caldeirão e impedir o Rei. Além disso, temos o emocionante encontro entre Rhys e Feyre! É lindo e fofinho, sério.
Reencontros à parte, voltemos à iminente guerra. Agora era uma questão de honra, o Rei iria derrubar a muralha e massacrar todos que ficassem em seu caminho. Simpático, né?
Os primeiros contornos da batalha estavam demarcados, então cabe aos nossos protagonistas iniciarem a preparação para a guerra. Assim, Rhys e Feyre decidem fazer uma visita amigável – só que não – à Cidade Escavada a fim de começarem a reunir seus exércitos e buscar aliados. Os Illyrianos também já estavam preparados para enfrentar os inimigos, sendo que todos dão início às movimentações, a fim de se prepararem para o combate.
Uma coisa que é importante mencionar são as interações, neste meio tempo, entre Cassian e Nestha. Eu realmente não consegui identificar se os dois se amam ou se querem destruir um ao outro, porque passam o tempo todo brigando, mas não ficam longe também! Para mim, foi ótimo, porque amo esse tipo de conexão entre personagens, no entanto, isso realmente causa dúvidas no leitor.
Os Círculo Íntimo retorna da Corte dos Pesadelos e eles decidem unir forças para ajudar Amren, já que precisam se livrar do Caldeirão para a batalha, primeiro para impedir a queda da muralha e segundo porque o objeto possui um poder imenso, capaz de devastar exércitos. Ninguém quer entrar numa guerra sabendo que pode ser dizimado a qualquer momento, né?
Assim, Nestha e Feyre vão à biblioteca iniciar uma série de pesquisas sobre a muralha, a fim de saber se a primeira consegue "remendar-lá", com o poder que roubou do Caldeirão, nas partes em que há falhas, minando os planos de Hybern. É neste momento que descobrimos o que o artefato deu a Elain, pois a garota começa a falar um tanto de coisa sem noção e a gente fica pensando “coitada, ficou doida”, mas na verdade ela virou foi vidente mesmo.
Mas os personagens principais, obviamente, só percebem isso depois de quase morrerem, já que Hybern quebra as defesas de Velaris e manda dois feéricos em busca de Nestha, pois ela havia roubado algo precioso do Caldeirão e o Rei queria de volta. Não preciso nem dizer que eles dão um jeito e os dois enviados são mortos, mas só piora ainda mais a situação de todos.
Rhys continua tentando unir o máximo de pessoas e exércitos que consegue, inclusive, convoca uma reunião entre os Grão-Senhores de todas as cortes, mas o pessoal fica mais enrolando do que realmente decidindo onde iriam se encontrar. Lucien também é enviado às terras humanas, a fim de encontrar a sexta rainha humana, Vassa, que está com uma maldição e pode ajudar na guerra, não somente com exércitos, mas também lutando.
O que eles não contavam é que o Rei atacaria, de uma hora para outra, Adriata, a capital da Corte Estival. Varian, um príncipe que se apegou muito a Amren no livro passado, envia uma mensagem avisando sobre o ataque, sendo que Rhys, mesmo estando jurado de morte, vai ao socorro daquele povo.
Esta é a primeira batalha oficial do livro e devo dizer que foi satisfatória. Gostei do modo como Sarah J. Maas descreveu as cenas, sem se prolongar muito, evitando que ficasse chato, mas focando no essencial e nos sentimos de Feyre, afinal, aquela era a primeira vez que a garota entrava em uma luta confusa daquele modo.
O povo da Corte Estival, com ajuda da Noturna, conseguiu retirar Hybern a força daquele local, mas isso custou vidas e mesmo assim Tarquin não reconheceu a ajuda dos que vieram ao seu socorro. No entanto, isso serviu para deixar bem claro que os Grão-Senhores precisavam se reunir com mais urgência ainda, já que o Rei havia começado os ataques e não tinha nenhum indicativo de que os pararia.
Assim, ficou acordado que todos os Grão-Senhores, incluindo Tamlin, se encontrariam na Corte Crepuscular a fim de decidirem se iriam se unir ou não contra Hybern.
Vocês acham que essa reunião deu certo? Que eles conseguiram se unir e resolver o problema ou ficaram apenas se provocando? Já adianto que teve muita lavação de roupa suja, mas o resto... Precisarão ler para descobrir.
Sobre o livro, é muito bom! Achei algumas partes um pouco cansativas, como já havia dito anteriormente, principalmente as preparações para a guerra e algumas batalhas, pois não estava me chamando muito a atenção. A escrita, no entanto, compensa o tédio, porque Sarah J. Maas é muito boa no que faz, de verdade!
Analisando o livro como um todo, senti que faltou um pouco de articulação política e bélica por parte dos personagens, mas acredito que não tenha sido colocado para não pesar muito a escrita. O final da obra é desesperador, ainda mais porque a autora gosta de testar nosso coração, mas eu esperava um pouco mais... Ficaram muitas coisas em aberto!
Aconteceu a mesma coisa que em Reino de Cinzas, o livro acabou, mas não acabou, porque Sarah deixou muitas coisas sem resposta! Você lê três volumes bem grandes para chegar no final e ficar “tá, mas e o que aconteceu com tal personagem?”, tudo bem que ela segue lançando mais livros sobre este universo, mas mesmo assim... Pelo menos adiantasse um pouco.
Os melhores para mim continuam sendo Cassian e Amren, sem sombra de dúvidas, pois os dois entregam tudo. Eu também gostei muito de Nestha, mas é pela personalidade apática e revoltada dela mesmo, tenho certo apreço por personagens mais malvadinhos, que não são tão fofinhos e um exemplo a ser seguido.
A tensão sexual entre Cassian e Nestha também deixa o livro bem legal, como eu disse antes, e espero que isso seja explorado em “Corte de Chamas Prateadas”, se não vou ficar muito frustrada!
No geral, o livro é muito bom! Na minha opinião, não conseguiu superar o segundo porque “Corte de Névoa e Fúria” foi maravilhoso do início ao fim, mas esta leitura também foi muito agradável e tranquila, além de que depois que você engata, não consegue mais parar de ler, o que é ótimo! Particularmente, amo quando não consigo mais largar a obra!
Compensa ler e “finalizar” a saga de Feyre que foi de humana frágil para Grã-Senhora. Personagem feminina forte, temos! Recomendo a leitura e espero, de todo o coração, que vocês gostem tanto quanto eu adorei!
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