A Pequena Livraria dos Sonhos

 Resenha por Bianca Ramos

Título Original: The Little Shop of Happy Ever After

Autora: Jenny Colgan

Tradução: Thaís Paiva

Editora Arqueiro, 2019 – 1ª edição.

Ebook, 318 páginas




Sinopse

“Nina Redmond é uma bibliotecária que passa os dias unindo alegremente livros e pessoas – ela sempre sabe as histórias ideais para cada leitor. Mas, quando a biblioteca pública em que trabalha fecha as portas, Nina não tem ideia do que fazer.

Então um anúncio de classificados chama sua atenção: uma van que ela pode transformar em uma livraria volante, para dirigir pela Escócia e, com o poder da literatura, transformar vidas em cada lugar por onde passar.

Usando toda a sua coragem e suas economias, Nina larga tudo e vai começar do zero em um vilarejo nas Terras Altas. Lá ela descobre um mundo de aventura, magia e romance, e o lugar aos poucos vai se tornando o seu lar.

Um local onde, talvez, ela possa escrever seu próprio final feliz..”

FONTE: http://www.editoraarqueiro.com.br/livros/a-pequena-livraria-dos-sonhos/

Resenha

Oi caleidoscópios! Como vocês estão? Espero que todos estejam bem e saudáveis! 

Então, hoje trouxemos para vocês a resenha de um livro fofinho, escrito pela escocesa Jenny Colgan, “A Pequena Livraria dos Sonhos” é um romance bem levinho, daqueles que esquentam o coração e te fazem acreditar no amor. Além disso, é muito bem elaborado, o que torna a experiência literária ainda mais agradável. 

Nele temos a história de Nina Redmond, uma bibliotecária de Birmingham, na Inglaterra, que se vê em um impasse, pois a biblioteca em que trabalha está para fechar as portas de repente, para se tornar um local super informatizado, em que há livros, cafés, computadores… Mas os primeiros são os menos importantes e a nossa protagonista tem zero aptidão para a vaga no novo local, então… Será bem difícil manter seu trabalho original. 

Assim, Nina acaba desempregada e sem vistas de um emprego novo em uma biblioteca, pois estas estão cada vez mais escassas (e estão mesmo!) e nas poucas vagas que existem, a garota não se encaixa no perfil. Na verdade, o que a inglesa quer é indicar livros para as pessoas, ver o poder transformador que a leitura tem e deixar o mundo mais colorido.

Diante do desemprego e do ultimato de sua melhor amiga, Surinder, que mora junto com ela, para que tire os livros da casa em que dividem, Nina precisa achar um local para colocar suas amadas coleções e também para ganhar dinheiro, afinal, por mais que todos nós gostaríamos de ter a oportunidade de passar a vida inteira lendo, sem preocupações, ainda precisamos trabalhar né? Nem só de livros vive o homem! 

Sem saída, durante um workshop para uma vaga de emprego, surge uma ideia: fazer uma livraria itinerante. Da mesma forma que temos vans que vendem cafés, biscoitos, sanduíches, Nina iria fazer algo como isso... Mas com livros! 

Assim, a protagonista se empenha em achar uma van grande, que possa ser utilizada para colocar estantes na parte traseira e transportar seus amados livros, sem maiores intercorrências. E ela acha! No entanto, o seu veículo dos sonhos encontra-se na Escócia. 

Entre os problemas para a compra da van e ter um local onde morar, pois Surinder não aguenta mais a colega de casa enfiando cada vez mais livros na residência, acaba que a nossa bibliotecária vê-se mudando para as Terras Altas (Alô fãs de Outlander), a fim de levar os exemplares para um local onde bibliotecas comuns são raras - ou inexistentes. Ela só não esperava parar de ser uma leitora passiva e viver várias aventuras diferentes durante sua jornada. 

Quer saber mais sobre o livro? Você pode ler a história e também continuar a leitura da resenha, na parte de spoilers! 

Bom, ler a obra foi muito rapidinho, mas demorei a engatar. Confesso que fiquei algumas semanas lendo bem pouco, porque o início estava bem chatinho, mas depois de um fato um tanto inusitado acontecer, envolvendo uma linha de trem, o livro ficou mais atraente. 

Óbvio que esta é uma obra levinha e tranquila, isso quer dizer que não temos uma trama extremamente elaborada e complexa, personagens profundos e muito drama. A história é boa, pois fala sobre autoconhecimento, se encontrar na vida e realmente investir em seus sonhos, sendo que realmente deixa claro que nem sempre as coisas ruins são efetivamente ruins mesmo! 

Indico a leitura, caso você queira um livro para esquentar o seu coração e se iludir. Não se engane achando que encontrará um enredo complexo e com muitas coisas diferentes ou com vários mistério. É um romance água com açúcar bem escrito, que te faz acreditar no amor e que as coisas realmente podem dar certo. 

Nesta época de pandemia, em que ver o lado bom das coisas parece ser muito complicado, este livro é uma boa saída. Venham se apaixonar por Nina e terminar o livro querendo comprar uma van, encher de livros e sair pelo mundo encantando as pessoas com o poder da leitura. 

Caso você vá parar de ler aqui, por causa do spoiler, não se esqueça de seguir a gente no Instagram (@caleidoscopio_literario) e deixar sua opinião nos comentários! É muito importante! 


AVISO! A PARTIR DESTE PONTO CONTÉM SPOILER

Se você não gosta, não continue!


Agora começam os spoilers, se você é apressadinho e não leu o aviso acima, estou te avisando de novo... A partir deste momento, teremos spoilers!

Bom, já sabemos que Nina perdeu o emprego e decidiu comprar uma van para vender seus livros e que inclusive teve que encontrar outro lugar para morar, pois Surinder não aguenta mais ter sua casa transformada em depósito de exemplares raros e lindos. Inclusive, a residência chega a começar a ruir, de tanto peso e de tantas coleções que a bibliotecária tem na moradia. 

Assim, decidida a comprar uma van, a protagonista vai até as Terras Altas, mais conhecida como Escócia, para adquirir seu novo meio de locomoção e de sustento. No entanto, Nina tem uma surpresa, pois chegou ao local, viu o automóvel e ao fazer um teste drive no veículo acabou se sentindo em casa na pequena cidade escocesa e percebeu que estava pronta para engatar neste novo sonho, mas não contava que o proprietário da van se negaria a vendê-la para uma mulher. 

Sim, vocês leram certo. O dono do veículo havia concordado em vender, mas quando Nina chegou, longe do estereótipo que ele esperava, recusou-se, simplesmente por machismo! Um absurdo e fez muita raiva. 

Só que o dono da estalagem que a bibliotecária estava gostou da ideia da garota, de fazer uma livraria ambulante e resolveu ajudá-la a comprar o veículo. Como? Ele, junto com alguns amigos, comprariam a van e depois a revenderiam para Nina. 

Obviamente que ela amou a ideia, tendo em vista que sua entrevista para permanecer no seu emprego havia sido um fiasco e tudo indicava que não arrumaria um outro tão cedo. Assim, mesmo tendo sua autorização para estacionar e vender livros negada pela prefeitura de Birmingham e com a amizade estremecida com Surinder, já que o seu extenso acervo estava atrapalhando o convívio entre elas, Nina segue com seu sonho e vai até a Escócia buscar seu veículo. 

Porém, quando estava voltando para Birmingham, quase é atropelada por um trem!! É, vocês leram certo. A garota estava dirigindo a van, com sono e cansada, mas ainda assim persistindo, quando um veado passou correndo na sua frente e para não bater no pobre bichinho, teve que parar seu carro, no meio de uma linha de trem. 

Até aí, tudo estava bem, pois bastava que ela somente arrancasse a van e seguisse viagem. No entanto, o destino é uma vadia má e as cancelas da linha baixaram, sinalizando que o trem estava a caminho, Nina se desesperou (como qualquer pessoa faria) e simplesmente não conseguia seguir em frente, acreditando que iria morrer tragicamente. 

Claro que isso não aconteceu, pois estamos falando da protagonista do livro e não era nem metade ainda. Ou seja, se fosse para matar, deveria ter surgido outro personagem pelo menos para ocupar seu lugar na trama, mas isso ainda não tinha acontecido. 

Acontece que Jim, o maquinista, conseguiu parar o trem a tempo, antes do acidente ocorrer. Um verdadeiro herói, na minha humilde opinião! E junto com ele, no trem de carga, estava Marek, que também é um operador de trens e um homem descrito como lindo, vindo da Letônia, misterioso e sentimos que nossa protagonista ficou balançada pelo estrangeiro. 

Acaba que é Marek quem lhe dá o conselho de ouro: ela não precisa ter medo de começar de novo, na Escócia, vendendo livros. 

Assim, Nina se muda realmente para as Terras Altas junto com sua van e seus livros, sem ter onde morar e sem ter a ideia de como irá fazer para vender os exemplares. Confesso que nesta hora estava me perguntando se a personagem era corajosa ou louca, porque, honestamente, eu não me imagino fazendo esse tipo de coisa. 

Olha que eu não sou lá um bom exemplo de “normalidade”. 

A bibliotecária acaba indo morar em um celeiro reformado na fazenda de Lennox, um escocês que está em processo de divórcio e que não é nada educado com nossa protagonista. Nina, apesar de ser completamente educada e fofa com todos a sua volta, também não sente a menor vontade de ser pelo menos meiga com o homem. Eles, aparentemente, se suportam e moram próximos, somente isso. 

Assim, inicia-se a Pequena Biblioteca dos Sonhos, de Nina Redmond e temos também mais aventuras. 

Primeiro, há o mistério sobre Ainslee, uma adolescente que Nina decide pagar para lhe ajudar na biblioteca e seu irmão Ben. Os dois parecem que são dois jovens abandonados, pois aparentam sempre estarem mal cuidados, mal humorados e esgueirando-se de casa. 

Enquanto isso, há o romance “imaginário” de Nina com Marek, que passa a deixar poesias perto da linha do trem em que a garota quase morreu atropelada, sendo que o pior é que a bibliotecária passa a respondê-lo. Eles começam um “namorico a distância”, através de poemas, cartas e livros. 

Romântico? Sim. Prudente? Nem um pouco, ainda mais considerando que a protagonista não sabe nada da vida do maquinista. 

Ao mesmo tempo que ocorre isso, as interações de Nina com Lennox são regadas de tensão, falta de educação e frases mal ditas. O que já leva a crer, desde o princípio, que rolará um sentimento entre eles, pois quanto mais os personagens principais brigam, mais dá para ver que estão querendo é se pegar muito. 

A livraria, apesar de todas as probabilidades contra, dá muito certo! Ela consegue chegar às pessoas através dos livros e a cidade toda fica polvorosa com sua ideia, que acaba sendo genial. 

Óbvio que ela ainda não fica estável e rica, mas sente prazer e ama o que faz. O melhor: consegue viver disso, o que já é um feito e tanto. No entanto, enquanto nos negócios as coisas vão bem, na vida pessoal, principalmente amorosa, a situação não está nada boa. 

Nina vê-se querendo Marek, mesmo que Surinder e Lennox lhe digam que isso não está nada certo. O que vocês acham que aconteceu? 

Não vou contar, obviamente, para não estragar a leitura, mas já adianto que é bem óbvio! 

Bom, como eu disse anteriormente, este não foi um livro que me chamou a atenção de primeira. Tive que insistir bastante na leitura, até realmente me empolgar com a história e depois que isso aconteceu, li tudo em um dia! Acho que se não tivesse enrolado tanto no início teria começado e terminado no mesmo dia, porque é muito tranquilo. 

É um clichê, como vocês puderam perceber. Parece aquelas comédias românticas boas da Netflix, que te fazem assistir para esquentar o coração, com um balde de pipoca e um copo de suco do lado. 

O mais legal de tudo é a nostalgia que dá ao ler. É maravilhoso acompanhar o amor de Nina pelos livros, até porque sinto o mesmo pelos meus exemplares, então temos várias referências literárias e é muito prazeroso acompanhar tudo. 

Se for ler, não desanime. Depois do quase acidente, o livro para de ser um misto de autoajuda e começa a ficar mais emocionante, pois é após isso que a protagonista começa a arriscar mais e realmente sai de sua zona de conforto. 

Acredito que esta seja a mensagem principal da história: arriscar. Nina teve que perder o emprego para se reinventar, sair da zona de conforto e seguir seus sonhos, já que sempre quis ter uma pequena livraria para poder indicar o livro certo para cada cliente e vender suas obras para pessoas que realmente seriam tocadas pelo poder da literatura. 

Isso nos mostra que mesmo na adversidade, pode-se tirar coisas boas. 

Achei que o romance foi legal, mas o livro é sobre Nina, não somente os namoricos de Nina! E isso é muito agradável de ler, muito mesmo! 

Só teve uma coisa que não achei tão elaborada assim que foi o final. A história toda seguiu um ritmo tranquilo, mas nos últimos quatro capítulos tudo aconteceu, deixando os cenários e os personagens confusos, confesso que não consegui entender muito bem algumas coisas, mas nada que prejudicasse a leitura. 

É um livro bom para passar o tempo, mas não acho que vá te tirar da ressaca literária, até porque é preciso persistir um pouco para engatar na história. Mas é uma obra boa, que acalma o coração e te faz acreditar no amor e em finais felizes, apesar de eu ter achado que o romance não foi o foco principal da narrativa. 

Portanto, apesar do final um pouco corrido, continuo recomendando a leitura! Venham se iludir comigo, por favor! E não, nem é por causa dos homens e sim pelo sonho de comprar uma van e sair pelo mundo vendendo livros. Em quanto tempo vocês acham que eu desisto de vender os livros e fico só lendo, esperando um milagre acontecer?

A verdade é que a grande mensagem que a obra nos deixa é: siga seus sonhos. Nina sempre teve a vontade de montar sua pequena biblioteca dos sonhos, mas somente começou a sair de  sua zona de conforto quando foi demitida. Vamos ficar esperando uma coisa ruim acontecer para termos uma boa em seguida? Claro que não vivemos só de sonhos, mas acredito que a lição que tirei desta leitura é que com amor, tudo é possível. 

Nina não ficou milionária lendo livros, mas faz o que gosta e é feliz assim. No fim, é tudo que importa!  

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