Análise de Série: Trono de Vidro - Sarah J. Maas
Resenha por Bianca Ramos
ATENÇÃO!
Esta postagem possui spoiler das resenhas postadas e também dos livros da série
Trono de Vidro. Caso você não os tenha lido ou se importe com spoiler,
recomenda-se ler os livros (ou as resenhas) primeiro e depois retornar a este
post!
Oi caleidoscópios! Como
estão vocês? Então, voltei antes de iniciar uma nova série para fazer uma
análise dos oito livros de Trono de Vidro da nossa amada Sarah J. Maas.
Publicados pela editora Galera Record, nestes livros nos aventuramos em Erilea,
junto com Aelin e terminamos querendo fazer parte da Corte de Terrasen,
governada pela rainha vadia e cuspidora de fogo!
Agora que terminamos todas as postagens, vamos analisar
cada um dos livros. Não vou ranquear, como fiz em os Bridgertons (se vocês não
sabem do que estou falando, tem resenha, corre lá para ler), porque as
histórias são continuidade uma das outras, mesmo tendo gostado mais de uns do
que de outros.
Então... Vamos lá?
Começo por “A Lâmina da Assassina”, esse é o primeiro spin-off da série que conta
como Celaena Sardothien era antes de virar escrava em Endovier e como a
assassina ganhou uma passagem só de ida para as minas de sal. Além disso, temos
mais sobre Sam, que é um personagem bastante citado, mas que inicia a trama já
morto.
Eu gostei
bastante dos contos, apesar de que os dois últimos são os melhores e achei,
inclusive, que este livro é melhor do que os dois primeiros oficiais. Isso por
que neste prelúdio vemos realmente uma assassina, coisa que em Trono de Vidro e
Coroa da Meia-Noite não enxergamos muito, pois Celaena mata o total de zero
pessoas nessas duas obras.
Sobre “Trono
de Vidro”, ressalto que por ser aquele livro introdutório, ou seja, o
primeiro – como todas as primeiras obras de série são – a leitura é um pouco
mais arrastada. Ainda estamos conhecendo Celaena, vendo pela primeira vez o
castelo de vidro, observando os personagens secundários e adentrando na trama.
Isso quer
dizer que o livro é ruim, Bia? Não! Só aviso que você, provavelmente, vai ficar
cansado em algumas partes, o que pode causar um atraso em sua leitura. Na minha
opinião, esta não é uma obra que você fica loooooouco para saber o que vai
acontecer no próximo capítulo, mas também não é uma leitura chata e tediosa,
até porque estamos adentrando nos primeiros mistérios a serem resolvidos.
Além disso, Celaena, neste primeiro momento, não é uma
personagem cativante. Entendemos o motivo dela ser assim? Óbvio! A garota
passou um ano como escrava em uma mina de sal, sofrendo tortura física e
psicológica, não esperava menos que uma pessoa rabugenta e chata, mas mesmo
assim, isso pode dificultar um pouco a leitura. Devo ressaltar que estava
esperando que ela fosse sair matando geral, afinal, é uma história sobre uma
assassina, mas... Para a frustração geral da nação, a Sardothien não mata
ninguém e não usa muito as habilidades que Aerobynn lhe ensinou.
Terminamos o primeiro livro com Celaena se tornando a
campeã do Rei de Adarlan, e começamos “Coroa da Meia-Noite”, com ela
caçando inimigos do monarca tirano. Este livro me fez passar muita raiva e
talvez seja o que eu menos tenha gostado, porque todos os problemas seriam
resolvidos se a assassina, Dorian, Chaol e Nehemia sentassem a bunda deles na
cadeira e conversassem sobre a informação que tinham!
Mas não, todos ficam
desconfiando de todos, ninguém compartilha e quem sai perdendo nessa história?
Sim, Nehemia, que no caso, perde é a vida mesmo.
Para mim, a
morte dessa personagem foi o ápice do livro e somente após isso que a história
realmente ganhou contorno. Eu não estava muito convencida sobre Archer, o cortesão
que Celaena tinha que matar e esse fato não estava chamando minha atenção. O
movimento rebelde, em si, é muito bacana, mas não temos detalhes de como ele
ocorre e o que é bastante frustrante.
O final dele
também é bem impactante, com a assassina revelando a forma feérica e sua magia
do fogo. Por causa disso, Chaol arruma para ela uma passagem só de ida para
Wendlyn, onde supostamente Celaena assassinaria a família real do lugar,
ajudando o reino. Importante mencionar que antes de partir, a protagonista
conta ao capitão da guarda um segredo sobre quem é de verdade e se você – por
algum milagre – conseguiu chegar a esse livro sem saber a identidade da
Sardothien, ficará curioso.
Assim, quando começamos “Herdeira do Fogo”, já temos
uma Sardothien em Wendlyn, bêbada, depressiva, sem esperança e que está vivendo
um dia após o outro. Esta foi a virada de chave, na minha opinião, da trama,
pois a partir desse livro que as coisas ficaram melhores!
O que temos nesta obra é o contorno de uma possível guerra,
personagens novos e antigos fazendo raiva na gente. Quem leu a resenha, sabe
que fiquei indignada com o modo como Dorian, Chaol e a própria Sardothien estão
agindo, principalmente o primeiro, que só quer saber da namoradinha e esquece
que tem magia saindo de todos os orifícios do corpo dele descontroladamente.
Isso me deu uma raiva!
Para mim, o
que deixou esse livro bom foram Rowan e Manon, pelos motivos que citei na
resenha de “Herdeira de Fogo” (vai ter que ler para descobrir haha) e também
descobrir a verdadeira identidade de Celaena, porque isso muda muito a situação
da história, fazendo com que a personagem saia de cima do muro. Isso é uma coisa
muito importante, algumas pessoas ficam nesse meio termo e não se posicionam,
principalmente a assassina e isso faz muita raiva.
Terminamos esse livro
desesperados, já que Celaena está tacando fogo em todo mundo e puta da vida com
a galera, retornando a Erilea. Enquanto isso, em Adarlan, o Rei mandou cortar a
cabeça de Sorscha (amada de seu filho, príncipe herdeiro), Chaol foge, Aedion é
capturado como prisioneiro e Dorian ganha um colar de Príncipe Valg para usar,
ou seja, fica possuído. Assim, é treta em cima de treta, e a gente ama né?
Desesperador? Com
certeza.
Em “Rainha das Sombras”, a situação piora ainda
mais, mas a leitura fica cada vez melhor. Primeiro, Aelin – agora com a nova
identidade – retorna a Forte da Fenda com o intuito de liberar a magia sobre o
reino e acabar com o governo do rei tirano.
Ela consegue isso? No final sim, mas quando chega ao local,
em um primeiro momento, depara-se com a confusão toda armada. A rainha vadia e
cuspidora de fogo precisa libertar seu primo (Aedion), salvar Dorian, lidar com
o antigo mestre (Aerobynn) e também cumprir o seu plano inicial.
É uma confusão generalizada. Chaol fazendo raiva em todo
mundo, Dorian possuído, Manon rainha e exorcista, Lysandra metamorfa e
provocadora e Rowan continuando a ser o amor da nossa vida.
Este livro termina com
Aelin matando o Rei de Adarlan, junto com Dorian e descobrindo que o governante
não era o Rei Valg e sim o Duque de Perrington! Ou seja, a nossa rainha e o
herdeiro do trono pegaram só mais um príncipe Valg malvado e não Erawan, o rei
demoníaco que precisavam exterminar para acabar com a situação caótica do
reino, além de que nessa brincadeira, libertaram a magia, mas destruíram o
castelo de vidro.
Terminamos esta leitura como? Desesperados novamente, pois
Chaol está paraplégico, Aelin precisa retornar a Terrasen para seu trono e
Dorian agora é rei! E ah, Erawan ainda
está solto por aí!
Então, chegamos ao meu
livro favorito de toooooooodos, que é “Império de Tempestades”. Aqui o
caos é instalado, meus amigos. É eita, atrás de eita, o pobre leitor não tem
tempo para respirar!
Eu não tenho palavras para expressar meu desespero lendo.
Primeiro porque fui oficialmente tombada por Aelin mesmo conseguindo ler
seus pensamentos e descobri que ela não é burra nada. Sem contar que foi nesta
história que me apaixonei por Lorcan, o semifeérico chato que ninguém deu bola
no livro passado.
Dorian não
está mais possuído, Chaol foi para a Torre Cesme tentar se curar e Aelin tem de
enfrentar duas guerras: a contra o Rei Erawan, cada vez mais próxima, e a
contra os conselheiros de Terrasen, que se recusam a aceitar seu direito ao
trono.
A nossa rainha saí em busca do fecho para selar as três
chaves de Wyrd, mesmo possuindo apenas uma, e para conquistar um exército.
Enquanto isso Elide, na companhia de Lorcan, está em busca da ex-assassina,
Manon está guerreando com a avó e Dorian está tentando controlar sua magia, com
a ajuda de Rowan. Neste livro vemos alguns personagens antigos, como o Lorde
Pirata da Baía da Caveira, bem como Ansel do Penhasco dos Arbustos!
Eu amei toda a
leitura, mas o final acabou comigo... Quando Meave chegou na praia e sequestrou
Aelin, meu coração foi embora. Descobrimos que Rowan e a rainha vadia cuspidora
de fogo são parceiros – e casados – e que a garota poderia ter vivido todo o
tempo do mundo com seu príncipe feérico, pois se tornaria imortal, mas seu tempo
foi roubado quando Elena não fez o que tinha de fazer, séculos atrás, quando
tiveram o primeiro embate com o Rei Valg.
Se vocês quiserem saber o
que a rainha Elena deveria ter feito, leiam o livro! É spoiler master, não
posso sair espalhando por ai!
Também temos a informação do laço de parceira forjado,
entre Rowan e a antiga esposa, bem como do plano maligno da rainha imortal para
fazer com que o feérico e Aelin se detestassem desde o princípio. Terminei esse
livro arrasada, como vocês bem sabem e pensei realmente em pular o spin-off
de Chaol, indo direto para o último, mas não fiz isso... E ainda bem!
Então, chegamos a “Torre do Alvorecer”. Confesso que
paguei língua, porque este livro não é chato, como pensei que seria e o final
dele é excelente!
Chaol vai para Antica na intenção de se curar, mas também
para conseguir um aliado na guerra que está se formando em Erilea. Como Mão do Rei, o Westfall quer
ajudar Dorian nesta disputa e se curar, para lutar ao lado de seus soldados e libertar
o povo. Nesryn vai com ele, para ajudar, mas também para investigarem melhor.
No entanto as coisas, como o esperado, não são tão fáceis
assim. Antica não quer ajudar e a responsável pelo tratamento de Chaol é Yrene
Towers, uma curandeira que teve a mãe queimada viva pelos soldados do Rei de
Adarlan. Além disso, Westfall e
Nesryn suspeitam que os Valg já tenham chegado ao continente e possuído alguém
para acabar com as curandeiras.
Aqui descobrimos que Meave é uma rainha valg, que as
curandeiras são uma peça chave na guerra, pois conseguem retirar os valg da
possessão sem matar o hospedeiro, além de que Yrene e Chaol ficam juntos, bem
como Nesryn se resolve com o herdeiro do Khaganato, Sartaq!
Terminamos este livro com um ponto de vista de Aelin e de
Rowan, de partir o coração e se você é uma pessoa desesperada, com certeza
pulou para o próximo livro na mesma hora!
Iniciamos assim último livro da série, “Reino de Cinzas”,
que tem mais de novecentas páginas, mas se você foi uma pessoa empolgada como
eu, lê tudo rapidinho.
Aqui a guerra já está formada! Temos Aelin ainda
sequestrada, Rowan indo atrás de sua parceira, Aedion guerreando – e perdendo –
em Terrasen, Manon e Dorian atrás da terceira chave de Wyrd.
Confesso que este livro me surpreendeu muuuuito,
pois a autora conseguiu fazer com que todos iniciassem a história separados e
depois se encontrassem, aos poucos, enquanto a trama ia se formando. Tivemos
uma morte gratuita, de Graviel, e o massacre das Treze de Manon, para salvar o
povo.
Além disso, Aelin conseguiu reunir as três chaves, mas foi
enganada pelos deuses e quase acabou morrendo por nada! Acabou que no final, a
rainha e Dorian tiveram que acabar com Maeve e Erawan na porrada mesmo, ou
seja, se tivessem partido para a agressão, teriam as três chaves, deixariam os
deuses putos e ainda acabariam com a ameaça ao reino do mesmo jeito.
O final é espetacular, aposto que amaram, mas alguns pontos
ficaram soltos. Por exemplo: Manon e Dorian não vão ficar juntos? Por que os
poderes de Maeve se parecem muito com os de Rhysand, de ACOTAR? E as bruxas,
como elas vão se sair nos desertos?
Eu terminei este livro
querendo um crossover entre ACOTAR e Trono de Vidro, além de um livro só de
Manorian... E sobre Elide e Lorcan também! Além disso, se a autora quiser, pode
escrever mais uns contos de Rowan e Aelin, não reclamo.
Assim, terminamos a série. Com coração na mão, mas
encantada!
Eu gostei muuuuuuito desses livros, mais do que de ACOTAR!
Achei que a história não gira em torno de romance e de casais, e sim dos
problemas do reino, da escravização das pessoas e na luta pela liberdade! Os shipps
existem, mas não são o principal. A questão toda de Trono de Vidro é: o povo de
Erilea vai conseguir se liberar da opressão?
E não, isso não conta como spoiler de ACOTAR, porque ainda temos muitas
coisas para debater sobre estes livros. Calma!
Trono de Vidro passa uma mensagem muito bonita também,
porque as coisas não se resolvem com facilidade! Os personagens tem que lutar,
e muito, para solucionar os problemas e para conquistar os objetivos deles.
A escrita de Sarah J. Maas é impecável, como sempre, e eu
fiquei encantada com a genialidade dessa mulher, sério! Para escrever fantasia,
você tem que saber fazer, pois criar um mundo só seu e conjugar personagens com
características próprias e peculiares, ainda mais com magia, não é uma coisa
fácil, informações podem se perder, as coisas podem ficar confusas,
prejudicando a leitura.
Mas ela tem realmente o dom para isso! É maravilhoso como
as coisas se conectam umas com as outras, criando uma teia e as informações que
foram dadas em Trono de Vidro continuam sendo usadas no último livro! É
realmente muito bom, eu fiquei maravilhada e chocada.
Ela conseguiu fazer com que os leitores fossem enganados
pela protagonista, sendo que nós temos acesso aos pensamentos dela. Sintam o
nível!
Somente algumas coisas que eu não gostei muito, analisando
a série no geral. Vejamos:
O primeiro ponto é que os personagens não se comunicam um
com os outros. Várias situações poderiam ser evitadas se houvesse diálogo entre
eles, principalmente no segundo e terceiro livro! Eu entendo que isso é
importante para o enredo e o desenrolar dos fatos, mas mesmo assim me incomodou
bastante isso!
A segunda coisa foi a morte de Graviel! Eu não sou contra
matar personagens, inclusive, gosto quando isso acontece, porque é importante
para a história. Não tem como passar por uma guerra e sair todo mundo vivo, bem
e ileso né? É querer demais!
Acho tão importante que não achei ruim Sarah ter matado as
Treze e Nehemia. As primeiras foram mortas pela guerra e a segunda foi para
fazer a “chave” de Aelin virar para começar a compreender as coisas melhor. No
entanto, a morte de Graviel eu achei sem importância nenhuma e completamente
desnecessária.
Primeiro porque poderia ser evitada, ou seja, ele morre por
lerdeza, pois Aedion e o pai poderiam ter segurado aquele portão, juntos e
fechado, sem problema nenhum, e segundo porque eu nem ligava muito para esse
personagem. Entre os cinco da turma composta por Rowan, Fenrys, Lorcan, Connall
(que também morreu, mas não fez falta) e Graviel, este último era o que eu
menos me importava.
O terceiro e último ponto que não gostei muito foi o laço
de parceria entre Rowan e Aelin. Eu li ACOTAR primeiro que esta série, então já
sabia como esse laço funcionava, e como Sarah J. Maas gosta de usar isso nos
casais.
Quando eu li, em “Herdeira do Fogo” que Rowan havia perdido
a sua parceira, Lyria, achei que isso seria muito bacana, pois teríamos um
casal fora desse laço de parceria, ou seja, nascidos um para o outro e
predestinados. Sim, eu sei que ser parceiro de alguém não significa ficar
junto, mas mesmo assim, é um pouco cansativo.
Então, quando descobri em “Império de Tempestades” que
Maeve havia forjado o laço entre Rowan e Lyria, somente para que ele não
reconhecesse Aelin quando a visse, fique estressada (e decepcionada), porque novamente
tínhamos um casal predestinado e marcado pela parceria. Pode parecer besteira,
mas quando iniciarmos ACOTAR, vocês verão que isso é muito usado e cansa.
Tirando essas três coisas, e a lerdeza de Chaol e Dorian,
eu amei tudo! Achei essa série fantástica e recomendo para tooooooodos mesmo!
Se você não leu ainda, leia, se já fez isso, releia! Fiquei realmente encantada
com esses livros, com a escrita de Sarah J. Maas, bem como com sua genialidade
na trama.
Quando vocês terminaram de ler, ficaram com vontade de
reler? Porque eu já terminei há um tempinho, mas mesmo assim queria entrar
nesse mundo mais uma vez. Quem aí topa fazer petição para Sarah lançar mais
livros do universo de Trono de Vidro? Deixe sua opinião nos comentários!
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