Série Os Bridgertons: Um Beijo Inesquecível (Livro Sete)

 

Um Beijo Inesquecível

Livro 07 - Série dos Bridgertons

 

Resenha por Bianca Ramos

Título Original: It’s in his kiss

Autora: Julia Quinn

Editora Arqueiro

Livro Físico, 272 páginas



 

Sinopse

“Toda a alta sociedade concorda que não existe ninguém parecido com Hyacinth Bridgerton. Cruelmente inteligente e inesperadamente franca, ela já está em sua quarta temporada na vida social da elite, mas não consegue se impressionar com nenhum pretendente.  

Num recital, Hyacinth conhece o belo e atraente Gareth St. Clair, neto de sua amiga Lady Danbury. Para sua surpresa, apesar da fama de libertino, ele é capaz de manter uma conversa adequada com ela e, às vezes, até deixá-la sem fala e com um frio na barriga.

Porém Hyacinth resiste à sedução do famoso conquistador. Para ela, cada palavra pronunciada por Gareth é um desafio que deve ser respondido à altura. Por isso, quando ele aparece na casa de Lady Danbury com um misterioso diário da avó italiana, ela resolve traduzir o texto, que pode conter segredos decisivos para o futuro dele.

Nessa tarefa, primeiro os dois se veem debatendo traduções, depois trocando confidências, até, por fim, quebrarem as regras sociais. E, ao passar o tempo juntos, eles vão descobrir que as respostas que buscam se encontram um no outro... e que não há nada de tão simples – e de tão complicado – quanto um beijo.”

 

Resenha:

Oi caleidoscópios! Como vocês estão? Então, cá estamos nós de volta ao mundo de Julia Quinn e da família da alta sociedade mais querida de todos os tempos.

Nesta resenha vamos falar sobre a história de Hyacinth Bridgerton, a caçula dos irmãos, e de Gareth St. Clair, mais um libertino da alta sociedade que nós vamos acabar amando.

Nossa história se passa, na maior parte do tempo, no ano de 1825, excluindo apenas o prólogo e o epílogo. Na Inglaterra, Hyacinth está em sua quarta temporada, ou seja, está em busca de um marido há quatro anos e, com 22 anos de idade, quando ela começa uma estranha amizade com Gareth St. Clair, filho do barão Richard St. Clair e neto da nossa amadíssima Lady Danbury.

Tudo se inicia quando Gareth recebe de sua cunhada um diário que estava em posse de seu falecido irmão, que pertencia a avó paterna deles: Isabella St. Clair. O problema maior? O diário está escrito em italiano e Gareth não sabe ler nessa língua, não sabendo nem como iniciar a desvendar os segredos do livro... É então que Hyacinth entra!

A caçula dos Bridgertons se oferece para ajudar Gareth na tradução do diário, só para ter o que fazer, enquanto St. Clair quer saber o porquê a cunhada havia lhe dado o livro e o que o objeto esconde.

A narrativa é a mesma dos outros seis livros, clara e objetiva, as descrições são agradáveis de ler e temos ainda o mistério de descobrir alguns segredos de Isabella St. Clair, e do próprio barão, pai de Gareth. Confesso que alguns pontos são bem repetitivos, principalmente as cenas mais quentes... Se você leu todos os livros, um atrás do outro, como eu fiz, dá para ficar um pouco cansado em algumas delas.

O livro é bem fofinho e bem escrito, tem cenas bastante engraçadas, como Hyacinth e Gareth conversando e a icônica Lady Danbury! Sério, gente, eu a amo! Pra mim, é uma das melhores personagens!

Por isso, precisamos falar sobre Agatha Danbury neste livro. Na história do Colin e nas outras também, eu já fiquei encantada com ela... Engraçada, sarcástica, irônica e sincera, mas neste livro mostra também outra faceta: a sentimental.

É ótimo ver a interação da avó com o neto, Gareth, e o modo como ela lida com Hyacinth. As duas tem personalidades bem semelhantes, o que torna hilário os diálogos.

Outro ponto positivo desta história é que temos mais interações com Violet e também mais diálogos sentimentais. Além disso, Gregory também aparece um pouco, o que é bem legal, já que nos outros livros não o vemos muito – a não ser no livro da Eloise.

Um ponto a ser ressaltado é: Colin não foi o casamenteiro!

Não temos o nosso principal casamenteiro em ação, o que é ruim... Porque Colin é maravilhoso, mas também é muito bom ver o Bridgerton longe dessa tarefa, porque quebra um pouco desse “e agora o Colin entra para dar aquelas indiretas básicas e fazer o casal perceber que se ama”.

No mais, este livro é bom! Achei um pouco mais tranquilo que os outros – e sem muito drama – mas não deixa de ser muito gostoso de ler. Devo confessar que Hyacinth me surpreendeu, pois nos outros livros a impressão que temos é daquela menina mexeriqueira, que quer saber de tudo e tem uma língua bem afiada... Mas é muito bom vê-la de perto, entender seus pensamentos e sentimentos, compreender que por trás das aparências, todos nós somos frágeis, inseguros e temos medos, até quem mais aparentar ser imbatível.

Como todas as personagens femininas de Julia Quinn, Hyacinth Bridgerton não deixa a desejar no quesito força e em pisar no patriarcado. Talvez tenha faltado só um pouco daquelas respostas afiadas e daquela vontade de se intrometer em tudo, mas conhecer seu outro lado também foi ótimo.

Gareth também é um personagem masculino ótimo, que não deixa a caçula dos Bridgertons mandar nele, mas também faz tudo que a moça quer. Os libertinos de Julia Quinn são fáceis de apaixonar e nos fazem querer estar dentro destes romances... Gareth não é dramático, é respeitador e definitivamente o cunhado favorito de Anthony, devemos ressaltar.

Para concluir esta parte, devo dizer que compensa muito ler! É um livro que dá para ler rapidinho, porque não é muito grande e a leitura flui muito, assim como todos os livros desta autora. Se você gosta de um romance de época, com uma pegada mais quente, este livro é para você!

Preparem-se para muita intriga, brigas de família, segredos, sedução e planos de detetive.

Caso você vá parar de ler aqui, por causa do spoiler, não se esqueça de seguir a gente no Instagram e deixar sua opinião nos comentários! É muito importante!

 

AVISO! A PARTIR DESTE PONTO CONTÉM SPOILER

Se você não gosta, não continue!

 

Agora começa os spoilers, se você é apressadinho e não leu o aviso acima, estou te avisando de novo... A partir deste momento, teremos spoilers!

Vamos iniciar com: Gareth é um bastado. Tudo bem que isso realmente não é um spoiler, pois está no prólogo do livro, mas é melhor prevenir do que remediar não é mesmo? Assim, o personagem é um filho ilegítimo e passamos todo o desenrolar do enredo nos perguntando “quem é o pai biológico dele?”.

Vou admitir que eu tive alguns palpites errados, mas depois ficou bem claro: Gareth se parece com o “pai”, então a primeira teoria era: Richard está equivocado e é pai mesmo. Porém depois, com o desenrolar da história percebemos que não, pois Isabella deixa claro que a nora engravidou enquanto o marido estava viajando, ou seja, não tem como esse personagem ser o pai do nosso protagonista.  

Mas como Gareth se parecia com os St. Clair: sim... Ele é filho do irmão de Richard, Edward! Olha que enredo digno do programa “Casos de Família”.

Ou seja, Edward St. Clair ficou com a esposa do irmão, que acabou engravidando e depois Richard teve que assumir o filho, que é Gareth, do próprio irmão, sem saber que na verdade estava criando o sobrinho.

Depois que Isabella deixa claro que Richard não era o pai, eu fui bem veloz em somar dois mais dois e descobrir que Edward era o pai, já que algumas menções a ele haviam sido feitas.

O que mais me tocou nesta história toda foi que Gareth teve uma reação TOTALMENTE inesperada: aceitou tudo de uma forma muito madura e não jogou na cara do de Richard, como eu pensei que faria (o meu instinto vingativo aflorou). Afinal, um dos arcos mais legais são as brigas entre o nosso libertino favorito e o seu suposto pai. Os dois não conseguem ter uma conversa civilizada e o livro já inicia dessa forma, quando Gareth diz:

“Gareth St. Clair tinha quatro princípios básicos para manter o bom humor e a sanidade no relacionamento com o pai.

Um: eles só conversavam se fosse absolutamente necessário.

Dois: as conversas absolutamente necessárias deviam ser as mais breves possíveis.

Três: quando trocassem mais do que um simples cumprimento, era sempre preferível que houvesse uma terceira pessoa presente.

E, por fim, quatro: para que os pontos um, dois e três fossem cumpridos, Gareth devia conseguir acumular o maior número de convites possível para passar as férias escolares com os amigos.

Em outras palavras, não em casa.

Em palavras ainda mais precisas, longe do pai” (p. 7)

Notem que isso se encontra na página sete, já iniciamos o livro com a informação de que eles não se dão bem... E durante todo o livro confirmamos essa informação. Os dois brigam O – TEMPO – TODO!

Outro ponto muito divertido da história foi como o arco romântico entre Gareth e Hyacinth se iniciou. Tudo começou com a tradução de um diário, que virou em uma busca por diamantes (descobrimos aqui que a Bridgerton gosta de uma pedra preciosa) e depois virou uma luta para se casarem. Vamos passo a passo:

Primeiro – Hyacinth e a sua amizade com Lady Danbury. Maravilhosas as partes em que ambas aparecem juntas, principalmente quando estão lendo Srta. Butterworth e o Barão Louco e a tara de Priscilla por penhascos! Esses episódios de leitura são engraçados pelos comentários de ambas sobre a história que estão lendo e também, porque a condessa deixa tudo muito leve!

Além disso, a interação de ambas quando Gareth está com elas é excelente também. O modo como Lady Danbury joga o neto para cima de Hyacinth é hilária, pois a condessa não é nada sutil e temos aquelas reações do tipo “pare com isso, sou um libertino, não quero me casar”, o que sabemos que é mais um indício que terminaremos esta história no altar. Com Anthony e Simon foi da mesma forma!

E então entramos na parte do diário: a tradução de Hyacinth é lenta e para leitores curiosos como eu, dá raiva! Você quer saber quem é o pai de Gareth e depois, quando os diamantes entram na jogada, quer saber onde estão! Não é justo que demore tanto assim!

Hyacinth convencendo Gareth a entrar na casa do pai para procurar os diamantes e querendo ir junto, para mim, é um dos pontos mais altos (e mais engraçados), pois St. Clair se vê como o sensato da dupla e é realmente muito bom tentar descobrir se os dois vão ou não localizar as joias.

Junto com a investigação de ambos também temos o arco romântico: Gareth e Hyacinth se apaixonam.

Qual a surpresa? Nenhuma!

Hyacinth descobre que gosta dele primeiro, depois que se beijam, porque é bem mais esperta, depois eles se beijam de novo e Gareth descobre que também a ama. Então, para a surpresa de todos, eles noivam e nada acontece...

A não ser Anthony comemorando o fato de se ver livre das quatro irmãs.

O Visconde nem precisou ameaçar Gareth, nem nada do tipo e o melhor: sem posição comprometedora! O casamento não foi forçado, pelo contrário, St. Clair foi até o Visconde declarar suas intenções. Olha a novidade.

St. Clair quer casar rápido e então rouba a virtude de Hyacinth, para adiantar o casamento e para a moça não descobrir que Gareth é um bastardo enquanto lê o diário.

Vamos falar uma coisa importante: assim como o livro da Francesca, esse aspecto me deixou preocupada. Homens que usam do sexo como meio de fazer a mocinha se casar, sem elas saberem disso, me deixa incomodada...

Gareth quer adiantar o casamento, a fim de evitar que a Bridgerton descubra sobre sua linhagem não tão pura assim. Então, resolve fazer com que ela não possa negar casar-se com ele, mesmo que descubra seu segredo. Adivinhem como St. Clair faz isso? Quem disse sexo, acertou.

Ele transa com Hyacinth para que ela “perca” sua virtude e seja obrigada a se casar!

Isso é um problema, por mais que Hyacinth tenha consentido com o ato sexual.

Sexo não deve ser usado para adiantar as coisas, ou para conseguir algo em troca e sim para demonstrar amor, paixão e desejo.  Isso é uma forma de abuso sim! As mulheres devem ter todas as informações e não é saudável ser manipulada desta forma, ainda mais quando se tem muito em jogo, pois Hyacinth seria considerada arruinada, caso não quisesse de casar mais com St. Clair.

Fiquei incomodada com essa cena e o modo como ela pode ser interpretada e acho que todas as mulheres deveriam ver isso como um modelo a NÃO ser seguido.

Depois Hyacinth descobre que Gareth só quer se casar com ela por causa do pai, que o desafiou dizendo que a Bridgerton nunca se casaria com ele por causa da sua ausência de recursos. É isso que dá um pouco a entender, e então começa o bom e velho drama que, vamos confessar, eu amo. Se não tem drama, não tem graça!

Hyacinth não pode desmanchar o noivado, pois está arruinada (não é mais virgem), mas também está chateada, pois acha que Gareth não gosta dela e que só quer se casar porquê o pai o provocou, dizendo que nosso protagonista não poderia unir-se com a Bridgerton pelo matrimônio.

E quanto tudo isso acontece, a busca pelos diamantes continua e as provocações mais ainda...

O casal faz as pazes, mesmo Gareth ainda não se redimido na minha concepção, e então... HYACINTH DESCOBRE QUEM É O PAI DE ST. CLAIR.

Depois desta parte, é impossível largar o livro! Nossa protagonista vai até a casa do noivo, ambos dizem “eu te amo”, o que é bem fofo, mas a questão ainda fica pairando no ar. Quem diabos é o pai do futuro barão? Então descobrimos... É Edward! O irmão do pai.

Como eu disse acima, não me chocou muito, mas também não foi ruim para o enredo. Gareth é um St. Clair, portanto, tem direito a ser barão, vai herdar a casa, as dívidas do homem que o criou e ainda não é um bastardo qualquer, mas nada disso importa, porque o nosso protagonista tem Hyacinth.

E as joias? Continuam perdidas...

Vou contar se elas são encontradas? Claro que não! Leiam e descubram, mas já adianto que houve a maior quebra de expectativa que eu tive lendo esse livro e confesso que gostei.

Livro bom é aquele que surpreende, marca e a gente termina de boca aberta. Já vou adiantar que eu terminei assim.

Compensa muito ler e se apaixonar!

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