Série Os Bridgertons: Para Sir Phillip, com amor (Livro Cinco)
Para
Sir Phillip, com amor
Livro
05 - Série dos Bridgertons
Resenha por Bianca Ramos
Título Original: To
Sir Phillip, with love.
Autora:
Julia Quinn
Editora Arqueiro
Livro Físico, 288 páginas
Sinopse
“Eloise Bridgerton é uma
jovem simpática e extrovertida, cuja forma preferida de comunicação sempre
foram as cartas, nas quais sua personalidade se torna ainda mais cativante.
Quando uma prima distante
morre, ela decide escrever para o viúvo e oferecer as condolências. Ao ser
surpreendido por um gesto tão amável vindo de uma desconhecida, Sir Phillip
resolve retribuir a atenção e responder.
Assim, os dois começam uma instigante troca de
correspondências. Ele logo descobre que Eloise, além de uma solteirona que
nunca encontrou o par perfeito, é uma confidente de rara inteligência. E ela
fica sabendo que Sir Phillip é um cavalheiro honrado que quer encontrar uma
esposa para ajudá-lo na criação de seus dois filhos órfãos.
Após alguns meses, uma das
cartas traz uma proposta peculiar: o que Eloise acharia de passar uma temporada
com Sir Phillip para os dois se conhecerem melhor e, caso se deem bem, pensarem
em se casar? Ela aceita o convite, mas em pouco tempo eles se dão conta de que,
ao vivo, não são bem como imaginaram. Ela é voluntariosa e não para de falar, e
ele é temperamental e rude, com um comportamento bem diferente dos homens da
alta sociedade londrina.
Apesar disso, nos raros
momentos em que Eloise fecha a boca, Phillip só pensa em beijá-la. E cada vez
que ele sorri, o resto do mundo desaparece e ela só quer se jogar em seus
braços. Agora os dois precisam descobrir se, mesmo com todas as suas
imperfeições, foram feitos um para o outro.”
Resenha:
Oi gente! Como vocês estão? Então, chegamos ao quinto livro
da Série Bridgerton, que nos traz a história de Eloise. Hoje vamos falar sobre “Para
Sir Phillip, com amor”!
Já
começado dizendo que, das meninas, Eloise é minha Bridgerton favorita. Sem
mais!
Além
de ser uma solteirona convicta, como vimos em “Os segredos de Colin
Bridgerton”, ela ainda é muito inteligente e não se deixa levar pelas
dificuldades que encontra. É comunicativa, extrovertida e tem um jeito muito
diferente de ver a vida, o que é ótimo. Tem personalidade e mostra isso com
frequência, além de ser muito consciente sobre as situações em que se encontra
e das pessoas ao seu redor.
Eloise
Bridgerton é maravilhosa, ponto. Se você leu e não gostou, leia de novo porque
leu errado.
Enquanto
isso, temos Sir Phillip Crane ou como o fandom carinhosamente o chama: O
Agroboy. Ele é muito estranho em um primeiro momento e depois que passa,
continua sendo estranho.
Ele
só quer saber de suas plantas, mais nada! Tudo bem que ele gosta de botânica,
mas chega a ser exagerado, pois Sir Phillip deixa de lado os próprios filhos
para cuidar das plantinhas! Também devemos advertir que o personagem é o oposto
de Eloise, tímido, não se expressa bem, não tem pulso firme e muito menos é
“amigável”.
É
uma boa pessoa, mas não é necessariamente divertido.
O
relacionamento do casal começa com uma troca de cartas – óbvio, já que no livro
do Colin descobrimos que Eloise ama escrever cartas. Estava nítido que Julia
Quinn iria usar esta informação para alguma coisa... E bem, usou no livro
deles!
Começou
com uma carta de condolências pelo falecimento de Marina – esposa de Philip e
prima bem distante de Eloise – e virou uma troca de confidências. Devo dizer
que este livro me ensinou uma coisa muito importante, pois a Bridgerton sempre
terminava suas cartas com uma pergunta, para Sir. Phillip ser obrigado a
responder. Ou seja, quando forem conversar com o(a) crush, sempre mande uma
pergunta, ele(a) será obrigado a responder e se não o fizer, é mal educado(a) e
não vale a pena.
A
troca de cartas continua e Phillip começa a se interessar pelo papel que Eloise
pode exercer na vida dele: o de mãe dos seus filhos gêmeos. Oliver e Amanda perderam
a mãe (Marina) e são terríveis, sendo que como viúvo, Phillip tem que cuidar
dos pestinhas sozinho, logo... Eles precisam de uma mãe e no combo, o agroboy
ainda ganha uma esposa.
Então
nosso personagem pensa: quem melhor que Eloise para isso? Assim os
investimentos começam...
É
importante mencionar neste ponto que era normal – e até hoje é comum – que
homens viúvos com filhos pequenos (e grandes) procurassem mulheres para se
casar, a fim de que elas cuidassem da prole. Normal não quer dizer correto, não
é mesmo? Normalizamos várias coisas e nem por isso são certas e este caso é um
deles: não é papel só da mulher cuidar dos filhos, não é obrigação só da mulher
educar as crianças!
Voltando
a história... O casal troca cartas e Phillip a convida para uma visita à sua
casa, acompanhada por uma dama de companhia é claro, afinal estamos falando de
uma época em que mulheres solteiras não deveriam ficar sozinhas com homens,
para ver se eles dão certo e discutir um possível matrimônio. E o que Eloise
faz? Foge para a casa de Phillip sozinha.
Eu
esperava isso de Hyacinth e também de Eloise né... Sejamos honestos!
Nossa
protagonista simplesmente foge para a casa de Phillip, sem avisar ninguém da
família, no meio de um baile, e chega sem avisar na casa do agroboy. Nem
preciso dizer que Phillip ficou no mínimo chocado com essa presença, afinal ele
havia feito o convite, mas Eloise nunca confirmou que iria ou marcou uma data.
Ela simplesmente apareceu.
Teve
até que parar de cuidar das plantas para fazer sala para a convidada
inesperada.
Em
um primeiro momento a interação deles é um pouco forçada e nem vi muito futuro
no relacionamento. Os dois são diferentes demais e os gêmeos são umas pestes
que não deixam ninguém em paz, mas depois as coisas vão melhorando, eu juro!
Não desista do casal, eles valem a pena!
Em
síntese, o livro é ótimo e acabou se tornando um dos meus favoritos. Eloise é
uma personagem encantadora e Phillip, apesar de pacato demais, é um personagem
muito intrigante também. É uma trama que passa verdade, que é possível de se
imaginar acontecendo – mesmo que bem improvável – e o livro é muito bem
escrito, o que deixa a leitura ainda mais encantadora.
Este
é um daqueles livros que dá para ler em um dia, caso você tenha tempo. Vale
muito a pena dedicar um tempinho a Eloise e seu Agroboy.
Caso
você vá parar de ler aqui, por causa do spoiler, não se esqueça de seguir a
gente no Instagram (@caleidoscopio_literario) e deixar sua opinião nos
comentários! É muito importante!
AVISO!
A PARTIR DESTE PONTO CONTÉM SPOILER
Se
você não gosta, não continue!
Agora
começam os spoilers, se você é apressadinho e não leu o aviso acima, estou te
avisando de novo... A partir deste momento, teremos spoilers!
Iniciamos
o livro com a morte de Marina, a esposa de Phillip – que ele nem gosta, diga-se
de passagem – e a mãe de Oliver e Amanda, os gêmeos endemoniados. A história
começa com a Sra. Crane tentando se matar afogada no lago e com Phillip a
salvando, só para depois morrer de pneumonia.
Logo
no início temos um debate super importante: depressão crônica. Marina tem
depressão e mesmo que na época em que os livros se passam ainda não se usasse
este termo, podemos perceber os sintomas nitidamente e com as informações
colhidas ao longo da narrativa, podemos ver que é desde sempre... Eloise mesmo
diz que a prima sempre foi uma criança triste, que não gostava de brincar e nem
de fazer nada.
Este
debate é de suma importância, porque existem pessoas assim na nossa realidade,
pessoas que têm depressão crônica e que se não for tratado pode levar a um mal
maior. É importante a representatividade e mais importante ainda abrir o debate
para as consequências e para a existência de tal doença, que precisa ser
diagnosticada e tratada de um modo específico.
Voltando
ao livro, depois que Marina falece, começam as trocas de cartas. Eloise e o
método de sempre mandar as cartas com uma pergunta para que Phillip respondesse
é ótimo e confesso que achei fofinho o fato de que ele mandou flores prensadas
para ela dentro das cartas, explicou os nomes das espécies que enviou... Acho
que este é o modo Phillip de expressar interesse e carinho. Com plantas!
Estranho? Sim. Fofo? Também.
Eles
continuam na troca de cartas e Eloise foge para a casa de Sir. Phillip, no meio
de um baile e sem avisar ninguém, para ver se rola um casamento mesmo... E
descobre que o pretendente tem filhos. Dois diabinhos de nome Oliver e Amanda.
Eu
gostei dos dois, confesso, mas que eles são terríveis, são mesmo. Não tenho
como contestar este fato! São crianças mal educadas, porque Phillip ficava (e
fica) cuidando de planta e Marina não tinha condições psicológicas de cuidar
dos filhos, que se tornaram sem limites e o pior: carentes.
Esta
é a combinação fatal para fazer crianças que vão atazanar a vida de qualquer
um.
Os
gêmeos resolvem fazer isso com quem? Eloise. É hilário as armadilhas que as
crianças fazem com a Bridgerton e o melhor de tudo é ver a resposta da nossa
protagonista para isso tudo. Acho que o fato de ter sete irmãos ajudou bastante
nesse quesito.
Após
isso, temos que comentar sobre a cena icônica deste livro: o resgate de Eloise.
Ela
fugiu, não avisou ninguém, deixou um bilhete... Seria ingenuidade da personagem
– e nossa também – achar que os irmãos dela, principalmente Anthony, não
revirariam a Inglaterra para acha-la né? O Visconde quase matou um de seus
melhores amigos por Daphne, não era esperado que fosse ficar sentado esperando
Eloise retornar né?
Os
Bridgertons a encontraram... o que rendeu a melhor parte deste livro! Anthony,
Benedict, Colin e Gregory invadem a casa de Phillip para resgatar a irmã, batem
nele, bem quase todos, porque Colin só fica comendo, e ainda por cima o
ameaçam. Esta cena é maravilhosa!
Vocês
acham que isso termina como? Em casamento, é claro.
Era
óbvio, desde quando Eloise fugiu, que o casal iria ter que se casar. Na
verdade, em poucos livros os protagonistas não “tem” que se casar, né? Daphne
foi assim, Anthony foi isso, Eloise é assim... Nunca o casamento é porque
alguém pediu e sim, porque foram pegos em posições comprometedoras.
Eles
se casam, as coisas começam a melhorar, Amanda e Oliver começam a receber
educação... Então começa a verdadeira batalha: a falha de comunicação. Eloise
vira a governanta da casa, enquanto Phillip volta a cuidar das plantinhas... E
só isso! A noite o casal se entende muito bem, mas durante o dia, zero
comunicação. Para Phillip está tudo ótimo, enquanto Eloise quase morre, porque
precisa conversar, precisa desabafar...
É
engraçado e trágico, ao mesmo tempo, porque é um pouco divertido ver Eloise e
ele tentando se entender. Afinal, não dá só para casar e boa, casamento demanda
construção diária, cuidado diário, diálogo...
Sir.
Phillip, dica para você: cuide menos das plantas e mais da sua família!
Outro
ponto importante de ser comentado é a babá que agride as crianças. Abre um
debate muito bacana sobre agressão às crianças e como isso não é legal de forma
alguma! Os meninos são umas pestes? São. Precisam de limite e de serem
educados? Sim! Mas não desta forma.
O
próprio Phillip apanhava do pai e ficou com traumas por causa disso, ele sabe
das consequências e não quer que isso aconteça com os filhos. Tanto que se
recusou a acreditar em Eloise quando diz suas suspeitas e somente acreditou
quando viu a babá batendo nas crianças. Trágico!
Além
disso, amor de Phillip pelas plantas tem uma utilidade neste livro: salvar a
vida do filho de Benedict e Sophie, o que é bem fofo!
É
muito bonito ver a construção do amor entre os protagonistas! Não foi um caso de
uma paixão arrebatadora ou de um amor à primeira vista. Eles se sentiam
atraídos um pelo outro, tiveram que se casar, mas foram se apaixonando aos
poucos, pelos detalhes e pela construção diária.
É legal
de acompanhar. Eu achei super fofo o modo como foi abordado e o jeito como, aos
poucos, eles viraram uma família. Os gêmeos começaram a aceitar a madrasta,
Phillip se abriu sobre Marina, Eloise aprendeu a esperar, a dar tempo as
pessoas e a ser menos tempestuosa.
Isso
também tira aquela ideia da madrasta má, que tem ciúme dos filhos do marido e
quer destruí-lo. Mostra a família baseada no amor: Eloise ama os filhos de
Phillip como se fossem dela e eles a amam como mãe, e Phillip ama a todos – e
as plantas também – de um modo muito bonito.
O
livro, como já disse acima, é muito agradável de se ler. É uma leitura rápida e
fluída, com narrativa coerente e muito emocionante. Dá para problematizar muitos
tópicos e aplicá-los ao nosso dia a dia.
Leiam
e se encantem! Vocês não vão se arrepender!
Se
você gostou dessa resenha, deixe um comentário com sua opinião (não custa
nada)! Contem para nós se vocês também gostaram? Um ponto que não foi citado,
se a resenha ajudou na leitura e essas coisas!
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