Série Os Bridgertons: O Conde Enfeitiçado (Livro Seis)

 

O Conde Enfeitiçado

Livro 06 - Série dos Bridgertons

 

Resenha por Bianca Ramos

Título Original: When he was wicked

Autora: Julia Quinn

Editora Arqueiro

Livro Físico, 304 páginas





Sinopse 

“Toda vida tem um divisor de águas, um momento súbito, empolgante e extraordinário que muda a pessoa para sempre. Para Michael Stirling, esse instante ocorreu na primeira vez em que pôs os olhos em Francesca Bridgerton.

Depois de anos colecionando conquistas amorosas sem nunca entregar seu coração, o libertino mais famoso de Londres enfim se apaixonou. Infelizmente, conheceu a mulher de seus sonhos no jantar de ensaio do casamento dela. Em 36 horas, Francesca se tornaria esposa do primo dele.

Mas isso foi no passado. Quatro anos depois, Francesca está livre, embora só pense em Michael como amigo e confidente. E ele não ousa falar com ela sobre seus sentimentos – a culpa por amar a viúva de John, praticamente um irmão para ele, não permite.

Em um encontro inesperado, porém, Francesca começa a ver Michael de outro modo. Quando ela cai nos braços dele, a paixão e o desejo provam ser mais fortes do que a culpa. Agora o ex-devasso precisa convencê-la de que nenhum homem além dele a fará mais feliz.

No sexto livro da série Os Bridgertons, Julia Quinn mostra, em sua já consagrada escrita cheia de delicadezas, que a vida sempre nos reserva um final feliz. Basta que estejamos atentos para enxergá-lo.”

 

Resenha

Oi caleidoscópios! Então... Vamos lá para a nossa sexta resenha sobre a série dos Bridgertons, escrita por Julia Quinn. Dessa vez, vamos falar de Francesca, uma irmã que quase não aparece nos outros livros.

Primeiro vamos começar dizer que este livro é muito fofo, mas também muito profundo! Podemos perceber, nitidamente, o sofrimento de Francesca e suas perdas. Se eu pudesse definir a lição desta obra seria isso: como lidar com perdas.

O sexto livro desta série conta a história de Francesca Bridgerton, a sexta irmã e seus dois grandes amores: John e Michael, que são primos “barra” irmãos e que, acima de tudo, se amam profundamente. O relacionamento desses dois e depois desses três, é muito bonito de se ver.

Como podemos ver na própria sinopse, Michael se apaixona por Francesca no casamento da nossa protagonista com seu primo (e também melhor amigo) John, mas em nenhum momento vemos um tipo de relacionamento tóxico do primeiro em relação ao segundo. É claro que ele deseja a Bridgerton para si, mas em nenhum momento o moço questiona – ou interfere – no relacionamento do casal, porque sabe que John e a esposa se amam.  

Este livro também é excelente, porque podemos ver mais de Francesca, que quase não aparece nos anteriores. Vemos sua personalidade forte, pensamentos, ideias e opiniões, acompanhamos também o sofrimento e o despertar da personagem. A Bridgerton é uma personagem incrível, de um humor peculiar e de respostas afiadas.  

A leitura deste livro, como a de todos os outros anteriores, é muito boa e muito rápida, dá para ler em um dia, no máximo dois, se você estiver com tempo para isso. Na verdade, depois que se começa, é bem difícil parar de lê-lo, primeiro porque é muito bem escrito e segundo, porque você quer saber o que vai acontecer.

Outro ponto que precisamos destacar é: cenas de sexo. Eu achei que este livro teve bem mais destas cenas do que os outros cinco anteriores e tenho uma teoria sobre isso: Francesca não é mais virgem no início do livro, então não temos aquele “pudor” em relação a isso. Resultado: muitas cenas calientes e se você for menor de idade, pule-as ou não leia o livro!

Além disso, cabe mencionar que não temos tanto dos outros irmãos nessa história. Vemos um pouco do Colin, um pouco de Violet, mas é só... Isso deixa a história até um pouco mais interessante, pois foca na Francesca e no seu próprio mundo.

É bom comentar também que a própria Bridgerton ama sua família, mas prefere ficar um pouco sozinha, pois este é um dos traços de sua personalidade.

Essa leitura também me fez desenvolver mais uma tese: os livros de quem aparece menos, são melhores. Acho que é porque temos pouca expectativa sobre os personagens, então vamos os conhecendo no desenrolar da história e não temos uma ideia pré-concebida sobre suas personalidades.

É muito bom conhecer realmente Francesca e seus dois amores: John e Michael. É bonito acompanhar a trajetória dos personagens e, o mais importante, comprova que a mesma pessoa pode amar mais de uma pessoa ao longo da vida, ter duas almas gêmeas, dois grandes amores e que um não anula o outro. A Bridgerton, agora Condessa, amou seu primeiro marido, mas também sente algo por Michael.

Se você está com dúvida se este livro é bom, eu respondo para você: sim, é ótimo! Michael é um personagem muito leve, mas também bastante dramático e Francesca é maravilhosa e bem intrigante, além de que a lição final é muito bonita! Compensa muito a leitura.

Caso você vá parar de ler aqui, por causa do spoiler, não se esqueça de seguir a gente no Instagram e deixar sua opinião nos comentários! É muito importante!

 

AVISO! A PARTIR DESTE PONTO CONTÉM SPOILER

Se você não gosta, não continue!

 

Bem, já estão avisados sobre os spoilers, então vamos começar a nossa conversa sobre os pontos que mais me chamaram a atenção nesta leitura.

A primeira coisa é a relação entre Michael, John e Francesca. É muito bonito o amor de todos.

Esses três personagens se amam, de verdade, e na mesma intensidade. Eles torcem pela felicidade um do outro e mesmo com a morte de John, esse amor não morre de modo algum, a memória dele é respeitada e amada pelos dois, a todo momento.

Tenho que destacar que a morte de John, apesar de previsível, afinal Francesca não se separaria desse personagem por vontade própria, é muito triste. Muito mesmo!

Vemos a perda de John de dois ângulos diferentes: o de Francesca, que ficou viúva e perdeu o primeiro amor da sua vida e de Michael, que perde seu irmão, amigo mais próximo, mas que também se sente culpado por desejar a esposa do primo da forma como fazia. É uma dualidade de sentimentos que esse personagem tem, porque ama John como seu irmão, mas também ama Francesa e com a morte do primeiro, ele perdeu uma das pessoas que mais ama, mas também “ganhou” a oportunidade de poder ficar com o amor da vida dele.

Dá para entender o que Michael sente, perfeitamente. Julia Quinn deixa bem claro esse fato!

É muito triste de ler e muito difícil de aceitar. Acho que passei pela fase do luto junto com os personagens, porque John é um cara legal e ama Francesca, bem como ama Michael, é uma pessoa justa, participativa e muito interessante. Sua morte prematura me abalou, mesmo que sabendo que esse fato ia acontecer.

E morte dele não só me abalou, mas também deixou Michael e Francesca muito estranhos um com o outro. Era de se esperar que ambos se unissem na dor e a superassem juntos (esse era o meu palpite inicial), mas não... Eles não fizeram isso.

Ficaram cada um de um lado, enfurnados em sua dor, Michael querendo consolar Francesca, mas se sentindo culpado e um estranho com o outro... E nenhum dos dois entendendo o que estava acontecendo direito (e eu também não entendia nada)!

Na verdade, Francesca não estava entendendo direito. Para a Bridgerton, seria natural ter Michael ao seu lado neste momento, mas esse personagem não fica porque: 1) está sofrendo com a morte de John tanto quanto nossa protagonista; 2) está se sentindo culpado porque quer Francesca e isso não diminuiu com a perda do primo; 3) vai ter que criar responsabilidade e virar conde, coisa que nunca quis.

Pesado né?

E então, para complicar ainda mais a situação (e dar uma esperança também), descobrimos que Francesca está grávida de John. Sim, eu fiquei animada, sim, pensei que seria lindo ver Michael e nossa personagem cuidando do bebê da pessoa que os dois amaram profundamente, mas o que acontece? Sim! Francesca perde o bebê! Outra quebra de expectativa!

Sintam meu desespero e minha tristeza com isso. Eu tinha uma ideia certa de que as coisas iam para um lado e, do nada, vão para outro. Já alerto que nesse livro isso acontece recorrentemente.

Agora, coloque-se no lugar de Francesca. Nossa Bridgerton perdeu o pai, quando era pequena, perdeu o marido com poucos anos de casada e depois, perdeu o filho, um pouco depois da morte do amor de sua vida. Quando eu disse que este livro era sobre perdas, era sobre isso que estava me referindo!

Ela perdeu todas as pessoas e continuou lutando para sobreviver, continuou tentando! E por mais difícil que isso seja, temos que continuar tentando e mesmo querendo desistir, temos que continuar. Francesca não superou suas perdas, aprendeu a viver com elas, e encontrou novas histórias, novas felicidades.

Voltando a história, Francesca perde o bebê e o que o Michael faz, em vez de ajudar o amor de sua vida?? Sim! O moço foge! A Bridgerton o confronta sobre sua perda, ambos discutem e então ele vai embora para a Índia, e fica lá por um bom tempo!

Olha que loucura!

Passados alguns anos, Michael retorna, justamente quando Francesca decide que quer ter um filho e que, para isso, precisa de casar de novo.

Aí, caro leitor, você pensa: Os personagens vão unir o útil ao agradável, certo? Não!

Os protagonistas se reencontram, acontece toda aquela tensão sexual e... nada! Absolutamente nada acontece.

Até o momento em que o nosso casamenteiro maravilhoso age! Sim, Colin sugere a Michael que se case com a irmã, mostrando o óbvio, mas o nosso Conde não cede assim... Ele inventa – porque sim, é preciso inventar – desculpas para demonstrar como casar com a falecida esposa de seu primo é errado.

 E enquanto isso, Francesca decide sair do luto e mostrar a sociedade que quer se casar! E Colin continua a dar diretas, porque não podemos chamar as dicas de Colin de indiretas devido à ausência de sutileza, para Michael, para que o moço tome uma atitude.

Colin deveria se chamar Collinpido, porque esse personagem enxerga um casal de longe, e quando isso acontece, entra em ação na hora!

E então, acontece o divisor de águas: o beijo. Michael beija Francesca e o amor cai em cima do casal como uma bigorna! E como estamos falando dos dois maiores fujões da Inglaterra, é a vez de Francesca fugir!

A Bridgerton foge para a Escócia depois que Michael a beija, porque fica assustada com os sentimentos. Compreensível, mas não justificável.

Mas Michael cansou de fingir que não sente nada por ela, que não a quer, e vai atrás da viúva, decidindo que vai torna-la sua esposa, custe o que custar, montando um plano para seduzir Francesca e fazer com que ela aceite se casar com ele.  

Então que o problema deste livro, para mim, começa.

Michael monta o plano de transar com Francesca, para que a moça engravide e aceite se casar. Vamos lá, primeiro que isso é bem estranho e segundo que isso é uma atitude bastante abusiva, porque está enganando a Bridgerton para obter uma coisa que ele quer!

O sexo não deve ser utilizado para estes fins! É errado pensar deste modo, de querer engravidar para fazer com que ocorra um casamento e como não podemos deixar isso passar batido, afirmo que, apesar de Michael ser um dos meus personagens favoritos, essa atitude dele não é nada legal!

 Não podemos normalizar este comportamento, não podemos achar comum e até mesmo romântico. O livro é bom, o amor é legítimo, mas os fins não podem justificar os meios. Jamais!

Michael quer se casar, mas usar uma “fraqueza” de Francesca para isso, é golpe baixo, porque ele sabe que o sonho dela é ser mãe e usa isso para conseguir um casamento.

A questão que ficará em aberto e também para instigar a leitura é: será que Michael obtém sucesso nesse plano doido? Já adianto que as coisas não funcionam tão bem assim!

Finalizando, eu acho que este livro traz a lição de que perdas acontecem na sua vida e nada substituem o lugar delas. Nada mesmo!

Francesca sempre vai amar seu pai, seu marido e seu filho, e Michael não substituiu o lugar deles, mas encontrou o seu próprio, e devolveu luz a vida dela! É possível ter um final feliz após grandes perdas, mesmo com as marcas que deixam. Esta é a grande lição que podemos aprender com esta leitura.

Além disso, mostra que alguém pode amar mais de uma pessoa durante a vida e que quando se perde um amor, não significa que sua vida acabou. Frannie amava John de todo o seu coração e também ama Michael assim, e um amor não anula o outro. Ela vai sempre amar John – do mesmo jeito que nosso conde também sempre amará seu melhor amigo –, mas também vai sempre amar Michael.

Este livro é excelente, apesar do plano ridículo de Michael para casamento e merece ser lido (e amado).

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