Série Os Bridgertons: Um Perfeito Cavalheiro (Livro Três)
Um
Perfeito Cavalheiro
Livro
03 - Série dos Bridgertons
Resenha por Bianca Ramos
Título Original: An
offer from a gentleman
Autora:
Julia Quinn
Editora Arqueiro, 2014
Livro Físico, 304 páginas
Sinopse:
“Sophie sempre quis ir a um
evento da sociedade londrina. Mas esse parece um sonho impossível. Apesar de
ser filha de um conde, ela é fruto de uma relação ilegítima e foi relegada ao
papel de criada pela madrasta assim que o pai morreu.
Uma noite, porém, ela
consegue entrar às escondidas no aguardado baile de máscaras de Lady
Bridgerton. Lá, conhece o charmoso Benedict, filho da anfitriã, e se sente
parte da realeza. No mesmo instante, uma faísca se acende entre eles.
Infelizmente, o
encantamento tem hora para acabar. À meia-noite, Sophie tem que sair correndo
da festa e não revela sua identidade a Benedict. No dia seguinte, enquanto ele
procura sua dama misteriosa por toda a cidade, Sophie é expulsa de casa pela
madrasta e precisa deixar Londres.
O destino faz com que os
dois só se reencontrem três anos depois. Benedict a salva das garras de um
bêbado violento, mas, para decepção de Sophie, não a reconhece nos trajes de
criada. No entanto, logo se apaixona por ela de novo. Como é inaceitável que um
homem de sua posição se case com uma serviçal, ele lhe propõe que seja sua
amante, o que para Sophie é inconcebível.
Agora os dois precisarão
lutar contra o que sentem um pelo outro ou reconsiderar as próprias crenças
para terem a chance de viver um amor de conto de fadas. Nesta deliciosa
releitura de Cinderela, Julia Quinn comprova mais uma vez seu talento como
escritora romântica.”
Resenha:
Oi
caleidoscópios!!! Como estão vocês? Então, vamos para a terceira resenha desta
série maravilhosa!!
Antes de começarmos, aviso importante: este
livro contém cenas de sexo. Se você é menor de idade, já fique avisado!
Chegamos
ao livro do Benedict, o segundo irmão e que quase não aparece nos dois
primeiros livros (uma pena, porque ele é maravilhoso). Esta história trata-se
de uma releitura do conto da cinderela, mas não se desanime, é ótimo. Até
agora, foi o que mais gostei de ler!
Iniciamos
com a história de Sophie Beckett, a filha bastarda de um conde. Essa moça foi
criada como pupila do próprio pai, que nunca a assumiu como filha legítima, mas
se responsabilizou por cuidar e educar quando a avó de Sophie deixou a menina
na porta do conde aos três anos de idade. Abandono afetivo paternal sendo
retratado, afinal, o Conde apesar de ter “cuidado” da filha com bens materiais,
nunca a amou de verdade e nem lhe deu o carinho de um pai.
Após
a morte do conde, Araminta (que é a madrasta má) tornou Sophie sua criada e
assim isso continuou por anos, até surgir um baile de máscaras na casa de
Violet Bridgerton. Obviamente que nossa mocinha, como bastarda que é não
poderia ir de modo algum, mas as criadas – que fazem às vezes de fada madrinha
– a ajudam e a Beckett consegue se disfarçar de dama da sociedade, em um belo
vestido prateado, para viver o sonho que lhe foi negado.
Neste
baile Sophie conhece ninguém mais, ninguém menos que Benedict – meu grande amor
– e se apaixona por ele à primeira vista, mas tem consciência de que um
relacionamento entre os dois é impossível, portanto, não revela seu nome e nem
quem realmente é ao cavalheiro. Nosso protagonista também fica apaixonado pela
moça, mas quando o relógio bate meia noite, a Beckett o abandona.
Nesta
releitura, Benedict não fica com o sapato de Sophie, mas com a luva e como esta
possui o brasão do Conde Penwood (pai de Sophie), o Bridgerton vai atrás de
informações sobre a misteriosa dama de prateado. É quando Araminta percebe que
Sophie foi ao baile sem sua autorização. Resultado: a madrasta a expulsa a
enteada de casa.
Anos
mais tarde, Benedict – que ainda ama a mulher de prateado – encontra-se com
Sophie em uma festa, mas como criada e não a reconhece. Resultado: o Bridgerton
se interessa pela moça após passar uma semana ao seu lado por causa de uma gripe
e faz uma proposta inusitada: que ela deixe de ser uma serviçal e passe a ser
sua amante.
Sophie
nega veementemente, pois sua mãe havia sido amante de seu pai e a moça sentiu
na pele a dor de ser uma filha ilegítima e de viver sem amor. Ou seja, não ia
fazer isso com outra criança, mesmo que amasse Benedict e assim a história se
desenrola, com esse amor aparentemente impossível.
Nem
preciso comentar que a escrita é ótima e na minha opinião, até agora este foi o
melhor livro e não é só porque eu amo a Cinderela não. A história é realmente
cativante, muito realista e prende do início ao fim!
Esta
foi à primeira história em que eu vi veracidade nos fatos. Benedict não poderia
se casar com Sophie mesmo, pois isso era inconcebível. Hoje vivemos em um mundo
em que classes sociais (mesmo que remotamente) se misturam, mas na época dos
livros era impossível.
Uma
mulher como Sophie só poderia ser amante de Benedict e mais nada, seus filhos
seriam ilegítimos e a moça nunca poderia sonhar em se casar com o Bridgerton.
Era inconcebível que uma mulher de classe mais baixa (como uma criada) se casasse
com um senhor da alta sociedade e caso isso acontecesse, ambos seriam praticamente
expulsos da sociedade, se tornariam párias e completamente marginalizados.
Não
que os outros livros sejam fora da realidade, mas este a meu ver é mais
realista e poderia realmente ter acontecido como foi descrito. Acho que essa
perspectiva de ser uma coisa mais palpável me fez gostar mais, isso e o drama.
Ah,
o nosso amado e odiado drama. Desta vez, no caso, o drama tem fundamento.
Sophie ama Benedict e quer ficar com o moço, mas é impossível que isso
aconteça. Logo, o drama que a Beckett faz é completamente justificável e,
pasmem, eu amei!
Outra
coisa é que Benedict quase não aparece nos dois primeiros livros, logo, não
temos muita expectativa sobre sua personalidade, sobre como age ou lida com as
situações, o que é muito positivo, pois fica mais fácil gostar do Bridgerton.
Gostar é pouco, na verdade, eu terminei a leitura o achando o amor da minha vida.
No
entanto, mesmo Benedict sendo o meu preferido, admito, há partes da história
que dá vontade de socá-lo, principalmente quando fica “enchendo o saco” de
Sophie para ser sua amante. É aquele máxima: quando uma mulher diz NÃO, É NÃO! Às vezes criamos esta ideia de que essa máxima é utilizada
somente no sexo, mas na verdade ela vale em qualquer situação... (mas eu passo
pano, mesmo assim, porque nosso personagem é um fofo, apesar disso).
A
leitura é ótima. Dá para ler em um dia e super rápido. Eu li este livro em uma
noite, de tão empolgada que fiquei. É ótimo para ser lido quando estiver de “ressaca
literária”, pois é muito leve e muito tranquilo, além de ser daqueles romances
que esquentam o coração.
Caso
você vá parar de ler aqui, por causa do spoiler, não se esqueça de seguir a
gente no Instagram e deixar sua opinião nos comentários! É muito importante!
AVISO!
A PARTIR DESTE PONTO CONTÉM SPOILER
Se
você não gosta, não continue!
Agora
começam os spoilers, se você é apressadinho e não leu o aviso acima, estou te
avisando de novo... A partir deste momento, teremos spoilers!
A
primeira coisa que temos que falar é o relacionamento de Sophie com a madrasta
má. Araminta cumpre o seu papel muito bem nesta história: é uma pessoa detestável,
não tem nada, absolutamente nada, que faça com que gostemos dessa mulher. Essa
personagem é desagradável na primeira cena em que aparece, quando o conde a
leva para a casa que vai ser do casal, junto com as suas duas filhas Rosamund e
Posy e continua sendo assim durante toda a história, até o final. Sem redenção
para ela!
O
que nós temos de Mary como amada e que mostra que relacionamentos maternais não
são somente de sangue, certamente temos Araminta de odiada. São dois extremos!
Araminta
detesta Sophie, odeia-a para sermos mais exatos e o conde sabe disso. Tanto
sabe que, em seu testamento, colocou uma condição: a condessa viúva receberia
uma grande quantia anual somente se aceitasse continuar com Sophie, pois sabia
que a esposa deixaria sua bastarda jogada no mundo. Sendo assim, quando o
marido morreu, a madrasta manteve Sophie, mas fez da menina sua escrava
pessoal.
Sophie
sofreu nas mãos da madrasta dos 14 aos 21 anos (sintam o nível).
Então
chegamos ao belo baile dado por Lady Bridgerton, um baile de máscaras e a
fantasia, em que Sophie conhece Benedict e ambos de apaixonam. É uma clássica
cena de amor à primeira vista, em que o Bridgerton coloca os olhos nela e já
fica encantado. Os dois dançam juntos, se beijam e então... Dá meia noite a Beckett
vai embora, deixando apenas sua luva com Benedict.
Araminta
a expulsa de casa quando sabe que a enteada foi ao baile sem a sua autorização,
humilhando-a no processo e Sophie é lançada no mundo, com uma mão na frente e
outra atrás, sendo mulher e sem dinheiro, pois Araminta confiscou o dinheiro que
o pai havia deixado para a moça – que nem sabia da existência. Sophie então
pega uns enfeites de um sapato (que no final descobrimentos que era falso) de
Araminta e vai embora para nunca mais voltar.
Acaba
aqui a semelhança com a história da Cinderela.
Passam-se
dois anos e Benedict salva Sophie, enquanto o filho de seus patrões, durante
uma festa, faz insinuações de que iria estupra-la com mais dois amigos. O
Bridgerton interfere e impede que a moça seja violentada, levando-a para seu
chalé (que se chama “meu chalé”), com a promessa de que arrumaria um emprego
para a Beckett na casa da mãe.
Chocante:
Benedict não a reconhece e Sophie também não diz nada!
No
entanto, como nem tudo é fácil, os dois pegam uma tempestade no meio do caminho
para o chalé e Benedict fica muito mal, sendo que é Sophie quem cuida do rapaz.
É neste momento que a moça descobre que o amado coleciona pedras – sim, pedras
mesmo, daquelas que tem na rua e no mato – e é um exímio desenhista.
Temos
que dizer que Sophie não é uma personagem como Kate, que briga, luta,
esperneia, dá más respostas e implica com todos. Nossa protagonista é bastante
passiva em algumas situações, mas não deixa de ser forte e provocativa ao mesmo
tempo, ela não aceita calada as investidas de Benedict, mas também sempre fica
se lembrando do seu lugar, o que é perfeitamente compreensível para a mentalidade
da época em que a história de desenvolve.
Não
demora para Benedict se sentir atraído por Sophie (afinal, nosso protagonista
já se sentiu uma vez, apesar de não saber disso) e querê-la para si. Em um
desses rompantes de desejo, Benedict acaba indo para um lago esfriar a cabeça
(não disse qual) e adivinha quem vai parar neste mesmo lago? Sophie Beckett.
A
criada pega o seu amado tomando banho nu no lago e o que faz? Isso mesmo, fica
lá espiando... Curiosidade acadêmica e vontade de tirar uma casquinha. Quem
somos nós para julgar? Eu posso dizer, com todas as palavras, que faria o
mesmo... Pela curiosidade acadêmica, é claro.
E
então começa o verdadeiro inferno na vida de Sophie. Benedict e a moça se
beijam, dão uns amassos, porque ninguém é de ferro, e então nosso protagonista
faz uma proposta para nossa personagem: que fosse sua amante.
Sophie
sabe que não pode aceitar, por princípios seus e nega a oferta de Benedict. Até
aí, tudo bem... o Bridgerton tinha o direito de perguntar, assim como a Beckett
tinha o direito de negar. A coisa fica estranha quando Benedict fica insistindo
TODA HORA para ela ser amante dele e TODA HORA recebe uma resposta negativa.
Sophie
fica constrangida com a situação e decide ir embora, a fim de não se magoar
mais, pois sabe que não pode ser amante de Benedict e sabe também que não podem
se casar, ou seja, os dois não podem ficar juntos, ponto. E então o que o
Bridgerton faz? Chantageia-a, dizendo que ia denunciá-la por roubo e pedir que
a moça fosse libertada sob sua custódia caso não fosse para Londres trabalhar
na casa da mãe do nosso protagonista (e para que nosso personagem continuasse
enchendo o saco da moça para ser amante).
Amo
Benedict, mas neste ponto, excedeu bastante! A gente passa pano e finge que não
vê? Sim, mas que é errado, é!
Os
dois retornam para Londres e Violet dá um emprego de camareira para Sophie,
pois Benedict lhe pediu. Ele continua insistindo para ela ser sua amante,
enquanto a nossa mocinha continua negando e dizendo a si mesma que mais um mês
naquela casa e irá embora. É tipo a gente quando está empolgada lendo e fica
dizendo “só mais um capítulo” e quando vê já leu uns dez...
É
obvio que, além de apaixonar por Benedict, Sophie também se apaixona pela
família dele, que a acolhe super bem. Resultado: Sophie fica mais tentada ainda
a ter o que não pode.
Ao
contrário dos outros livros, este tem somente uma cena de sexo detalhada, que é
a primeira vez deles, depois... Não temos mais. Só insinuações e mais nada.
Benedict
descobre que ama Sophie, os dois fazem amor, mas a moça ainda continua não
querendo ser sua amante (e de mais ninguém) e mesmo lhe explicando os motivos, o
Bridgerton continua não entendendo ou fingindo que não entende. Nosso
protagonista diz que assumirá os filhos que vierem a ter juntos, que os amará,
mas Sophie não quer aquilo para si, porque espera-se que ele se case, então ela
não terá mais ninguém enquanto o bonito ficará com a amante e com a esposa...
Não dá para defender Benedict nesse ponto!
E
então, ambos acabam de coração partido, mas quando tudo parece que vai se
acertar...
Benedict
descobre que a Sophie e a Dama de Prateado são a mesma pessoa. O triângulo
amoroso que o Bridgerton achava estar, nem era triângulo, porque o moço havia
se apaixonado pela mesma pessoa, duas vezes. Esperto né?
Eu
esperava que Benedict fosse levar super de boa essa situação, porque encontrou
o amor da sua vida, mas não... o moço ficou estressado, xingou Sophie, não
levou bem a situação. Consequência: Sophie foi embora da casa do amado na mesma
hora e foi encontrada por ninguém mais, ninguém menos que Araminta, que
prontamente acionou a polícia e noticiou o roubo de seus enfeites de sapato,
fazendo com que a Beckett fosse presa. Isso gente: PRESA!
Agora,
pensa comigo: Sophie foi renegada a vida toda pelo pai, conseguiu ir num baile
escondida, conheceu um cara legal e se apaixonou, sendo que foi recíproco, teve
que abandonar o moço depois, foi expulsa de casa pela madrasta má odiosa,
passou o pão que o diabo amassou, quase foi estuprada por três caras,
reencontrou o homem que ela amava, que não a reconheceu, se apaixonou mais
ainda por ele, recebeu a proposta de ser sua amante, mas teve que negar por
causa de tudo que sofreu, ele continuou insistindo, descobriu que ela era a
dama de prateado, brigou com ela, depois abandonou o emprego e no fim das
contas foi presa.
Olha
esse rolê! Vocês aguentariam essa situação?
Por
isso que eu defendo Sophie Beckett até o final e acho muito justificável o fato
da moça fazer drama. Inclusive, acho que essa personagem poderia ter feito mais
drama e ninguém poderia dizer nada, porque se fosse a gente no lugar dela, não
aguentava metade e ainda passava o tempo todo chorando e reclamando.
Sophie
foi presa e adivinha quem aparece para salvar o dia? Eu não vou contar.
Leia
e saberá, mas fica aqui uma dica: não foi Benedict!
No
fim, Benedict, através de Colin, o nosso casamenteiro maior, descobre que não
se importa em ser “deixado de lado” pela sociedade. Pelo contrário, não ligará
nem um pouco de viver no campo, desde que tenha Sophie com ele.
Este
livro é bom, porque primeiro Benedict conseguiu fazer um triângulo amoroso com
a mesma mulher! A mesma! E é muito engraçado toda vez que compara Sophie com a
dama de prateado que no caso, é a mesma pessoa. O nosso segundo Bridgerton pode
ser um exímio desenhista e um ótimo colecionador de pedras, mas nesse ponto...
Não foi muito esperto!
O
livro é ótimo, porque traz uma crítica social muito forte e ao mesmo tempo,
muito importante. Sophie é pobre, Benedict é rico e os dois se amam. Este tipo
de coisa não deveria interferir, mas interfere muito, ao ponto dele somente
poder tê-la em sua vida como amante e nada mais.
No
próprio livro Benedict diz que o pedido que fez foi injusto, porque não
aceitaria dividir Sophie com mais ninguém, enquanto ela teria que dividi-lo com
uma esposa, pois era esperado que ele se casasse. Ora, não esperado que a
Beckett se casasse também? Ao mesmo tempo, era a única saída dele, pois sua
amada era uma arrumadeira e nenhum casamento era firmado entre filhos da
aristocracia e criados.
Se
pensarmos bem, ainda temos uma herança desse pensamento até hoje, de amores
impossíveis por causa de classe social.
Eu
achei este livro maravilhoso e não é só porque a Cinderela é uma das minhas princesas
favoritas, mas porque é realista. Isso poderia ser acontecido da vida real e
teria a mesma consequência apontada no livro e é condizente até hoje com
algumas realidades... Só para ilustrar: o sistema de castas na Índia é um ótimo
modo de exemplificar a situação de Sophie e Benedict e apesar de proibido no
país, continua sendo utilizado.
A
leitura é ótima e vale a muito a pena ler! Até agora, este foi o meu livro
favorito e Benedict agora é o meu Bridgerton favorito, sem sombra de dúvidas.
Se
você gostou dessa resenha, deixe um comentário com sua opinião (não custa
nada)! Contem para nós se vocês também gostaram? Um ponto que não foi citado,
se a resenha ajudou na leitura e essas coisas!
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