Série dos Bridgertons - O Duque e Eu (Livro Um)
Resenha por Bianca Ramos
Título Original: The Duke and I
Autora:
Julia Quinn
Editora Arqueiro, 2013
Livro Físico, 288 páginas
“Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de
retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e
solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em
arrumar um bom partido para suas filhas.
Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar.
Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano
infalível.
É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova
de seu melhor amigo. Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade
marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco
inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial
para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga.
A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma
tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá
vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a
jovem deve ter mais atrativos do que aparenta.
Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso
malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil
para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora ela precisa fazer o
impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem
aversão a tudo o que ela mais quer na vida.
Primeiro dos oito livros da série Os Bridgertons, O duque e
eu é uma bela história sobre o poder do amor, contada com o senso de humor
afiado e a sensibilidade que são marcas registradas de Julia Quinn, autora com
10 milhões de exemplares vendidos.”
Resenha:
Oi caleidoscópios! Então, iniciamos,
nesta semana, a resenha sobre a série dos Bridgertons, publicada pela Editora Arqueiro
aqui no Brasil. A série é composta de nove livros e acompanha a história de
oito irmãos da alta sociedade inglesa, sendo escrito pela escritora norte-americana
Julia Quinn.
Quem aí já viu a primeira temporada
da série na Netflix? Você sabia que foi inspirada nesta obra da Julia Quinn?
Este livro inicia com a afirmação de
que os Bridgertons são a família mais fértil de toda a Inglaterra e não podemos
discordar disso, afinal são oito filhos nomeados em ordem alfabética:
Anthony, Benedict, Colin, Daphne, Eloise, Francesca, Gregory e Hyacinth. É
importante mencionar que o primogênito é, também, o Visconde, tendo em vista
que quando a história se inicia Edmund Bridgerton (pai dessa galera toda) já
está falecido.
Cada um dos irmãos tem um livro
sobre sua história de amor, afinal, estamos lidando com romances de época. Os
livros não são escritos na ordem de nascimento dos personagens, já que
iniciamos com Daphne, que é a quarta filha e terminamos com Gregory, que é o
penúltimo. Além disso, temos um livro “extra” de contos, com um segundo epílogo
para cada livro e mais um sobre Violet (a mãe dos Bridgerton), mais conhecida
como a viscondessa viúva que, na minha opinião, é uma das melhores personagens.
Iremos, portanto, resenhar todos
os livros, incluindo o de contos, nestas semanas seguintes, falando sobre cada
um e no final ainda teremos uma postagem extra com o apanhado geral de todos os
livros e curiosidades.
Hoje falaremos sobre “O Duque e
eu” que é o primeiro livro da série e foi o responsável por deslanchar a
carreira de Julia Quinn como escritora. É importante ressaltar, antes de
entrarmos na história propriamente dita, que este livro contém cenas de sexo
muito bem descritas, então... Se você
for menor de idade, este livro não é indicado para você!
E eu digo isso porque tomei um susto
quando fui ler a primeira vez e não sabia! Não vem com aviso na capa,
então... Fica aqui o meu alerta! A obra
possui cenas de sexo explícitas!
Nesta história temos como personagem
principal Daphne Bridgerton, a quarta filha de Edmund e Violet Bridgerton.
Nosso outro protagonista é Simon Basset, o Duque de Hastings.
Ambos se conhecem quando Simon
retorna de uma longa viagem, de seis anos, que fez para fugir do pai. Somente
quando o velho duque falece é que o Sr. Basset retorna a sociedade londrina,
sem saber direito como as coisas andam no seu país de origem. O duque volta
perdido total, é muito engraçado.
Simon é um dos melhores amigos de
Anthony, o Visconde Bridgerton e irmão mais velho de Daphne, mas não conhece a
família do melhor amigo, pois os cavalheiros frequentaram somente a escola e a
faculdade juntos. Cabe mencionar que o novo Duque tem uma reputação péssima de
libertino (o equivalente a cafajeste nos dias atuais), conquistador e
arrogante.
Num primeiro momento, confesso que
você não vê nada disso em Simon e depois você vê menos ainda. A verdade é que o
Sr. Basset é um personagem muito tranquilo, que somente tem fama de mal, porque
na verdade mesmo, não é nada maldoso. “Ladra, mas não morde”, porque não
percebi nenhuma conduta libertina, a não ser o duque tentando – e falhando –
flertar com Daphne.
Simon e a Bridgerton se conhecem em
uma situação nada convencional, enquanto Daphne, que está debutando na
sociedade a procura de um marido, encontra-se em uma situação constrangedora
com Nigel Berbrooke, um homem que cismou estar apaixonado pela moça. Simon, a
princípio vai tentar salvar Daphne, mas depois percebe que ela não precisa tanto
de sua ajuda, pois nocauteia sem dificuldade seu “pretendente”, ou seja, Nigel.
É ótimo, pois já de início temos a
informação de que Daphne é uma personagem forte e decidida. Quem precisa de
homem quando se sabe dar um bom soco no olho, não é mesmo? O fato é que a moça
e Simon conversam e já surge uma afinidade entre ambos, desde o primeiro
momento.
Uma noite no baile da alta sociedade
faz o Duque (que jurou nunca se casar) ficar querendo fugir das mamães
casamenteiras com toda força – Violet está entre essas mães –, e para isso
Simon junta suas forças a Daphne, que quer arrumar um marido, mas nenhum dos
pretendentes a vê como uma esposa em potencial. Sendo assim o casal faz um
acordo – que já sabemos que vai acabar mal – que consiste em Simon fingir que
está interessado na Bridgerton, ou seja, os dois fingirão que estão se
cortejando.
Quando isso acabe bem em livros?
Nunca.
O casal percebe, durante a corte
falsa, que se dão muito bem e viram bons amigos, mas como nem tudo pode dar certo, se não o livro acaba com 100
páginas, os personagens são pegos em uma posição comprometedora e então, a
corte falsa vira um pesadelo – e um sonho também – na vida de Simon, pois o
duque precisa tomar uma atitude quanto a isso.
Casar ou não casar? Eis a questão.
Lembrando que o Sr. Basset tem uma
aversão a casamentos e prometeu a si mesmo que não casaria, jamais!
Uma personagem icônica desta série é
a lendária Lady Whistledown. Esta é uma misteriosa autora de fofocas da alta
sociedade inglesa, que tem uma pena afiada e que sabe de tudo que acontece com
todos. Essa personagem escreve sobre os membros da alta sociedade sem fazer
distinção e cita nomes de cada um, sendo que em cada início dos capítulos temos
um trecho de sua coluna, o que muitas vezes, é muito bom de ler!
E ainda dá aquela dúvida de “quem
será Lady Whistledown?”, os personagens e o próprio leitor ficam se
perguntando...
O livro é muito bom, daqueles que
você lê em um dia se estiver com tempo, porque a narrativa é bem fluida e os
diálogos são bem construídos. Achei que as descrições, às vezes, ficam um pouco
confusas, mas nada que atrapalhe a leitura ou a deixe menos agradável.
A verdade é que as coisas, algumas
vezes, são um pouco rasas no livro. Ou seja, as descrições são um pouco
confusas, não dá para entender direito como é o local em que o personagem está
e quem são as pessoas ao seu redor, mas isso não atrapalha a leitura. Está
certo que não descrever demais é uma técnica de escrita para não cansar o
leitor, mas descrever de menos pode causar certa dificuldade também.
Os diálogos entre os personagens são
ótimos e as personagens femininas são bem construídas, de respostas rápidas e
inteligentes. O ponto alto da história, na minha opinião, é o relacionamento
entre os irmãos e Violet... Achei muito fofo o modo como todos interagem entre
si, mesmo que não tenham muitas cenas com os nove juntos.
É um livro excelente e dá para
entender porque fez tanto sucesso e deslanchou a carreira de Julia Quinn! Você
não vai se arrepender!
Caso você vá parar de ler aqui, por
causa do spoiler, não se esqueça de seguir a gente no Instagram
(@caleidoscopio_literario) e deixar sua opinião nos comentários! É muito
importante!
AVISO! A PARTIR DESTE PONTO CONTÉM
SPOILER
Se você não gosta, não continue!
Agora começam os spoilers, se você é
apressadinho e não leu o aviso acima, estou te avisando de novo... A partir
deste momento, teremos spoilers!
Então, iniciamos esta parte
ressaltando o relacionamento de Simon com o pai, o Duque falecido. Ele detesta
o pai (com toda a razão) e o relacionamento dos dois é praticamente
inexistente, pois o patriarca renegou o filho – fingindo até que o Basset
estava morto – só porque Simon era gago!
Nosso duque atual não conseguia
falar até fazer quatro anos de idade e depois disso descobriu que era gago e o seu
pai (que não aceitava um filho menos que perfeito) o deixou a “ver navios”,
isto é, fingiu que a criança nem existia. Tudo que o Basset menor conseguiu foi
por mérito próprio, nosso protagonista se matriculou na escola, foi para a
faculdade, se formou com as melhores notas e viajou o mundo por conta própria.
Obviamente que o pai se arrependeu
do que fez, mas não teve tempo – e nem oportunidade – para se desculpar com o
filho, morreu antes e deixou uma série de cartas que não tem utilidade nenhuma
para história – a meu ver, é claro.
Depois de esclarecer isso, vamos à
corte falsa de Simon e Daphne. Obvio que aquilo ia dar errado. Quando, em
livros de romance, os personagens começam a namorar de mentira e não se
apaixonam? Eu, particularmente, nunca vi. O casal sempre termina caidinho um
pelo outro, e neste caso, não é diferente.
Daphne fica caidinha por Simon, mas o
duque é firme em dizer que não vai se casar, por causa do pai. Na realidade,
Sr. Basset não quer se casar, porque através dos matrimônios é que vem os
filhos e como quer que o ducado da família acabe com ele, como uma forma ridícula
(diga-se de passagem) de vingar-se do pai, portanto, nada de filhos para a
família Basset.
Temos também Anthony, o nosso
visconde amado, todo protetor. É ridículo de tão fofinho que é preocupação
desse personagem, porque Simon está se aproximando de Daphne, mesmo sabendo do
motivo do casal esta namorando falsamente: 1) Simon fugir das debutantes; 2)
aumentar a visibilidade de Daphne.
Na realidade, é lindo ver como a
família Bridgerton, como um todo, se protege e se implica. Todos cuidam um dos
outros e se ajudam o tempo todo, mas não perdem a oportunidade de se alfinetar.
É fofinho e é realista também, porque só quem tem irmão sabe que você daria a
vida por ele, mas não lava um copo d’água se precisar.
O namoro falso continua, até que...
Simon e Daphne vão a uma festa e a mocinha AGARRA o duque de verdade, mostrando
que a atitude também pode vir da mulher.
O problema não foi Daphne ter
agarrado Simon e sim os personagens terem sido pegos no maior amasso no meio de
um jardim, com os peitos de fora e tudo. Como estamos falando de um romance de
época, a solução para isto é simples: casamento! Mas Simon não quer casar,
logo...
Anthony desafia o melhor amigo para
um duelo pela honra da irmã. Um duelo... Que é proibido naquela época dos
livros e continua sendo proibido atualmente – só a título de curiosidade mesmo.
Neste momento Colin (mais conhecido
por ser o irmão que dá conselhos amorosos para todo mundo) entra em ação. O
terceiro Bridgerton é o responsável por formar os matrimônios da família, já
fiquem sabendo, e ele leva Daphne para o local que vai ser o duelo entre seu
irmão e seu amado a fim de impedir que tudo aquilo acabe em morte – porque
Anthony ia matar Simon – e vire casamento.
Daphne vai até o local e diz a Simon
que ambos foram vistos e que se não se casarem, a Bridgerton estará arruinada.
Ressalta-se que isto é muito verdade! Mulheres pegas em situações
comprometedoras naquela época, e até hoje, eram consideradas párias, excluídas
da sociedade e ninguém teria contato com as moças, jamais... Eram fadadas a uma
vida de solidão e vergonha para o resto de seus dias.
Se pararmos para pensar bem, até
hoje é meio assim não é mesmo?
Seguindo o curso do livro, Simon diz
que vai se casar com a Bridgerton, mas avisa que não pode ter filhos – o que é
uma mentira, pois sabemos que na verdade o duque não quer ter herdeiros.
Logo, já começa esse casamento baseado em uma mentira, ótimo modo de fazer dar
certo né?
Os personagens se casam e então
temos a noite de núpcias. Devo confessar que não esperava que tivessem cenas de
sexo nestes livros, como eu já disse, afinal, comecei a leitura desavisada,
portanto tomei um susto quando a pegação continuou indo até os finalmentes.
Digo que as cenas são muito bem
escritas, sem uso de palavras muito pejorativas e ao mesmo tempo é retratada
com delicadeza e amor, além de serem muito quentes também. Recomendo ler com um
copo d’água do lado.
E neste momento temos o cerne da
questão: Simon se aproveita de que Daphne é ingênua e não sabe como os bebês
são feitos para praticar o coito interrompido e impedir a gravidez.
Esperto? Sim. Justo? Não. Deveria
ter contado a verdade para a esposa, pois todos sabemos que mentira tem perna
curta e não abre exceção para livros de romance.
A princípio a duquesa não percebe o
que está acontecendo, pois não sabe de onde vêm os bebês, mas após uma conversa
reveladora com a governanta da casa cai em si sobre o que Simon está fazendo e
fica como? “Puta”. Quem não ficaria? Simon disse que não poderia ter
filhos e não que não queria tê-los!
A Bridgerton casou enganada e ainda
achou que o marido era incapacitado – o que rende uma cena hilária na lua de
mel –, por isso abriu mão do sonho de ser mãe.
O casal briga e Daphne está com a
razão. Ponto.
E então, Simon sai para bebedeira e
temos uma parte polêmica: a duquesa acorda, percebe que seu marido está
excitado, mesmo bêbado, o instiga e não deixa o duque interromper o ato de
amor: ou seja, a semente é plantada!
O problema é: Simon não queria que
isso acontece e a esposa mesmo assim o fez, sem a sua autorização e sabendo
que o duque não queria aquilo.
Muitas pessoas devem pensar: mas a
Daphne queria ser mãe... Mas não é só a mulher que deve querer, e sim ambos!
Neste caso, Simon foi forçado a finalizar o ato dentro da esposa, mesmo já
tendo expressamente dito que não queria ter filhos.
O sexo foi consentido, mas Daphne se
aproveitou disso, sem sombra de dúvidas e como não podemos fechar os olhos para
isso, foi bem errado! Uma coisa é Bridgerton não aceitar a decisão do marido,
outra é passar por cima disso da forma errada. A personagem fez, praticamente,
o que Simon estava fazendo com duquesa e perdeu a razão.
O casal briga de novo, Simon gagueja
muito na frente da esposa e ambos se separam...
O engraçado é que o duque não fica
tão estressado assim por causa de um possível bebê, mas sim porque gaguejou e
perdeu o controle na frente de Daphne, trazendo lembranças de quando o pai o
humilhava por causa disso. Mostra um lado inseguro do Sr. Basset e ao mesmo
tempo um lado besta, porque se o personagem ama a esposa, deveria confiar Bridgerton.
E o final...?
Bem, o final vocês têm que ler para
saber se a duquesa engravidou e se o casal reatou...
O livro é muito bom, é um exemplo
claro do clichê que deu certo! A escrita é ótima, os diálogos são o ponto forte
de Quinn e o romance é bem fofinho. A leitura vale muito a pena! E ele também é
um ótimo exemplo de que clichês, quando bem escritos, são ótimos do mesmo
jeito.
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